Rumo a uma indústria humanizada: a diversidade como essência do futuro

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Opinião

Rumo a uma indústria humanizada: a diversidade como essência do futuro

Existem infinitas formas de cruzar as diversas áreas de conhecimento e expertise e também infinitas novas possibilidades de negócios, produtos, serviços e abordagens


1 de junho de 2018 - 14h52

Créditos: dmack

“Pense de forma mais ampla, e não somente mais profunda” foi a frase que marcou a abertura do C2 Montreal com a palestra do CEO da rede de hoteis Accor. E, por experiencia própria, ele completou: “Todos os negócios estão em cheque e terão que enfrentar o desconhecido e incerto para sobreviver”.

Quando repliquei esses dois conceitos em meu primeiro post sobre o C2, não sabia ainda a dimensão de seu significado. Entendimento esse que só foi possível ao longo dos três dias muito intensos do evento, contando com palestras e palestrantes das mais variadas áreas. Variadas mesmo, de todos os cantos do mundo, desde um sultão dos Emirados Árabes a um especialista em iluminação, pessoas das diversas áreas de economia criativa, agricultura, mídias digital e tradicional, música e televisão, pessoas da área de  robótica, tecnologia, claro, empresários e empreendedores, psicólogos e especialistas em neurociência representantes das esferas governamentais canadenses, incluindo a primeira dama, e “6 under 16”, como foram chamados os jovens que dividiram seus conhecimentos e projetos para atender a humanidade.

Para uma pessoa vinda de uma indústria madura e tradicional, calcada em processos e tecnologia, comecei o evento com a angústia de tentar captar o conteúdo em cada palestra e, claramente não sendo possível, procurei sempre mapear a sua relevância para o meu universo de atuação. Depois de dois dias intensos, um grande embaralho em minha cabeça.

Foi quando, no primeiro painel do terceiro dia, Tech with heart, data with soul, começando com a mágica da música que se transforma pela tecnologia, com Butterscotch (recomendo procurar no Spotify), o robô humanizado, que expressa sentimentos humanos, como o Spotify faz parte da sociedade criando laços entre pessoas e momentos e, por fim ,a evolução ao máximo da compra digital com transparência e experiencia, tudo fez sentido. A naturalidade e a propriedade com que cada interlocutor trouxe o estado da arte em sua área de atuação e construiu de forma clara o entendimento sobre a diversidade. Diversidade não é ser diferente, é ser plural. E na pluralidade estão, sim, as diferenças. E, a partir da colisão dessas, termo amplamente usado e defendido pelo C2, é que nascem as novas possibilidades.

Entendendo-se que existem infinitas formas de cruzar as diversas áreas de conhecimento e expertise, existem também infinitas possibilidades de negócios, produtos, serviços e abordagens. E por isso o futuro é desconhecido e incerto. A partir de agora não existe mais um único caminho. Cada um traçará o seu, formando uma malha tão ampla como o universo.

Ficou claro que o grande desafio para as empresas a partir de agora é se abrir para essa colisão de idéias e conhecimentos a partir da pluralidade da sociedade. O desafio é entender que o conhecimento não está mais dentro de casa. A casa deverá fazer a gestão da união dos conhecimentos respaldando a construção de novos caminhos, desconhecidos, cheios de riscos, sim, mas com muito valor e a única maneira de seguir adiante. O C2 traz em sua forma e nas experiências o seu conteúdo. Ao longo dos três dias, não aprendemos, mas entendemos de fato a dimensão do futuro.

Por fim, a experiencia de viajar com um grupo de profissionais de diversas áreas, liderados pela Câmara de Comércio Brasil Canadá e Associação Brasileira das Empresas de Design (Abedesign), corroboraram para a construção do entendimento plural. A colisão de pessoas com expertises e áreas de atuação múltiplas, incluindo uma indústria do nosso setor, a Klabin. Por trás desse evento, de cada detalhe, está o intuito de nos tirar de nossa zona de conforto e deixarmos de decidir pelo mais fácil para nos abrir e perder medo do incerto.

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