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Opinião

O que a Netflix e o iFood têm em comum?

No mundo da gastronomia, os aplicativos de delivery chegaram pra aumentar mais ainda as ocasiões de consumo, se a indústria de filmes é feita de “Movielovers” e “Moviegoers”, quanto maior essa população, melhor


17 de julho de 2018 - 14h49

Crédito: divulgação

Em 1895 surgiu uma nova maneira de entretenimento, conhecida popularmente como a sétima arte. Além de ser o principal palco para a exibição de grandes estreias, o cinema desde então foi responsável por revelar importantes talentos, como os atores Marlon Brando, Al Pacino e Meryl Streep, que se tornaram ícones e sinônimos de qualidade, e diretores como Steven Spielberg e Francis F. Coppola, que criam seus longas especialmente para exibi-los nas telonas e em grandes festivais como Cannes, Sundance Film Festival e Toronto International Film Festival.

A magia do cinema traz ainda a oportunidade única de concorrer ao prêmio Oscar, que está em 90ª edição e é o maior reconhecimento que um profissional da área pode ganhar. O filme que mantém a liderança da premiação é “Titanic”, longa de 1997 dirigido por James Cameron, com 11 estatuetas.

Com a chegada de novas tecnologias que oferecem formas alternativas de acesso a conteúdos audiovisuais, como é o caso do YouTube e dos serviços de streaming, especula-se muito sobre qual é a melhor maneira de consumir entretenimento. Nesse cenário, o cinema permanece como uma referência e tem parte fundamental na indústria, reunindo tanto verdadeiras multidões, para assistir aos grandes blockbusters, quanto falando diretamente a um público mais segmentado, no caso de filmes de gênero ou de arte.

No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Cinema (Ancine), cerca de 181 milhões de pessoas frequentaram salas de cinema no país somente em 2017, dado que impacta diretamente no crescente investimento publicitário no meio

Um paralelo pode ser traçado com outras startups que se tornaram fenômenos diante de práticas tradicionais. Aplicativos de delivery de alimentos, por exemplo, seriam capazes de esvaziar os restaurantes? Apesar da praticidade de se pedir comida em casa, é importante entender que cada experiência é única, complementar e não alternativa. Comer fora pode ser um momento inesquecível para os amantes da culinária de qualidade, com pratos bem montados e ambiente harmonioso, fugindo da rotina. O mesmo acontece com o cinema em relação à Netflix, por exemplo: assistir a uma produção em casa não substitui a experiência de ver um filme com a tecnologia e o conforto que só uma sala moderna de cinema pode oferecer. Você já pensou quem tira de você de casa naquela sexta que chega cansado do trabalho? Mas e quando ficar em casa não é opção, quem te segura lá?

A relevância da sétima arte no âmbito nacional e mundial, dentro do mercado audiovisual, segue tão grande que talentos de outras plataformas migram para o cinema para potencializar a projeção de sua imagem. Isso mostra como a exibição nas telonas ainda é imprescindível para lançar ou complementar o sucesso de um personagem do entretenimento, uma vez que ele traz um maior reconhecimento para o artista. Exemplo disso é a migração de youtubers como Kéfera Buchmann – que protagonizou três filmes: “É Fada”, “O Amor de Catarina” e “Gosto se Discute” – e Christian Figueiredo, que estrelou os longas “Eu Fico Loko” e “Internet: O Filme”, para o cinema.

Canais da TV paga também apostam no poder de alcance do cinema para expandir seu sucesso, como é o caso de “Sex and the City”, série premiada da televisão americana que ganhou dois longas após sua última temporada; “Os Simpsons”, que ainda está no ar, mas ganhou um longa em 2007 que arrecadou mais de meio bilhão de dólares em todo o mundo; e as franquias de super-heróis da Marvel e DC que foram além das animações e ganharam filmes em live-action, como “Vingadores – Guerra Infinita”, que teve uma das maiores bilheterias da história e recebeu cerca de US$ 1,9 bilhão.

No Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Cinema (Ancine), cerca de 181 milhões de pessoas frequentaram salas de cinema no país somente em 2017, dado que impacta diretamente no crescente investimento publicitário no meio. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Kantar Ibope, no primeiro semestre deste ano, os investimentos na mídia cinema representam 3% do market share da publicidade. O interesse em anunciar no cinema se deve a inúmeros fatores, entre eles o baixo grau de dispersão – uma vez que os espectadores estão imersos em um ambiente que retém a atenção das pessoas e com o celular desligado!

No mundo da gastronomia, os aplicativos de delivery chegaram pra aumentar mais ainda as ocasiões de consumo, se a indústria de filmes é feita de “Movielovers” e “Moviegoers”, quanto maior essa população, melhor! Quantas vezes você já não pensou consigo mesmo… “Esse” eu tenho que ver no Cinema!

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