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Pesquisas e plataformas digitais apontam reaquecimento do turismo no Brasil

De 2016 para cá, não temos deixado de viajar, mas viemos reinventando a nossa forma de fazer isso. Com orçamentos mais restritos e sua moeda desvalorizada, os brasileiros deram preferência a destinos mais próximos e mais baratos.


20 de março de 2018 - 8h00

Por Eduardo Fleury (*)

Desde 2014, como todos sabem, o Brasil vem enfrentando uma das piores crises econômicas de sua história. A recessão foi particularmente forte em 2015 e 2016, mas seus efeitos continuaram fortes na primeira metade de 2017. O turismo, como outros segmentos, naturalmente foi afetado durante esse período desafiador, mas desde o fim do ano passado dá sinais de reaquecimento.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Ipeturis (Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo) para o Sindetur-SP (Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo), 82,1% das empresas do ramo de agenciamento turístico (agências de viagem, OTAs e outros players) apresentaram queda nas vendas em 2015, por exemplo. Apesar desse e de muitos outros dados que comprovam as dificuldades do segmento durante a crise, gosto de pensar no turismo como um camaleão, capaz de se adaptar ao ambiente externo e usá-lo a seu favor. É um setor flexível e, de 2016 para cá, não temos deixado de viajar, mas viemos reinventando a nossa forma de fazer isso.

Em 2016 e no início de 2017, por exemplo, observamos uma queda na procura por destinos internacionais. Com orçamentos mais restritos e sua moeda desvalorizada, os brasileiros deram preferência a destinos mais próximos e mais baratos. É interessante notar, no entanto, que a desvalorização do real também atraiu viajantes estrangeiros para o país, o que reforça a ideia de que o turismo é um segmento que se transforma para se adaptar às adversidades. Em paralelo à era de ouro das viagens nacionais, houve um grande crescimento de buscas por viagens mais curtas – tendência que ainda devemos observar em 2018, visto o grande volume de feriados emendados. Muitos viajantes podem preferir pulverizar seu orçamento em várias viagens curtas a guardá-lo para uma única viagem maior.

De qualquer forma, os sinais de retomada estão por todos os lados. Em 2018, por exemplo, houve um volume de buscas no KAYAK por viagens para o Carnaval em média 73% maior do que em 2017. Agências de viagem, hotéis e companhias aéreas também reportaram alta nas vendas para esse período em comparação com o ano passado. É interessante notar, no entanto, que entre os destinos que mais cresceram estavam São Paulo e Belo Horizonte, cidades que apresentaram preços médios de passagens e hospedagens mais em conta e cujos Carnavais têm acontecido nas ruas, de forma bastante popular, democrática e econômica para os viajantes.

Também temos observado, desde o fim de 2017, um aumento na procura por destinos internacionais, que coincide com um crescimento do PIB e contenção da inflação. Destinos como Lisboa, Paris, Miami e Orlando, tradicionalmente queridos pelos brasileiros, voltaram com força total. Para os próximos meses, resta verificar se as tendências de viagem observadas ao longo da crise – como viagens curtas, preferência por destinos nacionais e até por opções alternativas de hospedagem – continuarão fortes durante a retomada. Fica a certeza de que, parafraseando Lavoisier, o turismo, apesar das adversidades, não se perde; se transforma.

 

(*) Eduardo Fleury é country manager do KAYAK no Brasil

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