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Comunicação

Após polêmicas, Cannes muda Media Lions

Votos para própria holding e próprio país não serão computados. Júri será dividido em grupos e apenas nove jurados escolhem premiados


26 de abril de 2013 - 2h11

O júri de Media Lions do Festival de Cannes terá importantes mudanças para este ano. A primeira delas é que o jurado não terá o voto computado para as peças que envolvam suas próprias agências. No caso de o executivo ocupar um cargo global, ele não pode votar em nenhum trabalho da rede.

Além disso, foi estabelecida uma nova metodologia de avaliações que irá restringir o poder decisório a apenas nove pessoas. 

A medida de Cannes divide o júri em dois estágios. No primeiro, os 40 jurados serão divididos em oito grupos de cinco, sob a liderança de um “capitão”. Caberá a todos os 40 determinar o shortlist da categoria. O presidente do júri, Jack Klues, Chairman da VivaKi, será uma espécie de curinga, circulando por todos os subgrupos, mas sem poder de voto nessa primeira fase, que durará três dias.

A partir daí, começa a segunda fase, também de três dias, que consiste no processo de decisão sobre a graduação do prêmio – se Grand Prix, Ouro, Prata, Bronze ou nada. Apenas os oito “capitães”, além de Klues, terão o poder de escolha nessa fase. Os oito jurados líderes são Cheuk Chiang (OMG), Doug Ray (Carat), Jim Elms (Initiative Worldwide), Dominique Delport (Havas Media), Melanie Varley (MEC Global), Richard Dunmall (Naked Communications), Jim Vail (RJ Palmer) e Masaki Mikami (Hakuhodo-DY Media Partners).

As mudanças, principalmente a restrição a votos para as próprias agências, podem ter a ver com a grande polêmica do festival em 2012, quando o Media Lions foi cenário para graves acusações de executivos do alto escalão da publicidade.

Martin Sorrell, CEO do WPP, afirmou ao The Guardian que alguns jurados da categoria estavam enfrentando pressões inapropriadas para votar contra determinadas peças, e que isso tiraria as chances de vitória das agências da holding dele. Sorrell não disse em que categoria o fato ocorreu, mas o Guardian apurou que teria sido no júri do Media Lions, que foi liderado no ano passado por Mainardo de Nardis, CEO da OMD, bureau de mídia do Omnicom.

A reação não demorou a acontecer. No mesmo dia, o alemão Amir Kassaei, diretor global de criação da rede DDB, do Omnicom, disse à revista Campaign que havia solicitado aos jurados da rede que votassem de maneira independente. E ele foi além: “Fui notificado por não menos do que 12 jurados que pessoas de outras holdings tinham recebido a missão de matar a Omnicom, especialmente as redes BBDO, DDB e TBWA”. A declaração bombástica movimentou os bastidores do evento e, conforme apurou Meio & Mensagem, o Omnicom reportou ao festival que aquela não era a posição oficial do grupo, mas, sim, uma visão pessoal de Kassaei, e que continuaria a inscrever peças normalmente nos próximos anos (leia mais sobre isso aqui).

De qualquer forma, a briga certamente influenciou nas mudanças para o Media Lions em 2013.

wraps

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