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6G chega aos debates do MWC, com previsão para 2028

Sexta geração móvel sucederá 5G com velocidade 50 vezes mais rápida e pretende ter cobertura global, com integração das comunicações sem fio e por satélite

Sergio Damasceno Silva
30 de junho de 2021 - 15h02

Barcelona debate, ainda, a quinta geração (5G), com expansão de redes, uso e investimentos por parte das teles no padrão. Mas, como o mundo das telecomunicações se alimenta de perspectivas, nesta quarta-feira, 30, o Mobile World Congress (MWC) começou a falar sobre a sexta geração móvel (6G). As previsões de lançamentos de redes 6G vão de 2028 a 2030, ou seja, daqui a cinco anos, o ecossistema, formado por fabricantes, teles e desenvolvedores, espera que esse padrão, com velocidades superiores a 50 vezes às de redes 5G (de 1 GBps a 10 Gbps, diferença de 100 vezes ou mais em relação ao 4G). No 6G, o pico de download é de 1 Tbps, em comparação com os 20 Gbps do 5G.

O objetivo é integrar a comunicação global via redes móveis e por satélite. Até hoje, cada região do mundo opera em frequências diferentes nas redes atuais. A previsão é que a operação comercial comece em 2028, afirma o chefe do pavilhão da Holanda, Dick van Schooneveld. O executivo debateu a tecnologia com com o diretor de tecnologia da ZTE, Hans Neff; o CTO da Etisalat, Haitham Abdul Razzak; o vice-presidente de redes, marketing e soluções da Huawei, Mohamed Madkour, e o diretor de inteligência da GSMA, Peter Jarich.

Até 2024, vem o trabalha de estruturar a tecnologia e a pesquisa dos componentes, diz van Schooneveld. Entre 2024 e 2026, os projetos de pesquisa deverão ser sistematizados para que possa ser feita a padronização técnica. E, em 2028, teoricamente, as redes 6G deverão estar prontas para entrar em operação. Assim como no debate de outros padrões tecnológicos – 2G, 3G, 4G – o objetivo é que o investimento dos players seja coletivo, e não uma competição entre fabricantes. “A geopolítica não é a resposta”, afirma. No entanto, como se sabe, a indústria sempre foi palco de disputa de padrões, fossem americanos, europeus ou asiáticos. Foi assim também os padrões da TV digital, por exemplo.  Para o diretor da GSMA, Peter Jarich, não é muito cedo para se começar a falar em 6G, já que indústria não tem nem dez anos para se preparar para o lançamento dessa tecnologia. “O 3G atingiu um milhão de aparelhos em cinco trimestres; o 4G, em 12 trimestres; e o 5G alcançou 1,5 milhão de usuários conectados em apenas seis meses”, exemplifica. “E o 5G já está na metade de sua vida útil”, diz. No Brasil, o ministério das Comunicações e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aguardam a análise do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as regras do leilão para poder dar o próximo passo rumo ao 5G.

Para a Huawei, a futura implantação do 6G é apenas uma possibilidade teórica, esperada, no mínimo, para começar em 2030. Na verdade, esse sistema sem fio carece de uma estrutura regulatória e nem mesmo tem um cronograma claro de desenvolvimento e padronização. “Para ir do 3G para 4G, falávamos de crescimento e capacidade. Do 4G para 5G, fortalecemos e melhoramos o 4G. Com o 6G, isso vai acontecer quando o mercado estiver desenvolvido para tanto”, afirma o vice-presidente de redes, marketing e soluções da Huawei, Mohamed Madkour. Alguns países têm se adiantado e, segundo Van Schooneveld, Estados Unidos já direcionam recursos de US$ 600 milhões ao padrão, assim como o Japão, com US$ 380 milhões, a Coreia do Sul, US$ 200 milhões, e a União Europeia, US$ 900 milhões.

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