A experiência digital da China
Jean Lin, CEO global do Grupo Isobar, mostra quais são os atuais desafios da potência mundial no segundo dia do ProXXIma 2014
Jean Lin, CEO global do Grupo Isobar, mostra quais são os atuais desafios da potência mundial no segundo dia do ProXXIma 2014
Meio & Mensagem
7 de maio de 2014 - 3h18
* do Proxxima
Este segundo dia do ProXXIma 2014 The Business Edition, realizado no Sheraton WTC, em São Paulo, começou com a apresentação "Flavor of China: dream, scale and aoppotunities", de Jean Lin, CEO global do Grupo Isobar, que nasceu em Twain, mas passou os últimos 20 anos na potência mundial.
Muito simpática, ela agradeceu e saudou a platéia em português. Em seguida, abriu a apresentação para falar de sonhos. "A China era a grande fábrica do mundo, mas agora está em uma nova era e pensa cada vez mais em criatividade, inovação e crescimento dos negócios", disse. "Muitos sonhos estão na cabeça do povo chinês."
Entre os sonhos "internos" dos chineses, está a melhoria da qualidade de vida. "Desde o presidente Xi, a China tem sonhos de ser muito mais do que a maior fábrica do mundo, mas de ser também um país com mais qualidade de vida para as pessoas", afirmou. "Fala-se muito também em uma transição econômina focada no consumo nacional e não tanto na exportação, esse é o novo objetivo do governo, que está em busca de maior equilíbrio."
Com isso, se no passado o foco da China era a manufatura, agora ela está preocupada com atendimento à saúde, energia e tecnologia. "O problema da poluição é imenso e causa muito sofrimento e, claro, o governo que atrair muito investimento estrangeiro para melhorar as condições de vida e ambiente no país."
Para Jean Lin, a busca pelo bem-estar das pessoas e por um crescimento sustentável está fazendo com que a China abra mão de uma parte do seu crescimento. "Neste ano, o crescimento deve ser de 7,5%, que é enorme quando comparado a outros países, mas é baixo quando comparado aos 14,2% que a China cresceu em 2007."
Mundo de oportunidades – Ela também destacou, claro, a quantidade de oportunidades à disposição de marcas e empresas. "Vamos pegar a indústria automobilistica como exemplo", disse. "A China, sozinha, comercializa mais automóveis que a Europa inteira e mais também que os Estados Unidos e representa a maior oportunidade do mundo para a indústria automobilística e nós consideramos que o consumo interno vai conduzir o país e será a chave para o crescimento sustentável na China."
A CEO global também destacou as marcas de luxo, que também são fundamentais no país em que a classe média cresce cada vez mais. "O consumo de luxo será a espinha dorsal da China em breve e deve superar o Japão já em 2015", afirmou. "Até 2020, passaremos de 80 a 180 milhões de consumidores de produtos de luxo no país", disse ela. "É uma oportunidade imensa para marcas chinesas que, claro, vem sempre acompanhada de desafios."
Sobre o digital – Jean Lin lembrou também, claro, que a China tem a maior população online do mundo, com mais de 591 milhões de pessoas conectadas, que devem ser 780 milhões em 2015. Para ela, o segredo do engajamento das marcas com os consumidores está em garantir que inovação, envolvimento e utilidade.
Como exemplo, ela citou uma ação criada pela Isobar da China para a Coca-Cola durante os jogos olímpicos de Londres, em 2012. "A ideia era que a população pudesse inspirar seus heróis em solo estrangiero e o país inteiro participou", contou ela. Foram criados nada menos do que 197 milhões de beats pelos chineses. "Foi a maior ativação que o mundo já viu."
A executiva também destacou o quanto o digital influencia a vida das pessoas e o quanto a China vem transformando cultura em ecommerce por meio de aparelhos móveis. "O mobile é a chave para a mudança do cenário dos negócios na China", afirmou. "Ninguém mais pode ficar sem um celular."
Jean Lin também destacou marcas chinesas que fazem muito sucesso interna e globalmente. Um dos exemplos foi a Xiaomi, fabricante de celulares e roteadores criada em 2010. "Seu primeiro celular foi lançado em 2011 e, até hoje, eles já enviaram 3,3 milhoes de aparelhos para o mundo, contra 7 milhões da Apple", disse ela. "Essa marca nunca foi construída com base na mídia tradicional, começou com boca a boca e mídia social", revela. "Precisamos pensar nisso e entender como inovar a forma como as marcas são construídas."
Ela também destacou o site de comércio eletrônico taobao.com, o maior China e um grande influenciador. "Em 11 de novembro de 2013, eles realizaram o ‘single day sales’ e venderam 5,7 bilhões de dólares, com mais de 45 milhões de transações móveis que renderam 1,8 bilhão de dólares", disse. Como comparativo, as vendas mensais do Walmart China são de 90 milhões de dolares. "O social é um fator chave que realmente influencia o marketing na China e todas as atividades hoje precisam ter ligação com ecommerce."
Por fim, ela afirmou que a China quer reverter a imagem de produtos "made in China", com baixo custo e pouca qualidade, e também garantiu que as agências que farão a diferença no futuro serão aquelas que não fazem apenas comunicação digital, mas que também são capazes de construir tecnologia com profundidade e gerenciar plataformas. "Elas trarão impacto para os clientes por serem parceiras de produção para ideias e produtos."
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