Alexa, como aumento as minhas vendas?

Buscar
Publicidade

Opinião

Alexa, como aumento as minhas vendas?

A tecnologia de reconhecimento de voz já inicia outra revolução: na interface com sistemas corporativos


27 de março de 2018 - 11h08

Créditos; seewhatmitchsee/iStock

Comprei recentemente um Amazon Echo e coloquei Alexa em minha vida. Inicialmente resisti à ideia de conversar com objetos da casa, mas confesso que tem sido uma grata surpresa. É muito fácil acostumar-se com ela. Não requer mudança de hábito, cabe perfeitamente na rotina diária e, principalmente, facilita bastante o dia-a-dia.

Alexa liga e desliga as luzes de casa, garante que as portas estão trancadas antes de dormir, sugere receitas culinárias, toca músicas, dá a previsão do tempo e tem uma infinidade de habilidades. É realmente impressionante a rapidez e a relevância das suas respostas. Parece cena de ficção científica, mas não é.

Imagine um cenário: dois amigos estão marcando um encontro em um restaurante pelo Messenger do Facebook ou via WhatsApp. Com a devida permissão dos usuários, o bot compreende a conversa e automaticamente propõe uma reserva no local escolhido

Na verdade, ela é um exemplo representativo de uma tendência surgida há poucos anos: a revolução do conversational commerce. O termo foi criado por Chris Messina, da Uber, para definir o movimento que “usa chat, messaging e outras interfaces de linguagem natural para interagir com marcas, serviços e bots”.

Infelizmente, por enquanto Alexa só funciona em inglês. Em um evento com varejistas brasileiros durante a NRF, em Nova York (EUA), Ravi Bagal, líder para o varejo da Amazon Web Services, confirmou que não há planos de seu desembarque no Brasil a curto prazo.

Enquanto isso, para quem ainda acha que conversar com uma máquina é artificial e não funciona, vale experimentar esse site do Google: https://cloud.google.com/speech/. Trata-se de um API de reconhecimento de voz, disponibilizado para qualquer desenvolvedor e que já reconhece dezenas de idiomas – neste caso, inclusive o português. O site permite, entre outras facilidades, a transcrição em texto de sua fala para o computador.

Bots estão se tornando cada vez mais realistas. Especialistas garantem que em pouco tempo as pessoas vão preferir falar com uma máquina a lidar com um atendente, da mesma forma que as transações online hoje predominam em relação às realizadas pessoalmente. Aliás, a maior parte dos atendentes de call center no Brasil já soam como máquinas, lendo scripts de suas telas e seguindo tutoriais sem interagir ou pensar muito. Se é assim, confesso: me parece mais adequado falar com um bot.

Créditos: reprodução

Imagine um cenário: dois amigos estão marcando um encontro em um restaurante pelo Messenger do Facebook ou via WhatsApp. Com a devida permissão dos usuários, o bot compreende a conversa e automaticamente propõe uma reserva no local escolhido. E mais: se assim desejado, envia a confirmação da reserva, ali mesmo, no aplicativo de mensagem. É assim que o Conversational Commerce pode ajudar.

A tecnologia de voz, por sinal, está trazendo outra revolução: na interface com sistemas corporativos. Já é possível conversar com assistentes virtuais para compreender, por exemplo, porque as vendas caíram em determinada região. Esses softwares usam inteligência artificial para entender duas coisas: a intenção da pergunta e o escopo.

A intenção é mais fácil de capturar. Termos como o que, por que e qual normalmente sinalizam sobre o que estamos tentando falar. Já o escopo é mais difícil. Compreender exatamente o que precisamos em uma pergunta do tipo “Como estão as minhas vendas” é algo bem mais complexo, pois envolve variáveis como período, localização e outros.

Assim, para evitar que o sistema faça várias perguntas em retorno, os melhores softwares recorrem à inteligência artificial para aprender informações contextuais. Por exemplo: Qual a função da pessoa que solicitou as informações? Qual o período de análise preferido em suas consultas anteriores?

O uso da voz no mercado pode realmente revolucionar a forma como fazemos negócio. Se hoje ainda necessitamos de diversos analistas para diagnosticar um cenário e desperdiçamos horas mergulhados em relatórios e dashboards, quem sabe em um futuro próximo teremos ao nosso lado uma Alexa em versão corporativa, capaz de nos apontar soluções em segundos.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Menos robôs, mais criatividade

    Saindo de uma visão apocalíptica, podemos pensar a IA como base para uma nova era de desenvolvimento tecnológico, impulsionada pela criatividade e inovação

  • Longe do fim

    A luta pela equidade de gênero e raça no mercado da comunicação e do marketing