Publicidade

Drones atiram, mas também entregam, filmam e cultivam

Tecnologia de voo autônomo ganhou a mídia recentemente com a morte de general iraniano, mas já é protagonista de uma revolução e está presente em peso na CES

Luiz Gustavo Pacete
6 de janeiro de 2020 - 18h31

A Amazon testa há alguns anos vários tipos diferentes de aeronaves e trajetos (Crédito: Reprodução)

A CES 2020 começa com uma coincidência em relação à edição de 2019, um fato de impacto envolvendo o governo dos Estados Unidos. No ano passado, a disputa entre o presidente Donald Trump e os líderes democratas, que culminou na paralisação do orçamento do governo, conhecido como shutdown, afetou diretamente a feira com cancelamento de agendas. Neste ano, o fato não impacta apenas o contexto doméstico do país que recebe a CES, mas tem impacto global. Desde que um drone americano matou o general iraniano Qassim Soleimani, na semana passada, o governo de Trump lida com um clima de tensão com o Irã.

A imprensa americana identificou o drone em questão no ataque como um MQ-9 Reaper com 20 metros de comprimento, 11 de largura e peso de mais de duas toneladas. Possui capacidade de voos de longo alcance e pilotagem remota. O drone não tripulado representa uma tecnologia de autonomia e navegação que, antes de ser testada comercialmente, já foi utilizada exaustivamente no campo militar. Na CES, o uso dado aos drones é variado e vai da entrega de produtos à captação de imagens para filmes. A organização da CES dedica um pavilhão inteiro para os drones e classifica que a tecnologia “é uma ferramenta única para a vida cotidiana, revolucionando a forma como se enxerga e se transportam coisas no mundo, seja em voos controlados por computadores de bordo ou de forma remota”.

O vídeo abaixo mostra os novos testes da Amazon com outros modelos de drones desenvolvidos para entregas:

Aqui, um modelo utilizado pela DHL que se adapta a ambientes extremos como na neve, por exemplo:

Fora da CES, no e-commerce, por exemplo, os drones já são testados há anos nos Estados Unidos por empresas como Amazon, Walmart e DHL. No Brasil, desde o início do ano passado, a B2W, dona dos sites Americanas.com e Submarino, vem experimentando o uso de drones no transporte de produtos de seu centro de distribuição, em Itapevi, em São Paulo, para pontos de venda próximos da região. O desafio no caso nacional é a regulamentação, que passa pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com a agência, existem 68 mil drones cadastrados no Brasil. O iFood também testa o uso de drones em uma de suas sedes regionais, em Campinas, no interior de São Paulo.

Em 2013, a Domino´s simulou a entrega de pizzas via drone em uma campanha de marketing:

Iniciativas envolvendo entrega com drones em outros países são comuns. Além da Amazon, Walmart, Alibaba, UPS e até mesmo o Google possui projetos relacionados. Em agosto do ano passado, a Uber anunciou que o Brasil está entre os países que receberão testes de drones na entrega de produtos via Uber Eats e transporte aéreo compartilhado na modalidade denominada Uber Air. Dallas e Los Angeles, nos Estados Unidos, serão as primeiras cidades a receber o serviço. No Brasil, ele será desenvolvido em parceria com fabricantes de aeronaves, desenvolvedores imobiliários e tecnológicos nos próximos cinco anos. Previsões do Teal Group apontam que as aeronaves não tripuláveis devem movimentar US$ 14,3 bilhões em receitas nos próximos dez anos. E além do desafio regulatório, a tecnologia também enfrenta questões relacionadas à segurança, privacidade e risco para o tráfego aéreo.

Veja algumas das aplicações já possíveis por meio de drones e seus respectivos impactos em indústrias relevantes:

Delivery
Amazon, Walmart, Alibaba, Uber, DHL e outras empresas já usam drones na entrega de produtos ainda em fase de testes.

Saúde
Médicos e pesquisadores da Universidade de Maryland utilizaram, em maio do ano passado, um drone para o transporte de um rim.

Agricultura
As aplicações de drones no agronegócio são diversas e vão do monitoramento, acompanhamento de saúde de cultivos, demarcação de terra até aplicação e pulverização de pesticidas.

Entretenimento
A Disney e a Accenture desenvolveram um drone específico para captação de imagens nos filmes da Capitã Marvel, no ano passado. O Drone Disney foi construído especificamente para atender as demandas de captação, velocidade, ângulo e profundidade que os estúdios precisavam.

Indústria
No Brasil, a Nestlé já testa o uso de drones no mapeamento de perímetros de suas indústrias e para a manutenção de segurança das plantas fabris.

Construção Civil
O drone já se tornou ferramenta importante de arquitetos e engenheiros na medição de áreas e acompanhamento de obras privadas. As informações coletadas pelas aeronaves serve como referências de evolução, melhorias e também de segurança das obras.

Publicidade

Compartilhe

  • Temas

  • 100 dias de inovação

  • aereo

  • agricultura

  • CES

  • delivery

  • drones

  • ecommerce

  • entretenimento

  • mobilidade

  • Tecnologia

  • tendencias

  • transporte

  • accenture

  • Amazon

  • dhl

  • disney

  • dominos

  • ifood

  • submarino

  • walmart

Patrocínio