O redesign da criatividade

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Opinião

O redesign da criatividade

A proposta do C2 Montreal, de tirar as pessoas da zona de conforto, se encaixa perfeitamente no dia a dia em que temos que conseguir pensar em formas criativas para a solução de problemas sem pressupostos claros ou objetivos tangíveis.


24 de maio de 2018 - 16h00

 

Créditos: xxmmxx/iStock

O C2 Montreal é um evento de criatividade e negócios idealizado pelos fundadores da agência de publicidade canadense Sid Lee e patrocinado por algumas empresas do Canadá. Além de ser co-fundado pelo Cirque du Soleil. O evento acontece durante três dias, entre 23 e 25 de maio. No primeiro dia, fica uma interessante provocação: gente precisa encontrar gente.

Mais do que palestras, network e negócios, no C2, tudo parece ser pensado para nos tirar da zona de conforto, transformar a maneira como pensamos e agimos, não somente em relação ao aspecto profissional, mas também quanto às experiências de vida. Tudo isso apresentado de uma forma quase imperceptível, mas que, no fim das contas, é o que marca cada um dos participantes: essa troca de experiência inclusiva, participativa e comunitária. E será que são realmente novas maneiras de pensar e se inspirar?

Quem trabalha diariamente com a criatividade sabe que o que move nosso negócio é conseguir idealizar soluções e apresentar novas possibilidades criativas, desde o envio de um simples e-mail até o momento em que determinamos os caminhos estratégicos para uma marca.  E o que uma cozinha para produzir cookies ou uma sala de espelhos tem a ver com criatividade e com o C2? São apenas dois exemplos de laboratórios que fazem parte da jornada de experiência do evento, em que os participantes são convidados a pensar de forma diferente, em um ambiente estranho e não cotidiano, e que pode colaborar na forma de resolver problemas e/ou entender o processo criativo. Nesses espaços, as pessoas são levadas a pensar de maneira diferente, muitas vezes interdependente, e sem medo de serem julgadas e/ou avaliadas, e isso acaba levando a pensamentos disruptivos, inovadores e livres.

Logo, a proposta apresentada pelo C2 Montreal, de tirar as pessoas da zona de conforto, com o objetivo de “desorientar”, em certa maneira se encaixa perfeitamente no dia a dia, onde temos que conseguir pensar em formas criativas para a solução de problemas, sem, muitas vezes, partirmos de pressupostos claros ou objetivos tangíveis.

E o que fica como desafio a partir desse primeiro dia de C2? Que devemos pensar, desenvolver e criar experiências que coloquem as pessoas no centro de tudo e de forma efetiva, com marcas cada vez mais focadas em propósitos que elevem a qualidade de vida das pessoas, a partir de uma perspectiva mais participativa, inclusiva e humana.

Enfim, esse foi apenas o primeiro dia, mas fico tranquila ao perceber que todos os temas abordados nas palestras, assim como nas atividades e em todo os momentos durante o evento, reforçam um pensamento meu de alguns bons anos: marcas, design, comunicação, seja o que for, devem ser pensado por pessoas e para pessoas.

 

*Crédito da imagem no topo: Jenpol/iStock

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