Preparados para o pós-crise?

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Opinião

Preparados para o pós-crise?

Nosso desafio, independente do contexto econômico, continua sendo o de criar narrativas que conectem os consumidores às marcas. Este é o nosso papel


1 de fevereiro de 2018 - 14h34

Os avanços ainda são tímidos. Mas, existem sinais consistentes de que a economia, paulatinamente, está recuperando o fôlego. O recuo da inflação acumulada em 12 meses, a redução nos juros e o crescimento do PIB são três bons indícios.

A reforma do teto de gastos do governo federal, a elevação nos indicadores de produção da indústria, a criação de empregos formais (em outubro, foram 76 mil novos postos de trabalho – melhor resultado para o mês em quatro anos), e o crescimento das vendas no varejo, com a proximidade do final do ano, são outros indicativos favoráveis.

O consumo das famílias é o movimento mais significativo e que melhor ajuda a enxergar luz no fim do túnel. Ainda é cedo, claro, para soltar fogos de artifícios; mas, ao menos na seara econômica, já dar para respirar um pouco mais aliviado. Estamos retomando a trajetória de recuperação.

O Brasil, ao que tudo indica, começa, finalmente, a sair do buraco. E o setor de publicidade, termômetro da própria economia, claro, vem à reboque da retomada do crescimento. O que nos leva a uma importante questão: Estamos, de fato, preparados para o pós-crise?

Em julho passado, no artigo “O dia depois de amanhã”, afirmei que o papel das agências, no cenário da recessão econômica, deveria ser resignificado. Coloquei também que, para além de agenciadoras, precisávamos nos tornar agentes de integração, escutando atentamente aos diálogos que acontecem de forma incessante bem ao nosso lado, nos mais diversos canais de comunicação.

Desta vez, quero ir além: o nosso desafio, independente do contexto econômico, continua sendo o de criar narrativas que conectem os consumidores às marcas. Este é o nosso papel.

A crise impactou negativamente a operação de muitas agências – não havia como ser diferente. No entanto, e de modo paradoxal, também representou oportunidade àquelas que conseguiram engajar clientes de clientes em plataformas on, off e all-line. Acertaram as agências que, no cenário recessivo (enxergando, claro, para além dele), se adaptaram ao paradigma contemporâneo: o diálogo, envolvendo o consumidor em toda a sua jornada.

Se deu bem quem se reposicionou, mitigou custos e entregou soluções mensuráveis. Foram bem sucedidas as agências que praticaram o exercício da escuta, ouvindo as pessoas e as conectando a histórias.

Precisamos continuar mostrando às empresas como elas podem engajar os próprios consumidores. Dessa forma, conquistaremos não apenas jobs ou contas pontuais, mas teremos as portas abertas em qualquer segmento da economia. Em qualquer momento econômico.

A retomada é lenta, mas possui bases sólidas: queda dos juros, previsão de novas contratações pelo mercado de vagas e recuperação do crédito para pessoa física. A inflação, que era de 9,3% em maio de 2016, caiu para 2,7% em novembro de 2017. São elementos que criam um cenário positivo para 2018.

A questão, no entanto, continuará a mesma: estaremos preparados para o pós-crise?

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