“Existia o risco de o Neymar não topar”
Daniele Marques, diretora de conteúdo da Bold, agência digital de Snickers, fala sobre os bastidores da ação com Neymar
Daniele Marques, diretora de conteúdo da Bold, agência digital de Snickers, fala sobre os bastidores da ação com Neymar
Mariana Stocco
15 de setembro de 2016 - 13h43
Um dos assuntos que movimentou as redes sociais nesta semana foi o vídeo do Neymar lançando sua carreira musical. A ação, na verdade, era uma campanha do jogador do Barcelona com a marca de chocolates Snickers. Quando foi apresentada a campanha, na última quarta-feira, 14, a marca gerou um engajamento de mais 100 mil tweets ao longo de 6 horas, alcançando o Trending Topics mundial, e também conquistou mais de 12 milhões de views no vídeo. O Meio&Mensagem conversou com Daniele Marques,sócia e diretora de conteúdo da Bold, uma das agências responsáveis pela ativação. Também participam AlmapBBDO, In Press Porter Novelli e Integer\Outpromo.
Meio & Mensagem – Como surgiu a ideia da campanha?
Daniele Marques – O conceito de Snickers ‘você não é você quando está com fome’ é global, e o objetivo é fortalecer ainda mais no Brasil. Então, em todas as oportunidades que temos, aproveitamos para apresentar o conceito. O trabalho foi feito em conjunto e a gente foi responsável por fazer a divulgação da promoção com o Neymar e ajudar a consolidar o conceito. Durante o nosso brainstorm, essa não era a ideia mais ousada, porque sempre tinha a possibilidade dele não topar. O que fez muito diferença foi a estratégia de como a gente montou tudo, desde o tweet até a escolha da música que trouxe verossimilhança.
M&M – Como foi a operação para não deixar vazar?
Daniele – Teve uma operação grande, a gente está há meses planejando esse projeto. Envolvemos algumas pessoas no time e deixamos todos cientes da confidencialidade. Nós realizamos monitoramento e a equipe de PR da marca também estava em tudo, vendo os possíveis riscos.
M&M – Vocês esperavam essa repercussão internacional?
Daniele – A gente não esperava uma repercussão tão grande. É claro que esse era o objetivo, até porque o Neymar tem muito alcance. A gente está fazendo isso na época da Champions League, mas não imaginava que faria tanto barulho quanto fez. O objetivo, desde o começo, era como dividir isso em uma estratégia e gerar uma história que fizesse sentido. Depois pensamos em como poderíamos aumentar ainda mais a história. O uso do Safadão foi uma estratégia nesse sentido, para trazer mais semelhança com a vida real. Por ele ter essa relação próxima com os amigos.
M&M – Quais eram os riscos envolvidos?
Daniele – Por ele ser uma pessoa pública e ser uma ação grande, sempre há riscos. Mas os principais seriam possíveis críticas ao Neymar e de como a ideia foi feita.
M&M – Qual foi o nível de envolvimento do Neymar? Ele ajudou na concepção da campanha ou só executou?
Daniele – A estratégia já foi apresentada dessa maneira e o que ele fez foi topar. Essa parte da negociação foi feita pela Almap, mas essa ideia chegou pronta pra ele. A gente compôs a música e gravou aqui na Bold. Foi tudo bem redondinho. O texto que ele leu ficou muito igual ao que estava no roteiro. A gente tinha um pouco de receio quando fomos para Santos passar o briefing, mas ele topou de primeira. A gente poderia ter feito algo muito básico, só com dois vídeos, a gente pensou em como tirar o melhor proveito disso. Tanto na estratégia de timing como a escolha de música.
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