O que o hacking do M&M e ProXXIma revela sobre o Mal e o Digital

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Blog do Pyr

O que o hacking do M&M e ProXXIma revela sobre o Mal e o Digital

Hacking é mais do que apenas um crime digital, passou a ser a própria internet em si, uma das naturezas originais primevas do ambiente digital, um câncer em estado de metástase, que se alojou no corpo social global e que não tem, no momento, qualquer perspectiva remota de cura. Antes ao contrário.


3 de setembro de 2018 - 8h00

 

Como o leitor possivelmente tomou conhecimento, os sites www.meioemensagem.com.br e www.proxxima.com.br foram hackaeados semana passada.

Milhares de sites por segundo são hackeados mundo afora. Bilhões de dados por ano são invadidos e assaltados. Não fomos exceção, somos a regra.

Mas que regra é essa e o que ela nos revela sobre o mundo em que vivemos?

Aproveito o (infeliz) gancho do hacking, para falar sobre o que de fato é a internet hoje. O que é o hacking e o que nossa vida digital e a vida das nossas empresas tem a ver com isso.

Começo dizendo que no parágrafo aí acima tem um grave erro:  não existe vida digital. Existe vida, e o digital embedado profundamente nela, já que não existe praticamente nada hoje que não esteja ligado ao mundo digital. Presencial e virtual andam co-lados, são lados de uma mesma existência e, então, quando invadem qualquer site no mundo, estão invadindo a vida real de alguém. Como um assalto a sua casa. Igual.

Depois, como disse, a invasão da privacidade, via hacking clássico como foi o das propriedades digitais do Grupo M&M, ou via manipulação indevida e não permitida dos nossos dados pessoais e empresariais, são hoje regra, e não exceção, na web. É como se estivéssemos todos morando na Rocinha, onde infelizmente o crime mora ao lado e faz vítimas diárias, parte relevante delas inocentes que nem sabem porque foram vitimadas.

Analogicamente, isso somos todos nós, na internet, hoje.

A história do lado mal da internet começa quando a internet começa, assim como hackear computadores existe desde que apareceram os primeiros computadores. O lado negro da força nasce com a força.

Portanto, longe de ser novidade, essa história de hacking é o espelho permanente e inerente do amplo espectro humano no ambiente virtual, em que cabe apreciar gatinhos cuti-cuti no You Tube, assim como fomentar guerras reais em qualquer parte do Mundo, hoje essencialmente promovidas e providas pelo mundo digital. E exatamente pelo tal do hacking.

O que é novo é a dimensão, a profundidade e o alto grau de excelência do hacking hoje.

Isso nos coloca diante da seguinte situação: nossa vida pessoal e profissional, nossos dados pessoais e profissionais, nossas finanças e as finanças das nossas empresas, nosso trabalho, nossas famílias, nossas intimidades, bem, nossa existência, de um modo geral, estão hoje regidas pela certeza da incerteza e da violência do hacking.

Hacking é mais do que apenas um crime digital, passou a ser a própria internet em si, uma das naturezas originais primevas do ambiente digital, um câncer em estado de metástase, que se alojou no corpo social global e que não tem, no momento, qualquer perspectiva remota de cura. Antes ao contrário.

O cácice sagrado dessa dominação é a tecnologia pagã. Aliás, vale chamar a atenção aqui, tecnologia pagã é pleonasmo, porque toda tecnologia é pagã. Serve a qualquer deus ou a qualquer demônio.

O hacking é só a face mais muderna e conectada desse Inferno da álgebra, do algoritmo e das  nossas infinitamente engenhosas sinapses, que em sua mais tenra essência são, libertariamente, amorais (não confundir com imorais). Dependem, essencialmente, do uso que fazemos delas cada um de nós.

Portanto, estejamos prontos para o convívio com mal digital como se ele fosse um gás carbônico onipresente e inevitável. Vamos respirá-lo sempre e cada vez mais.

O que nos resta é confiar que há também inteligência e tecnologia do lado de cá. Que, nem fudendo, esse espírito dos tempos ruins vai ocupar nosso corpo de vez. E que vamos combate-lo sempre, em toda parte, de todas as formas e com todas as nossas forças.

É o que pode, quem sabe, nos diferenciar dos ratos.

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