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5G, IA, IoT e big data: essenciais durante e pós-pandemia

Essas tecnologias têm tido função crítica nestes 18 meses e devem se integrar em definitivo ao cotidiano nos demais segmentos da macroeconomia global

Sergio Damasceno Silva
1 de julho de 2021 - 6h03

Painel no MWC 2021 fez balanço do uso de tecnologias como IA, 5G, IoT e big data nesses 18 meses de pandemia e como poderão ser incorporadas pelo mundo pós-Covid-19 (Crédito: Reprodução)

A pandemia, nesses 18 meses, alavancou o uso do 5G, de inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT) e big data. Espera-se que, na pós-pandemia, essas tecnologias se integrem à vida das pessoas e criem dinâmicas outros setores da economia. E, assim como esta pandemia tem sido um grande desafio para as pessoas, governos e empresas, ao mesmo tempo, tem sido catalisadora de transformação para o uso de tecnologias digitais, especialmente móveis. Nos últimos 18 meses, tem havido demanda crescente de governos para que se impulsione o uso de análise de dados (big data) e IA para dar suporte ao combate à Covid-19. Redes 5G, nos países a operam, têm sido essenciais para o rápido suporte aos setores de saúde, principalmente, assim como à IoT para fins sanitários. O painel Tecnologias versus pandemia abordou esses temas e projetou como o mundo pode aproveitar o aprendizado para lidar com eventos similares no futuro.

No período que abrange janeiro do ano passado até junho deste ano, um dos setores que mais se apoiou nessas tecnologias foi o de healthcare, pelas óbvias questões sanitárias globais. “O distanciamento social imposto pela pandemia criou oportunidade de mostrar a telemedicina e o monitoramento remoto de pacientes que realmente estavam começando a surgir. A pandemia moldou profundamente o tipo de empresa que tivemos que construir, que é uma empresa totalmente em nuvem e que está transformando o modelo de desenvolvimento de pessoas. Vamos aonde o talento. Duas coisas que vão levar em consideração os estudos clínicos e, por causa disso, temos aplicativos interessantes para o futuro, porque aprendemos que coisas como a estratificação de risco são de importância fundamental”, afirma o CEO e cofundador da Grapheal, Vincent Bouchiat.

“As operadoras têm atuado de várias maneiras porque todos sabemos que nosso trabalho, baseado na infraestrutura de telecomunicações, aumentou significativamente. Isso criou muito trabalho, mas também capacidade adicionais. Operadoras em todo o mundo têm compartilhado dados de mobilidade, de forma anônima, que fornecem padrões de movimentos e países, e até mesmo entre países e cidades e regiões, com governos para entender melhor a propagação do vírus o acompanhamento da população sobre as restrições de movimento e para enriquecer modelos preditivos para prever para onde o vírus irá com base em quantas pessoas vivem nas cidade e a mobilidade estimada”, detalha o chief de IA e estrategista de dados da Telefônica, Richard Benjamins. “Claro que, quando você tem um bloqueio (os lockdowns), esses padrões não funcionam mais. Portanto, o que a operação pode fazer é alimentar os governos com essas informações para que possam ajustar os modelos para ficarem mais atualizados. Também ajuda a entender o impacto sobre a economia, pois há alta correlação entre a mobilidade nas cidades e regiões e a economia. Na Europa, houve iniciativa única, que ainda está acontecendo, em que 17 operadoras móveis estão compartilhando esses dados de mobilidade anônimos e agregados com a Comissão Europeia. Para que a Comissão, por meio do Centro Europeu de Controle de Doenças, possa ter uma visão europeia de todos os países. Quais são as medidas que eles tomam qual é o impacto? Como o vírus está subindo e diminuindo?”, exemplifica Benjamins.

Experiência entre governos e empresas
Esse esforço fez com que surgissem experiências entre governos e operadoras ao redor do mundo numa versão do mundo off-line para o online. “Fizemos cobertura de emergência para locais em que se precisa de conjuntos de cobertura de emergência para facilitar o manuseio e tornar os serviços mais fáceis, enriquecemos a cobertura personalizada para hospitais com telemedicina. Ao redor do mundo tem havido iniciativas para um sistema operacional real que possa ajudar, no futuro, a prevenir pandemias. O fato, diz Benjamins, é que os governos, em todo o mundo, demoraram cerca de dois meses para ficar cientes da pandemia. “Ok, talvez precisemos de dados e possamos usá-los para entender a gestão da crise e tomar decisões diárias em nível nacional sobre as notícias que eram comunicadas. Usaram nossos dados, mas demorou dois meses e o vírus já estava em todos os lugares. Se tivéssemos esse sistema em funcionamento quando a Organização Mundial de Saúde declarou a pandemia, em 24 horas os países que têm acesso a esses dados poderiam rastrear o vírus em vez de apagar os incêndios. Poderiam tentar bloqueá-lo e isolá-lo. Esse é um problema tão importante que afetou o mundo que os países merecem um padrão. Isso deve ser parte de um espaço de dados de saúde acessível a muitas pessoas e que realmente ainda precisa acontecer. Portanto, não se trata tanto da tecnologia em si. Trata-se de transformá-la em algo que realmente crie valor todos os dias”, afirma o executivo.

Embora a saúde tenha sido área central de atuação, a Covid-19 tem acelerado o uso de tecnologias em outros setores. E como o 5G, IA, IoT e big data podem dar suporte a uma maior digitalização das empresas e dos consumidores? Uma das conclusões é que os governos têm que ser mais digitais. E não apenas como simples transformação digital, mas com a preocupação em considerar os dados como um ativo estratégico que pode ser criado e usados em eventos similares a esta pandemia. “Isso não deve ser uma tecnologia e o valor não deve ser criado apenas por um pequeno grupo de especialistas, cientistas de dados ou engenheiros de dados ou de IA. Seja o que for, deve se estender a toda a organização no sentido de que todos precisam ter acesso para os dados certos na hora certa. Isso soa muito antiquado porque já o dizemos há 20 anos. Mas ainda não aconteceu”, lamenta Benjamins.

A conclusão é que vários setores terão que se unir para realmente recuperar o tempo perdido como na educação, por exemplo. Bem como o envolvimento do governo. “Aprendemos definitivamente como lidar com a tecnologia direito, mas muitas pessoas se sentem incapazes, como meus pais. Mass também há pessoas muito idosas lidando com a tecnologia confortavelmente, que é algo que pensamos que eles não poderiam fazer, mas na verdade eles administraram muito bem. Isso significa que o potencial de uso da tecnologia em todas as idades, em todos os países, por causa do alcance, é inimaginável. Temos uma década que vai ser transformadora se trabalharmos nossas dores de cabeça e a organização de como serão definidas. Isso causará grande impacto para a sustentabilidade dos sistemas de saúde e para o florescimento de muitas outras indústrias”, afirma a CEO e fundadora da Inbrain Neuroelectronics, Carolina Aguilar.

A avaliação é que parte da população pode ficar para trás devido à dificuldade de uso de ferramentas digitais e que cabe às empresas e governos ficarem atentos para não as deixar pelo caminho. A segurança e privacidade seguem como partes importantes da agenda de empresas, governos e consumidores. Mas a análise positiva é que o principal aprendizado foi a tecnologia tornar a sociedade mais resiliente diante da pandemia. Houve muitas iniciativas promovidas por diferentes grupos da sociedade, setor privado e ONGs que não tiveram contrapartida nos governos. Na opinião dos participantes do debate, é preciso investir nos projetos certos para evitar tais problemas no futuro.

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