Por dentro do júri: Insights from the inside
Jurado de PR, Gabriel Araujo, da Little George, conta como foi o processo de escolha dos vencedores e dá dicas para quem quer melhorar a performance em Cannes
Por dentro do júri: Insights from the inside
BuscarJurado de PR, Gabriel Araujo, da Little George, conta como foi o processo de escolha dos vencedores e dá dicas para quem quer melhorar a performance em Cannes
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22 de junho de 2017 - 15h00
Por Gabriel Araujo, vice-presidente executivo e diretor de criação da Little George
Após 7 dias intensos de pelo menos 10 horas de trabalho por dia, encontramos os cases que nos deixaram orgulhosos. Vimos muita coisa boa morrer na praia, mas o que tinha de melhor ficou e foi premiado. Posso dizer que vi muito trabalho interessante ficar no shortlist porque as agências não estavam atentas à importância de escolher as categorias certas para o trabalho e também simplesmente não prestaram atenção na hora de escrever a ficha técnica. Isso também fez toda a diferença, porque queremos premiar o que temos de melhor, mas também não ser injusto e entender se o trabalho condiz com a categoria.
Tenho que destacar alguns pontos que encontrei e acho que farão toda a diferença para o próximo ano. Aqui vamos nós:
Esqueça o AVE, o júri quer ver uma medida real com resultados que mudaram negócios, reputação da marca, mudanças sentimentais, então preste atenção para fornecer o máximo de informação que você possui, mas com consistência.
Além disso, nunca diga que seu case quebrou a internet, porque não é verdade. Sua campanha pode estar no trending topics, mas ela é apenas uma conversa entre bilhões.
Outro ponto, quando você diz que sua campanha foi feita com zero budget, parece super esperto mas ninguém compra a ideia. O júri só tem gente sênior, com muita estrada e isso soa quase como uma ofensa. Melhor dizer que foi um orçamento baixo do que foi zero.
Tivemos apenas algumas boas campanhas de data driven. Isso significa que você precisa melhorar as habilidades da sua agência ou começar a ser mais data driven no dia a dia. Apresentar dados para provar a força do seu insight torna o trabalho mais forte dentro do júri e ajuda a convecer a todos a votar por você.
Mas usar dados corretamente não significa que você vai ganhar, isso é só uma parte para garantir consistência. O Cannes Lions é um festival de criatividade, por isso a ideia tem que ser nova, impactante e forte o suficiente para impressionar o júri.
Em relação as tendências, acredito que vale um estudo profundo para encontrar um território consistente para o trabalho. Compreender esse território vai fazer você não ser clichie. Nós assistimos mais de 35 cases citando o Trump. E nem um ganhou um Leão. Por causa do Trump? Não. Porque eles eram fracos.
Uma das grandes tendências que eu vi neste ano é como as agências começaram a desenvolver produtos para gerar conversas. E essa inovação não era apenas de alta tecnologia, nós a vimos em camisas de times, livros, crayons e museus.
Quero terminar esse texto mostrando o melhor trabalho que vi no júri e que me fez sentir bem. Afinal, é uma grande felicidade ter conseguido aumentar para 10 o número de leões conquistados pelo Brasil na minha categoria.
Two guys went to the cinema
Safe Collection Amazon Warriors
Spanish Lessons
Like my addiction
Fearless Girl
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