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Conectividade aumenta potencial disruptivo

Estudo da Deloitte aponta que empresas implementam tecnologias sem fio avançadas para redução de custos, melhoria da eficiência e interação de qualidade com os clientes

Victória Navarro
24 de fevereiro de 2022 - 14h33

Amplamente disponíveis e com capacidades similares a de fibra óptica, as redes sem fio irão permitir importantes inovações. As indústrias terão linhas de produção modulares, em que os robôs podem realizar deslocamentos ao invés de permanecerem em posições fixas, os drones serão usados para o controle de pragas na agricultura e existirão veículos autônomos em minas. Ao longo dos próximos três anos, 37% das empresas planejam investir entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões em redes sem fio — o que inclui pessoas, hardware, software, equipe e consultoria. O dado é do estudo “Empoderamento do cliente no novo cenário de telecom: os impactos da adoção de 5G e Wi-Fi 6 nas empresas brasileiras”, realizado pela Deloitte em outubro de 2020 com 51 executivos de tecnologia da informação e de linha de serviço do Brasil e profissionais de outros países como Alemanha, Austrália, China, Estados Unidos, Holanda, Índia, Japão, Portugal e Reino Unido.

Ao longo dos próximos três anos, 37% das empresas planejam investir entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões em redes sem fio, afirma estudo da Deloitte (crédito: ThisIsEngineerin/Pexels)

Com o uso de tecnologias sem fio avançadas, as empresas almejam redução de custos (39%), melhoria de eficiências (37%), vantagens de novas tecnologias (31%), interação de qualidade com os clientes (31%), segurança (31%), criação de produtos e serviços (25%), novos modelos de negócio (22%), melhor experiência do funcionário (20%) e produtos e serviços aperfeiçoados (16%). Segundo Marcia Ogawa, sócia-líder da indústria de tecnologia, mídia e telecomunicações da Deloitte, no Brasil, os setores com maior potencial são o de agricultura, manufatura, logística, telecomunicações e tecnologia da informação. “Alguns setores ainda não conseguem encontrar modelos de negócios que justifiquem o investimento na tecnologia, mas conforme houver ganhos de escala os custos irão diminuir, desbloqueando algumas barreiras de entrada para empresas de menor porte”, diz. Prever todas as aplicações do 5G para daqui dez anos, por exemplo, é um processo parecido ao que foi entender como a internet iria afetar o dia a dia da população, nos anos 2000, adiciona: “Conectividade avançada é uma tecnologia com potencial disruptivo e surgirão muitas aplicações, que hoje ainda não vislumbramos”.

A pesquisa da Deloitte afirma que a conectividade avançada é importante para a habilidade da empresa em implementar tecnologias como cloud (98%), internet das coisas (94%), big data analytics (88%), inteligência artificial (88%) e computação de borda (88%). O uso destas tecnologias varia conforme a indústria, diz Marcia. Por exemplo, explica, o setor financeiro, no Brasil, já está utilizando, há muito tempo, cloud, big data e inteligência artificial. Na sequência, segue o setor de telecomunicações. “Ambos os setores possuem grande volume de dados e o uso dessas tecnologias vem amadurecendo, há alguns anos. A computação de borda poderá se tornar significativa daqui para frente, com a popularização da internet das coisas e da quinta geração de telefonia móvel. No entanto, para todas as tecnologias, uma grande barreira é a oferta de mão-de-obra especializada, no País”, afirma.

O Brasil possui uma excelente janela de oportunidades ao explorar softwares aplicados ao 5G. A Deloitte, por exemplo, foi escolhida, em uma licitação pelo Ministério da Economia, para levantar o ecossistema de aplicações 5G, no País, e mapear oportunidades de melhorias de políticas públicas que incentivem a aceleração desse ecossistema. Outra demonstração do potencial do Brasil em áreas de excelência é o piloto OpenCare5G. Coordenado pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o sistema realiza a gestão do projeto que pretende validar o uso da tecnologia de desagregação de redes dentro da saúde. Os testes serão realizados em equipamentos de ultrassom para auxílio remoto de pacientes.

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