AR e VR: oportunidade versus razão  

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Opinião

AR e VR: oportunidade versus razão  

As possibilidades são infinitas, mas quando alguém convida uma marca para sua vida, é uma conexão muito diferente do que ser notificado por elas


14 de dezembro de 2017 - 15h46

Acompanho alguns dos projetos mais avançados do mundo e acredito no poder das tecnologias para alterar, integrar ou criar novas experiências. Não tenho dúvidas de que a realidade aumentada (AR) e a realidade virtual (VR) são o presente e o futuro, em particular depois que a Apple, o Google e o Facebook se ocuparam da tecnologia e abriram o AR para bilhões de usuários. São marcas extremamente importantes, que estão à frente da curva, antes que as “realidades” se tornem uma ferramenta padrão para negócios, marketing e atendimento ao cliente.

Entretanto, tenho uma visão crítica sobre o quanto elas são adequadas para atingir os objetivos dos clientes e qual o momento mais oportuno para usá-las. Sempre que me deparo com algum projeto com potencial para o uso das realidades, procuro focar em três pontos para entender se elas realmente fazem sentido:

Integração social

Algumas marcas querem fazer suas próprias experiências VR, em vez de explorarem as oportunidades que as cercam. Com isso, tendem a criar uma comunidade para poucos, quando na verdade, prevalece o mesmo direcionamento que temos com as redes sociais: criamos conteúdo dentro das redes que já existem, ao invés de tentar começar uma rede proprietária. O mesmo acontecerá com AR e VR.

Enquanto o Facebook está trabalhando em seus espaços experimentais de VR, já existem plataformas como Rec Room e Altspace, onde os usuários podem virtualmente se juntar a outros para conversar, jogar e criar. As interações sociais de VR têm uma infraestrutura projetada para contar histórias. Isso será muito mais fácil do que criar um aplicação própria.

Experiências únicas

É claro que o VR e AR podem trazer experiências únicas e expressar ideias que não são possíveis em outra tecnologia, mas se o objetivo é fazer algo neste sentido, certifique-se de mirar para os pontos fortes do meio. Gosto do exemplo do case da GE, “Digital Ecosystem”, que é uma miniatura de cidade compacta em uma maleta, com peças impressas em 3D. Com a ajuda da realidade aumentada foi possível explicar as diferentes soluções da GE de forma muito mais lúdica e interessante. Esse é um bom exemplo de integração entre o mundo físico e digital, onde a maquete é integrada com a realidade aumentada que é visualizada no iPad, criando uma experiência imersiva e itinerante.

Outro uso fantástico é o Google Earth VR proporcionando todo planeta ao nosso alcance. Você está olhando da janela de um edifício, mas a sensação é de estar no topo do Monte Everest graças às imagens de satélite e fotogrametria 3D. Os ambientes do Google Earth VR são majestosos e realmente induzem todos à presença VR.

Futuro

Existem também outras experiências de VR que podem ser realmente úteis para a vida real. Testar móveis no espaço doméstico ou crianças escondendo de um dragão gigante enquanto brincam, são tipos de interações em que as pessoas convidam marcas para suas casas. E quando alguém convida uma marca para sua vida, é uma conexão muito diferente do que ser notificado por elas.

A indústria está caminhando rápido para o aprimoramento das tecnologias e o foco maior deve ser em torná-las mais acessíveis e seamless, para que não atrapalhem a imersão do usuário, é necessário algo que seja integrado ao ambiente e que ajude o usuário a se sentir mais parte da experiência como se não houvesse um device por trás gerando aquele conteúdo.

As possibilidades são infinitas, mas isso não significa que todas sejam adequadas para uma estratégia. Antes de investir, vale perguntar se faz sentido para a história que sua marca vai contar.  À medida que os mercados da VR & AR amadurecem, os canais de distruibuição também irão amadurecer.

 

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