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Proximidade com o Festival Internacional de Criatividade aumenta a expectativa de vencedores do Wave Festival quanto a bons resultados na França


28 de maio de 2018 - 12h19

Crédito: Eduardo Lopes

Faltavam poucos minutos para o início da cerimônia de entrega de prêmios do Wave Festival quando o vice-presidente de criação da David, Rafael Donato, foi chamado pela reportagem de Meio & Mensagem para uma foto com os líderes de marketing da Coca-Cola, Javier Merino Rodriguez e Francesco Cibò.

Ao ver nas mãos do editor executivo Alexandre Zaghi Lemos o troféu azul do Blue Wave, prêmio máximo do evento, conquistado em parceria com a marca de refrigerantes mais consumida do planeta, o criativo validou a informação original.  “Nós já podemos pegar o troféu?”, indagou, enquanto estampava no rosto um largo sorriso de dever cumprido com louvor.

A ansiedade é justificada: são poucos os prêmios que mantêm uma reputação de tamanho rigor em suas análises quanto a envergada pelo Wave. Em sua 11a edição, foram concedidos 12 Grand Prix para apenas nove cases. Seis das 18 categorias ficaram sem GP, colocando o festival na contramão da banalização dos prêmios mundo afora. Entusiasta dos mares que é, Rafael sabe que para se destacar no Wave não adianta se jogar em qualquer onda: o que vale mesmo é surfar a melhor da série.

Uma ode à diversidade, apoiada em dois de seus principais produtos e em uma linguagem bem-humorada — em tempos nos quais os discursos de ódio são a opção mais popular para o posicionamento em questões fundamentais para nossos rumos como sociedade —, “Essa Coca-Cola é Fanta. E daí?” ficou com o troféu individual mais cobiçado do evento, que aconteceu de 21 a 23 de maio, no hotel Grand Hyatt, no Rio de Janeiro.

A peça criada pela David conquistou também o GP em Social Change. Com GPs em três categorias emblemáticas para os novos serviços em comunicação (Mobile, Design e Design Craft), o lançamento do banco digital Next para o Bradesco pela R/GA foi o case mais premiado pelos 69 jurados de dez países. Já a AlmapBBDO manteve a hegemonia como a Agência do Ano pelo 11o ano consecutivo — e faturou também o GP de Industry Craft pela campanha “Feitas para o verão brasileiro”, para Havaianas.

Além da excelência criativa e o primor na execução, os três cases têm em comum a expectativa que carregam quanto a um bom desempenho no Festival Internacional de Criatividade de Cannes — assim como os diversos cases internacionais vencedores do Wave, especialmente o Grand Prix de PR, “Vote your way”, da Interaction para o Burger King, que aproveitou o clima bélico instaurado durante a campanha para as eleições presidenciais na Costa Rica para levar além seu já consagrado conceito de promover a paz por meio de hambúrgueres.

A maior proximidade entre os eventos, separados agora por menos de um mês, foi uma das principais novidades do novo formato do Wave, que se posiciona como uma prévia mais acurada da região para a maior premiação global da publicidade, que acontece a partir de 18 de junho, na França. As categorias também foram reorganizadas para espelhar o Cannes Lions e facilitar as comparações e projeções.

Em termos conceituais, outra grande mudança foi a transformação da agenda do evento em uma rede de relacionamentos para criativos latino-americanos, com a presença de executivos de grandes marcas para enriquecer os debates a partir do ponto de vista de negócios.

A cobertura completa do evento, caro leitor, está publicada entre as páginas 14 e 20 da edição impressa desta semana. Vejam os cases, tirem suas conclusões e façam suas apostas — nossa cobertura especial do Festival de Cannes começa na próxima edição.

 

*Crédito da imagem no topo: Eduardo Lopes

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