Much More quer destravar o potencial digital das empresas

Isabella Lessa
24 de abril de 2017 - 17h49

Bob Wollheim (Crédito: Chico Max)

Aos seis anos de atuação no mercado, a Sodet, empresa de inovação e tecnologia consultoria criada por Teco Sodré e Silvio Meira, fundador do C.E.S.A.R. e do Porto Digital, em Recife, passa a atender pelo nome de Much More. A nova assinatura reflete a mudança de posicionamento da operação, que agora atua como consultoria que tem como principal objetivo “destravar” o potencial digital das companhias. O quadro societário da empresa, formado por Sodré, Meira, Ariela Primo e Bruno Encarnação, ganha mais um membro: Bob Wollheim, head of digital do Grupo ABC.

No final de 2015, a Much More havia sido anunciada como uma joint venture entre Grupo ABC e Sodet. A divulgação, porém, antecedeu a venda do ABC para o Omnicom ocasionando um stand-by. Mas a parceria se resume a uma aliança estratégica, a holding não tem participação nas ações da empresa. O que pode acontecer, segundo Wollheim, é que a Much More ofereça seus serviços aos clientes do ABC e que o grupo, por sua vez, possa dar suporte para o crescimento do empreendimento além de suporte em comunicação.

Nesse período de integração entre grupo e holding, os sócios perceberam que o mercado estava mudando a uma velocidade bastante rápida com passos largos das consultorias e empresas de tecnologia. “As empresas de consultoria, comunicação e tecnologia estão indo para um caminho mais integrado, ainda que cada uma mantenha seu DNA. O comportamento do consumidor mudou e a importância do business em todas essas áreas cresceu”, comenta Wollheim. Diante dessa percepção de que o desafio de todas essas empresas é o negócio – em todas as suas instâncias -, a Much More chegou a um modelo de atuação sintetizado na frase “unlocking digital dollars”, que nada mais é do que ajudar corporações maduras no digital a encontrar oportunidades de negócio que impulsionem a receita e até deem origem a novas áreas de atuação.

Na visão dos sócios, ao longo dos primeiros 15 anos de digital no País, muitas empresas souberam destravar o digital, notadamente as de e-commerce. Muitas outras, porém, restringiram-se a explorar o digital no âmbito da comunicação, que é somente uma das partes que compõem esse universo. “Poucas mexeram no seu core business”, analisa Wollheim. “Por que uma grande operadora ou um banco que têm milhões de clientes e poucos usuários? O Waze tem milhões de usuários e poucos clientes. Por que uma empresa dessas não pode ter mais usuários e novos negócios?”, questiona. A tecnologia fez com que o consumidor exigisse serviços e produtos eficientes dentro de um período de tempo cada vez menor. De acordo com Wollheim, essa urgência foi complementada pela crise, que pressionou o mercado a ser eficiente de maneira mais rápida e a deixar de lado processos que não funcionam mais. Nesse contexto, a Much More mexe em componentes que envolvem áreas como mídia, performance, estratégia e branding.

O diferencial em relação às demais consultorias, além de, obviamente, o tamanho, está na execução dos trabalhos dentro de casa. “Nascemos dentro do Porto Digital e trabalhamos muito em rede, mas a gente gosta de implementar o que desenvolvemos. A gente executa, a gente faz o software, faz o site”, conta Wollheim. E, além disso, a velocidade da entrega. “A gente não tem a certeza do acerto. É preciso errar rápido para consertar rápido. A 99 Taxis não parou para pensar no impacto do Uber, foi lá e criou novas opções. Então, a velocidade faz toda a diferença para as corporações”. Até o momento, a empresa desenvolveu trabalhos para FCA, Baterias Moura e Natura.