Meio e Mensagem – Marketing, Mídia e Comunicação

Lugar de Mulher é na Twitch

Buscar
Publicidade


24 de junho de 2021 - 13h40

Mulheres representam 58,9% dos jogadores de games eletrônicos nas mais variadas plataformas (Crédito: Reprodução/BBL)

O lançamento do game Valorant, feito há um ano pela Riot Games, colocou a questão das mulheres pro players nos holofotes da mídia, mas na verdade já faz muito tempo que lugar de mulher é na Twitch.

É fato que nos últimos anos as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço nos esportes eletrônicos, seja como jogadoras ou streamers, mas essa história começou há tempos.

A recém nomeada embaixadora da Nike, Nicolle Merhy, conhecida no mundo dos games como CherryGumms, faz parte do cenário de esports brasileiro há uma década.

Cherry, que acaba de se tornar oficialmente a primeira embaixadora gamer feminina da Nike, é ex-atleta de Rainbow Six: Siege, da Ubisoft, e embora só tenha 24 anos, há sete é CEO da equipe da Black Dragons (BD).

O movimento é global. Em maio de 2021, enquanto Cherry era nomeada no Brasil pela Nike, nos Estados Unidos a HyperX renovava o patrocínio com Imane “Pokimane” Anys. A criadora de conteúdo gamer marroquina-canadense lidera o universo feminino de streamer de games com quase 8 milhões de inscritos no seu canal da Twitch.

Quatro meses antes, “Pokimane” figurava entre as sete mulheres streamers  que faziam parte do top 200 da Twitch. O estudo, denominado State of the Stream, foi feito pelo Stream Elements em fevereiro de 2021 e pela primeira vez primeira vez encontrou sete mulheres na lista dos 200 mais.

Atualmente, existem mais de 1 bilhão de mulheres gamers no mundo. Apesar de muita gente ainda se surpreender com a popularidade dos jogos no universo feminino, na última década o videogame se transformou em um tipo de entretenimento que inclui não apenas jogar, mas outras atividades de entretenimento, revela pesquisa da Newzoo, o maior instituto de pesquisas de games e esports.

Por aqui, a Pesquisa Games Brasil 2021, publicada em abril, constatou que 51,5% do público de jogos eletrônicos do país é feminino. Segundo o estudo, este resultado é consequência da presença no mercado de smartphones, onde existe uma dominância das mulheres (62,2%).

Já nos videogames e computadores, a PGB 2021 mostra que a situação se inverte. O público masculino é mais presente, representando 61,9% dos jogadores de consoles e 59,6% de PC. Se seguirmos o movimento global, no entanto, essa situação pode mudar e em breve seremos maioria!

Em uma apresentação para investidores, feita em maio, Jim Ryan, CEO e presidente da Sony Interactive Entertainment, revelou que cerca de 41% dos PlayStation 4 e PlayStation 5 pertencem a mulheres. O número representa uma grande alta através das gerações, visto que a participação feminina dobrou em relação à sua representação no mercado quando o PlayStation foi lançado, nos anos 90.

O crescimento do mercado feminino foi descrito pela SIE como “um grande passo em direção a uma representação mais igualitária”. Com uma demografia mais variada, combinada a uma forte fidelidade de marca, Ryan espera que o PS5 se torne “a maior plataforma de todos os tempos”.

Atualmente, Valorant tem 14 milhões de jogadores mensais no mundo, quase a metade dos 26 milhões de seu rival CS:GO, jogo da Valve dominado por homens. O percentual feminino do público de Valorant não foi divulgado, mas um dos grandes destaques do cenário competitivo do novo jogo de tiro da Riot Games foi a preocupação em fazer com que as mulheres tivessem visibilidade e oportunidades de crescer e mostrar seu talento dentro dele. Algo que não acontece nas outras franquias.

Rivals Women’s Cup, Ascent Women’s Cup, Metrópole Rivals Women’s Cup e o Girl Pwr Valorant são alguns dos campeonatos de Valorant dedicados inteiramente para o desenvolvimento do cenário feminino.

E para comemorar todo esse sucesso e o primeiro aniversário de Valorant, a cantora Daniela Mercury acaba de regravar o clássico ‘O Canto da Cidade‘. A música foi escolhida pela publisher para ser a trilha sonora de uma animação especial com a personagem brasileira do jogo, a baiana Raze.

O importante é que dentro ou fora de “campo”, nós mulheres somos protagonistas da história de Valorant, dos esports e dos games.

Publicidade

Compartilhe

Veja também