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Eventos apostam no 5G para engajar torcedores e fãs

Soluções baseadas nessa rede e em edge computing inovarão as formas de receber as pessoas de volta aos estádios e recriarão o segmento em nível global

Sergio Damasceno Silva
1 de julho de 2021 - 14h21

“Construímos um estádio totalmente digital em Inglewood (subúrbio de Los Angeles) e fizemos parceria com a Verizon para nos ajudar a projetar e implementar o 5G”, diz o CTO do SoFi Stadium, Skarpi Hedinsson (Crédito: Reprodução)

A indústria de eventos do Reino Unido representa contribuição de 42 bilhões de libras (quase US$ 60 bilhões) para a economia nacional do País. Segundo a GSMA, cerca de 1,9 milhão de eventos de vários tamanhos e escopo ocorreram em todo o mundo em 2016. A pandemia paralisou essa indústria em todas as dimensões: de conferências globais a festivais, de teatros e casas de shows, feiras e congressos. Na medida em que se avança com a vacinação mundial e que, provavelmente, se volte a alguma normalidade, o painel Reiniciando Locais e Eventos: o Papel dos Serviços de Tecnologia de Nuvem Pública debateu o papel que a tecnologia pode desempenhar no gerenciamento de multidões e na manutenção da segurança das pessoas. E questionou: Que lições podem ser aprendidas em todo o mundo? Qual é a maneira mais segura de fazer as pessoas se engajarem e se encontrarem de novo, seja para negócios ou entretenimento? O painel reuniu o líder de redes e serviços conectados da Accenture EUA, Peters Suh, o CEO e fundador da Dice, Phil Hutcheon, o CRO & SVP de inovação de negócios do Phoenix Suns, Dan Costello, o CTO do SoFi Stadium e Hollywood Park, Skarpi Hedinsson, e o SVP de produtos e negócios da Verizon Business Group, Aamir Hussein.

“A lista dos 10 primeiros lugares, quando voltarmos, inclui abraçar a família e amigos, comer em restaurante, viajar e comparecer a show ou evento esportivo. Mas comparecer a um local com solução 5G vai ter um peso especial”, afirma Syh, da Accenture. O executivo diz que relatório recente da Allied Market Research, aponta que a indústria de eventos globais gerou 1,1 trilhão de euros em 2019 (que, sob a perspectiva da Covid-19, foi o último ano de eventos públicos presenciais). E a expectativa é de chegar a 1,5 trilhão de euros em 2028. Isso apesar da pandemia, que colocou a indústria num impasse no ano passado. Conforme dados da Allied Market Research, o mercado global de eventos virtuais foi responsável pela movimentação de US$ 57,71 bilhões em 2019 e está estimado em US$ 701,39 bilhões em 2028, com crescimento médio anual de 12,6% entre este ano e 2028. Por outro lado, estão os dados negativos dos eventos presenciais: em março de 2020, a indústria de feiras e eventos havia perdido 14,4 bilhões de euros (US$ 16,5 bilhões), segundo a UFI. Desde o início de março do ano passado, a pandemia e respectivos lockdowns resultou em mais de US$ 500 bilhões em perdas cumulativas para viagens de negócios e turismo dos EUA, conforme a U.S. Travel Association.

Volta à lucratividade
Enquanto o mundo, lentamente, faz a transição de volta ao passado, para a fase pós-pandêmica, a indústria de eventos e entretenimento ao vivo planeja reabrir em breve e procura maneiras de voltar à lucratividade. “O crescimento de redes %G pode contribuir para trazer fãs de volta aos eventos esportivos e shows, ajudando-os a se engajarem em nova experiência aprimorada. No entanto, estádios e locais de alta densidade, como centros de artes cênicas e salas de música e cinemas, representam um microcosmo de 5G e trazem um maior envolvimento do usuário em condições de rede desafiadoras. As parcerias entre operadoras e empresas de eventos podem ajudar a desbloquear novas experiências imersivas de fãs por meio da conectividade.

A Accenture trabalha com estádios e provedores de serviços importantes para garantir a antecipação do 5G. A experiência de evento 5G pode começar a envolver os fãs antes mesmo de chegarem ao estádio, enquanto assistem a um jogo ou show e voltam para casa com memórias de seu primeiro show ou evento esportivo pós-pandemia. A tecnologia 5G é realmente uma força poderosa que transforma a maneira como consumimos entretenimento ao vivo”, afirma o líder de redes e serviços conectados da Accenture EUA.

A Dice é uma plataforma britânica de venda de ingressos que transforma a forma como os fãs descobrem e compram ingressos para transmissões ao vivo de eventos em todo o mundo. “Você sabe o quanto, no ano passado, foi devastadora a pandemia para a indústria presencial, com centenas de milhares de empregos em risco e bilhões de dólares perdidos. Agora, é o momento para os negócios se reinventarem. A pandemia foi uma ruptura numa escala totalmente nova para o negócio da música ao vivo. Podemos tratar o passado e orar por um retorno aos negócios, mas, como sabemos, isso não é suficiente. É impossível superestimar a magnitude e o dano cultural econômico, que foi de uma queda de 29 bilhões de libras em 2018 para 9 bilhões de libras no ano passado. Nunca mais reaveremos esses danos. No início, foi muito difícil convencer os artistas a cobrar as transmissões ao vivo, mas, rapidamente, tivemos a percepção de que os fãs queriam apoiar os artistas diretamente e, no ano passado, A Dice fez mais de 6 mil transmissões ao vivo, com ingressos gerando milhões de dólares, para artistas globalizados como Nick Cave e Kylie Minogue”, diz o CEO e fundador da Dice, Phil Hutcheon.

O executivo afirma que, sem dúvida, a pandemia foi a pior coisa que já aconteceu desde que entrou nessa indústria, mas, argumenta, muitas vezes esse tipo de acontecimento pode ser uma boa oportunidade para olhar para a indústria da música, e imaginar algo novo. “Esta é a chance de criar formas inteiramente novas de comportamento. Se você voltar às coisas como eram, é como se estivessem na mesma casa sobre os destroços de uma casa velha. É descobrir como fazer coexistir o presencial com a transmissão ao vivo”, aponta.

Poder da tecnologia
“Nos últimos 18 meses, passamos por um período sem precedentes, uma pandemia que realmente mudou a maneira como vivemos, nos divertimos e trabalhamos. Também demonstrou o impacto que a tecnologia teve em nossas vidas e como nos adaptamos às mudanças ao longo do tempo. É o momento em que vimos como cinco anos de transformação realmente aconteceram nos cinco a seis meses. Também testemunhamos o verdadeiro poder da tecnologia, sua capacidade inerente de facilitar novas experiências que tornaram coisas antes impossíveis em possíveis. Essa tecnologia, em particular o 5G, tem mudado a forma como avaliamos o desempenho esportivo, transformando-se a partir do engajamento dos fãs e pavimentando o caminho para uma experiência melhor e mais holística de eventos ao vivo daqui para a frente. Nesta temporada, o Phoenix Suns teve um dos melhores anos, vimos uma das melhores histórias da NBA, com o time melhorando em 18 jogos e chegando aos playoffs pela primeira vez em 11 temporadas”, analisa o CRO & SVP de inovação de negócios do Phoenix Suns, Dan Costello. O Phoenix Suns é o time de basquete de Phoenix, Arizona, que integra a NBA. Recentemente, o Suns abriu um novo centro de desempenho, suportado pela Verizon, que permite analisar a performance dos jogadores. “Aprendemos, virtualmente, que tudo é possível com a potência conectada em 5G e com as oportunidades em tempo real que o edge computing fornece. Podemos olhar para o desempenho e a otimização de um atleta sob uma perspectiva de 360 graus. Análises avançadas sempre fizeram parte da estratégia para entender com que rapidez alguém pode ir mais alto, como pode pular. Mas, ao entender como todas essas coisas se correlacionam, é mais fácil tomar decisões rápidas”, exemplifica o SVP do Suns.

“Construímos um estádio totalmente digital em Inglewood (subúrbio de Los Angeles) e fizemos parceria com a Verizon para nos ajudar a projetar e implementar o 5G. É uma experiência transformadora para o torcedor quando você tem um estádio totalmente digital e entende o quanto a largura de banda é importante. Estamos construindo um concierge digital que ajuda as pessoas a navegar em nosso prédio, ajudam as pessoas a descobrir. Isso tudo seria impossível se não tivéssemos a quantidade certa de cobertura. A expectativa do torcedor estará de acordo com a tecnologia. Somos capazes de entregar streaming de vídeo em 4K no estádio”, detalha o CTO do SoFi Stadium e Hollywood Park, Skarpi Hedinsson.

Para o SVP de produtos e negócios da Verizon Business Group, Aamir Hussein, a tecnologia ajuda, basicamente, a entregar essa experiência e atender às expectativas dos torcedores (ou fãs, no caso de shows) porque estão acostumados a ser muito bem tratados quando se sentam no sofá em casa. “Agora, você estará no estádio, vendo ao vivo, experimentando a energia com 72 mil de seus melhores amigos. Acreditamos que o local do futuro tem que atender a expectativa dos convidados. Essas coisas criarão experiências com aplicativos que são relevantes hoje e com apps que ainda estão por vir, que mudarão a experiência do torcedor, a maneira como interage com os outros, como consome”, afirma Hussein.

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