Da camiseta à realidade

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Opinião

Da camiseta à realidade

Se o futuro certamente é feminino, seguramente também deveria ser o presente. Por mais barreiras que encontremos, precisamos definitivamente construir esse tal futuro, unir forças e realizar mudanças já


11 de outubro de 2018 - 10h00

(Crédito: Tirachard Kumtanom/Pexels)

“The future is female”. Você já deve ter lido e visto essa frase em camisetas, adesivos, bonés – um conceito que tem força e que representa o desejo de milhões de pessoas pelo mundo que acreditam e lutam para que uma frase bonita vire realidade.

Se o futuro certamente é feminino, seguramente também deveria ser o presente. Por mais barreiras que encontremos, precisamos definitivamente construir esse tal futuro, unir forças e realizar mudanças já. Um relatório da Organização das Nações Unidas aponta que, no ritmo atual, serão necessários 81 anos para se alcançar a paridade de gênero. No entanto, em um cenário que mulheres tenham o mesmo papel que homens na economia, a equidade de gênero poderia injetar 28 trilhões de dólares no mercado global até 2025, segundo um estudo da McKinsey.

Ou seja, falar sobre o papel da mulher nos negócios é bom para o mundo todo, literalmente, em termos econômicos. A questão da mulher nos negócios – e mais precisamente na área de comunicação e agências – precisa ser discutida. Somos um mercado que se considera atualizado, fomentador de mudanças e de inovações contínuas. Mas menos de 6% das posições de liderança são preenchidas por mulheres, que em contrapartida representam a maioria na base da pirâmide das equipes. Ser a única mulher na sala do board é a regra.

Sabemos que diversidade traz melhores resultados, traz novas perguntas e pontos de vista que deságuam em inovação. Você, líder desse mercado, que movimento realmente efetivo tem feito ou fomentado em seu time com o objetivo de garantir que todos sejam representados – e assim, seu negócio esteja conectado com o AGORA e floresça?

Por esse e outros tantos motivos que no último dia 4 trouxemos para o Brasil a primeira edição do Agency Women’s Leadership Day (AWLD) do Facebook. Uma iniciativa global que desembarcou em terras brasileiras com a prerrogativa de inspirar, provocar e ajudar a transformar o cenário de desigualdade de oportunidades para o desenvolvimento de lideranças femininas no nosso setor.

Mais do que um encontro profissional, a nossa busca foi a de promover a troca entre gente de crenças diversas e que, por muitas vezes, compartilha as mesmas dificuldades. Um dia inteiro com a presença de mais de 150 mulheres exclusivamente do mercado de Agências discutindo, trocando e se comprometendo a serem a mudança.

Tivemos diversos painéis dando luz a diferentes questões. Porém, a presença e a conversa com a Major Denice Santiago, da PM da Bahia, encapsulou toda a força da iniciativa. Com mais de 27 anos de trabalho na Polícia Militar e líder da Ronda Maria da Penha desde 2015, Major Denice construiu em quase uma hora de conversa uma ponte mágica entre sua história e a de todas mulheres presentes.

Não permitir que nos definam, que nos limitem. Não permitir que os outros estabeleçam onde você pode chegar e o que pode fazer. Voar e acreditar, trabalhar hoje para que o futuro seja reflexo do que fazemos AGORA. Ser pioneira, abrir caminho, estender a mão e trazer outras mulheres junto com você. Não ter na outra mulher uma competidora, mas sim uma aliada. Tudo isso, envolto em generosidade, doçura, coragem e muita força também.

Parece óbvio para você? Pois bem. Precisamos ser lembradas de cada uma das palavras da Major Denice o tempo todo. A loucura do dia a dia e a dinâmica do mundo dos negócios buscam nos fazer esquecer de tudo isso.

Estar ali entre tantas mulheres que acreditam que devemos atuar hoje enche o coração de esperança. Dali, saíram projetos em conjunto, reuniões com próximos passos claros, iniciativas sobre diversidade para serem expandidas para mais agências. Dali, saíram mulheres mais unidas, com toda certeza.

Pode ainda parecer um sonho, mas para nós, THE PRESENT IS FEMALE. E o futuro será consequência de “agoras” como esse. Vamos construí-lo juntas?

*Crédito da foto no topo: Dom J/Pexels

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