O outro lado da linha

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Opinião

O outro lado da linha

Entender as necessidades e desejos é a chave para oferecer alternativas capazes de cobrir toda a jornada de consumo das pessoas. Foi assim que o Line se transformou em um smart portal


1 de junho de 2018 - 18h16

Crédito: reprodução/YouTube

Como se já não bastasse a impecável coleção de exemplos ligados à cidadania, educação, cultura, solidariedade, respeito ao próximo e senso de comunidade, o Japão acrescenta mais uma solução – de mídia social – que vai muito além da realidade dos brasileiros. O simples envio de mensagens e redes sociais global não pegaram por lá.

Na terra do sol nascente, é o Line que conecta as pessoas. Daquele lado da linha, reina uma plataforma de comunicação, entretenimento e serviços que já alcançou 200 milhões de usuários em 230 países. Com 5,6 mil funcionários de 25 nacionalidades, a empresa cresce a uma velocidade média anual da ordem de 17% em faturamento nos últimos dois anos. A perspectiva desse ano é alcançar 20% de crescimento.

Entender as necessidades e desejos é a chave para oferecer alternativas capazes de cobrir toda a jornada de consumo das pessoas. Foi assim que o Line se transformou em um smart portal, possibilitando acesso à informação, produtos, serviços, e aproximando as pessoas. O local reúne 87 aplicativos que fornecem desde notícias personalizadas no feed até entrega de refeições, passando por gaming, trabalho e educação.

Os japoneses podem simplesmente mandar uma mensagem ou pagar uma bebida nas vending machines espalhadas pelas ruas de Tokio. O propósito é garantir que a pessoa sempre consiga aproveitar ao máximo o potencial do celular. Experiência única, completa, eficaz. Mas não só para as pessoas. Para as marcas, o Line também funciona como uma poderosa mídia, incluindo foemados para reach (ads nos feeds de notícia ou mensagens por meio de segmentações por interesse, separação demográfica); trigger (promoções por meio de geolocalização, Line Milhagem de pontos, ações do tipo “junte stickers e ganhe”, sampling, QR Code); e engajamento (páginas corporativas onde as marcas se comunicam com os usuários por meio de posts, vídeos, links ads e mensagens, além de poderem conectar a sua base de clientes ao banco do Line via API).

Os dados captados ao longo de toda a jornada facilitam a descoberta de comportamentos, preferências de produtos, frequência de compra e a demanda de serviços, levantando informações capazes de retroalimentar a oferta de novas oportunidades tanto para os usuários como para as marcas. Um ponto que chamou muito a minha atenção é que qualquer usuário consegue gerar business com criação e venda de stickers.

O Line é daqueles serviços que surgem em ocasiões especiais, de situações extremas. Ele nasceu para suprir a necessidade de comunicação entre os japoneses após o terremoto de 2011, que deixou a população sem telefone e apenas com o Twitter, rede que tinha um alcance inexpressivo no Japão àquele momento. De lá para cá, o Line evoluiu a sua frente de negócios sob a missão “Closing the distance”: aproximar as pessoas de pessoas, e pessoas de marcas, empresas e serviços, encurtando o caminho entre o fornecedor e o cliente.

Quando embarquei nessa viagem do Grupo de Mídia de São Paulo para visitar o Japão eu sabia muito pouco a respeito do mercado daquele País. Mas já tinha ouvido falar bastante sobre as diferenças de hábitos no consumo de mídia social entre brasileiros e japoneses. A expectativa era ver tecnologias, estratégias e formatos surpreendentes. E foi o que aconteceu durante a caminhada por Tóquio. Do outro lado do mundo, descobri um gigante, que está longe de ser o WhatsApp dos japoneses. A plataforma promete inovações. A próxima etapa é integrar inteligência artificial com voice user interface e, claro, conquistar novos territórios.

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