Morre Stan Lee, ícone da Marvel

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Morre Stan Lee, ícone da Marvel

Creditado por ser o cocriador de personagens como Homem-Aranha, Hulk, Thor, X-Men e Pantera Negra, ex-escritor e publisher faleceu aos 95 anos


12 de novembro de 2018 - 19h11

*Do Advertising Age

Um dos criadores da Marvel, Stan Lee morreu nesta segunda-feira, aos 95 anos, em Los Angeles. O renomado escritor e publisher é considerado responsável por trazer uma sensibilidade moderna às histórias em quadrinhos e, posteriormente, fornecer um lucrativo alimento para Hollywood, como co-criador de super-heróis como o Homem-Aranha, o Incrível Hulk, X-Men e Homem de Ferro.

 

Stan Lee, discursando em evento da Disney (Crédito: Disney/ Image Group/ Divulgação)
STAN LEE

Desde seu início como escritor da Timely Comics, em 1941, Lee passou a editor e publisher da Marvel Comics. Sua marca passou a ter efeito no início dos anos 1960, ao ter a ideia de colocar problemas mundanos e personalidades temperamentais na vida dos super-heróis: um salto em relação aos personagens de histórias em quadrinhos do passado. “Pela primeira vez eu queria escrever histórias que não insultassem a inteligência de um leitor mais velho, histórias com caracterização interessante, diálogos mais realistas e enredos que não tinham sido reciclados milhares de vezes antes”, escreveu Lee em seu livro de memórias de 2002: Excelsior: The Amazing Life of Stan Lee. Ele se referia à criação, junto ao artista Jack Kirby, do Quarteto Fantástico, em 1961, o grupo de cientistas que ganha poderes especiais depois de ser exposto à radiação cósmica.

Posteriormente, ajudou a criar o Incrível Hulk. Ele disse que perguntou a Kirby: “Você pode desenhar um monstro de boa aparência, ou pelo menos um monstro de aparência simpática?”. Depois vieram o Poderoso Thor, Homem de Ferro e X-Men, ainda no início dos anos 1960.

Método Marvel
Em 1962, Lee encontrou uma oportunidade — a edição final de uma história em quadrinhos chamada Amazing Fantasy — para introduzir um personagem com poderes de aranha para grudar nas paredes e teto. À moda de Lee, esse herói, o Homem-Aranha, era um adolescente normal durante as horas de folga, um órfão chamado Peter Parker que vivia com a tia e o tio e lutava contra inimigos tão mundanos quanto as espinhas e os primeiros sentimentos românticos.

“Exceto por seu superpoder, ele seria o garoto de má sorte por excelência”, escreveu Lee mais tarde. Ele achou os primeiros esboços de Kirby de Peter Parker muito bonitos e confiantes, então procurou outro artista, Steve Ditko, que inventou o visual único do personagem. Introduzido em 1962, o Homem-Aranha se tornou seu próprio quadrinho um ano depois e passou a ser o personagem de maior sucesso da Marvel.

Mas foi com Kirby que Lee desenvolveu o relacionamento escritor-artista colaborativo que ficou conhecido como o “Método Marvel”. Outros personagens criados desse modo nasceram junto e Bill Everett, Don Heck e Larry Lieber. Entre eles estão o Demolidor, os Vingadores, o Doutor Estranho e o Poderoso Thor.

Ao voltar sua atenção para cinema e televisão nos últimos anos, ele permaneceu como presidente emérito da Marvel, que foi comprada pela Walt Disney Co. em 2009 por mais de US$ 4 bilhões. A aquisição adicionou os 5 mil personagens da Marvel à família de Mickey Mouse e Pato Donald.

“Stan Lee foi tão extraordinário quanto os personagens que criou”, disse Bob Iger, diretor-executivo da Disney, em comunicado. “Um super-herói por seus próprios méritos para os fãs da Marvel ao redor do mundo, Stan tinha o poder de inspirar, entreter e se conectar. A escala de sua imaginação só foi ultrapassada pelo tamanho de seu coração.” No início de 2018, a Disney lançou o filme Pantera Negra, um filme baseado em um chefe tribal africano criado em meados dos anos 1960 por Lee e Kirby — o primeiro super-herói negro em uma história em quadrinhos americana.

Lee era famoso por fazer aparições em filmes da Marvel, muitas vezes dispensando sabedoria ou fornecendo um pouco de alívio cômico. Em Venom, lançado no mês passado, ele interpretou um dog walker em São Francisco. Anteriormente, em Homem-Formiga e a Vespa, ele tenta entrar em um carro que desaparece. “Bem, os anos 1960 foram divertidos, mas agora estou pagando por isso “, foi sua fala no filme.

“Se você gosta do que está fazendo, não se sente como se estivesse trabalhando”, disse Lee em março de 2010. “Outros homens estão animados por saírem e jogarem golfe. Eu estou animado para vir ao escritório.”

Saboreando palavras
Stanley Martin Lieber nasceu em 28 de dezembro de 1922, em Nova York, o primeiro dos dois filhos de imigrantes judeus-romenos: o alfaiate Jack e Celia. Leitor voraz, Lee se formou aos 17 anos na DeWitt Clinton High School, no Bronx. Um tio ajudou-o a conseguir um emprego na Timely, a editora de histórias em quadrinhos de propriedade de Martin Goodman, marido da prima de Lee. Os títulos de maior sucesso da Timely apareceram sob o nome de Marvel.

Como a carga de trabalho aumentou, Lee teve a chance de escrever suas primeiras histórias para os quadrinhos do Capitão América, em 1941. Ainda com a esperança de se tornar um romancista de sucesso, ele decidiu usar pseudônimos incluindo ST Anley, Stan Martin e Stan Lee. Mais tarde, mudaria seu nome oficialmente para Stan Lee.

Depois de um ano na Timely, Lee ingressou no exército americano em 1942. Ao invés de ser enviado a bordo, ele foi designado para uma unidade da Signal Corps baseada nos EUA para escrever roteiros de treinamento e manuais de instrução e desenhar um pôster ocasional. Ele retornou em 1945 para Timely, que se tornou Atlas Comics.

Depois de escrever romances e faroeste, Lee foi designado para escrever sobre uma nova equipe de super-heróis na Atlas e começou a perseguir sua visão do herói imperfeito, propenso à vaidade humana, fragilidade e outras falhas. Foi dele a ideia de mudar o nome da Atlas para Marvel. Tornou-se redator-chefe e editor-chefe da Marvel e, em 1972, sucedeu Goodman como editor.

Em 1980, ele se tornou chefe criativo da Marvel Productions em Hollywood e desenvolveu filmes baseados em personagens da Marvel. Ele continuou seus esforços de TV e filmes depois que Ronald Perelman comprou a Marvel em 1988 e teve seu título rebaixado para presidente emérito depois que a Marvel buscou proteção contra falência em uma batalha legal que culminou com Carl Icahn se tornando presidente em 1997.

Em 1998 formou a Stan Lee Media, para oferecer episódios animados na internet, que também quebrou em 2001. Uma investigação federal culminou em acusações criminais contra o sócio de Lee no empreendimento, Peter Paul, que se declarou culpado de fraude de ações. Nenhuma alegação foi feita contra Lee.

Lee então criou a POW! Entertainment e focou em trabalhar como escritor e produtor executivo de cinema e televisão. O enorme apelo de bilheteria dos personagens da Marvel foi notório: Homem Aranha 2, por exemplo, de 2004, faturou US$ 800 milhões em todo o mundo, com Tobey Maguire e Kirsten Dunst como protagonistas. Em um processo de 2002, Lee disse que a Marvel Enterprises não conseguiu honrar um contrato que lhe prometeu 10% dos lucros da TV e produções cinematográficas e, graças aos lucros das bilheterias, Lee recebeu US$ 10 milhões após as partes chegarem a um acordo em 2005.

Lee teve Joan, fruto do casamento com Joan Clayton Boocock em 1947 — a esposa faleceu em julho de 2017. Foi a própria filha quem comunicou ao site americano TMZ a morte do pai, sem especificar as causa.

*Com Bloomberg News

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