O varejo físico morreu?

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Opinião

O varejo físico morreu?

Os consumidores, especialmente os da nova geração, buscam experienciar o produto, antes de comprar, e querem criar conexões verdadeiras com as marcas que consomem


2 de maio de 2018 - 16h08

Créditos: AGCreativeLab/iStock

Não há dúvida de que grandes players, como Amazon e Alibaba, vão seguir seu crescimento exponencial mundo afora, mas o varejo físico vai muito bem, obrigado! Pesquisa da Deloitte aponta que 90% das vendas mundiais ainda são realizadas nas lojas físicas. Soma-se a isso, a tecnologia, que é vista cada vez mais como uma aliada da empresa e pode ser capaz de intensificar a experiência do cliente, ajudá-lo mais e cuidar melhor dele, com conforto e conveniência.

Mas, para um negócio se sair bem, é preciso que varejo físico e online caminhem de mãos dadas, e os empresários ou tomadores de decisões, estejam atentos aos sinais que o mercado e as novas tendências de consumo direcionam como:

1 – Brigar por preço já era

Faz tempo que brigar por preço com o concorrente não é garantia de nada mais no varejo. Os consumidores, especialmente os da nova geração, buscam experienciar o produto, antes de comprar, e querem criar conexões verdadeiras com as marcas que consomem. Se é possível aliar com entretenimento ou com oferecer qualidade de vida, então, melhor ainda. É o que faz a Under Armour, de artigos esportivos, cujos PDV’s, nos Estados Unidos, são pontos de aulas de esportes, gratuitas.

2 – Aproveitar o melhor de cada mundo, o online e o offline

Um belo exemplo de ganha ganha entre o físico e online é o caso da Amazon-Whole Foods. O número de micro visitas na rede de supermercados subiu 11%, desde que a Amazon a comprou, em agosto do ano passado. Isso porque a gigante online instalou armários em parte das lojas para que os clientes possam optar, nas suas compras pela internet, a retirar suas encomendas nos pontos de venda. Segundo dados da empresa de publicidade inMarket, equivale a um ganho de 7% na comparação com lojas, nas mesmas cidades, que não têm os armários.

3 – Eliminar qualquer atrito, que possa comprometer a jornada do cliente

Eliminar o atrito e melhorar a conveniência para o cliente são os dois grandes objetivos do varejo, em termos mundiais. A Zara, gigante varejista, já caminhava na jornada de integração on e off, mas, recentemente, além de poder retirar suas compras online nas lojas físicas, o consumidor passou também a ser assessorado por um robô para não perder tempo, nem ficar na fila, e apenas retirar sua encomenda.

4Oferecer mais e mais benefícios para o cliente e para o mundo

Mais do que nunca, o consumidor busca por conexões verdadeiras com marcas. E é nisso que está a fortaleza do varejo físico: a de servir e de construir seu modelo de competitividade baseado em propósito e na capacidade de promover mais benefícios do que os concorrentes. É o caso da australiana Dresden Optics, que tira resíduos de plástico das praias e redes de pesca descartadas e as transforma em armações trocáveis de óculos. Além de proporcionar que o cliente customize sua própria peça.

5 – Aproveite a oferta de tecnologia e use a que o diferencia

Com o surgimento acelerado de novas tecnologias de realidade aumentada, 3D, 5G etc, o varejo físico tem que dispor da ferramenta que possa melhor orientá-lo na jornada do seu consumidor. Um exemplo é a varejista de móveis e decorações IKEA, que, via seu aplicativo, permite aos clientes visualizarem os diferentes produtos na sua sala ou varanda. É uma revolução na experiência do cliente.

6 – O cliente quer acesso. Pense por aí

Nem sempre o que o cliente quer é comprar aquele produto, e cada vez mais compartilhamento de bens e apenas o acesso são tendências de consumo. E veja como uma indústria bastante tradicional, a automotiva, conseguiu tirar proveito. A General Motors lançou o programa Maven, que permite aos usuários ativos alugar os carros por períodos curtos para tarefas do dia-a-dia e também para fins de semana pagando por hora.

 7 – E se tiver como, rompa com o mercado como você viu até aqui

Claro que lançar um novo mercado não é uma coisa assim que acontece da noite para o dia, mas as gigantes, e também muitas startups mundo afora, trabalham para isso. Na dianteira, podemos citar a Alibaba Group Holding, que via aquisição de empresas de logística, pretende alcançar uma meta de entregar qualquer produto na China em 24 horas e, no mundo, qualquer lugar, em 72. Também é a partir de uma parceria com a Alibaba, que a Ford vai lançando um negócio disruptivo, em Cantão, na China. Lá, a montadora, juntamente com a gigante varejista, lançaram a primeira máquina de vender carros. Sem interface humana, o cliente agenda o teste-drive via APP e retira seu carro num center, no qual é reconhecido via uma selfie que enviou pelo aplicativo, na hora do cadastro.

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