Metamorfose ou mimetismo: como planejar nos dias de hoje? 

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Opinião

Metamorfose ou mimetismo: como planejar nos dias de hoje? 

Se ficarmos apenas nas entregas funcionais, estaremos muito mais frágeis e despreparados para uma oferta mais agressiva ou para uma guerra perversa de preços


30 de janeiro de 2018 - 10h59

Olhando nos dicionários, vemos que metamorfose é “mudança ou alteração completa no aspecto, natureza ou estrutura de alguém ou de alguma coisa; transformação”. Já mimetismo é o “processo pelo qual um ser se ajusta a uma nova situação; adaptação”. As duas definições nos ajudam a entender como lidamos com o ofício de planejar nos dias de hoje com demandas 24 x 7, com mudanças a todo instante, de todos os tamanhos e consequências.

Se tudo está mudando tão rápido, como pensar em planejar? Será que ainda é possível ter um objetivo de médio prazo, ao menos? Tenho certeza de que não só é possível como é extremamente necessário, e nem sempre vem sendo levado em conta.

Como imaginar uma marca apenas no hiato de um dia, ou mesmo de horas? Que valores serão adicionados a ela, que significados além dos funcionais ela trará para seus consumidores ou clientes? Se ficarmos apenas nas entregas funcionais, estaremos muito mais frágeis e despreparados para uma oferta mais agressiva ou para uma guerra perversa de preços ou ofertas.

Quantas marcas que se dedicaram exclusivamente à performance sofrem hoje com a falta de uma marca sólida, que engaje, que transmita algo mais para seus clientes além de boas ofertas? Será que nos deixamos levar sempre apenas pelo preço mais barato? Não é o que as pesquisas e o histórico das marcas têm demonstrado, mesmo nesses últimos anos, com o acirramento da competição no digital.

Mas será que a velocidade de adaptação, como se não houvesse amanhã, não é necessária? Também é fundamental. Aliás, vital. Imaginar que, nos dias de hoje, uma marca não tem a capacidade de se adaptar com velocidade e eficiência às mudanças velozes do cenário competitivo é ter a certeza de que essa marca está vulnerável.

Acreditar fortemente que o histórico de realizações e sucesso até o momento é suficiente, por inércia, para levar a marca adiante, chega a ser ingênuo. É preciso acompanhar todos os momentos da marca, em todos os pontos de contato, e estar preparado para agir. Por medo de errar, talvez. Pela complexidade inevitável a se lidar. Pelo desconhecimento, simplesmente, de tudo que já está aí disponível, tanto em inteligência quanto em possibilidade de ação, muitas marcas vão perdendo espaço e relevância.

E o que fazer diante deste cenário ambivalente? Sim, você matou a charada. Temos de conviver com os dois mundos, e um ajuda a refinar o outro numa simbiose perfeita entre o que está à frente e o que já está aqui. Tanto a visão de médio prazo ajuda a dar mais consistência e precisão às ações de real time, quanto o entendimento continuado do cenário de real time ajuda na consolidação e em ajustes na proposta de médio prazo.

Temos de estar cientes do que queremos nos transformar. E aqui não existe uma segunda opção: vamos nos transformar. Mas temos de ter a capacidade de irmos nos ajustando ao cenário do momento que vivemos, do agora, aqui e em todos os pontos de contato da marca. E assim, nessa vida de borboleta, que vive os dois processos — metamorfose e mimetismo —, vamos exercendo cada vez mais a complexa tarefa de pensar o caminho, caminhando.

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