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SBT renova temporada de realities mas freia captação de projetos

Emissora anuncia novas edições de Bake Off Brasil e Junior Bake Off e sinaliza que aguardará as resoluções da Ancine sobre Fundo Setorial para voltar a negociar com produtoras independentes

Bárbara Sacchitiello
25 de abril de 2019 - 12h54

Bake Off Brasil, coprodução entre o SBT e a Discovery, terá sua quinta temporada exibida em 2019 (Crédito: Divulgação)

Adepto das parcerias de coprodução há seis anos, o SBT vê vantagens no compartilhamento da execução de programas, realities e séries com outras empresas. “Em cada uma dessas parcerias descobrimos um novo modelo de negócio interessante. Nenhum formato e nem modelo é igual a outro e vamos conseguindo levar nosso conteúdo para varias outras janelas por meio dessas negociações”, contou Fernando Pelégio, diretor de planejamento artístico e criação do SBT, que participou de um painel sobre parcerias entre canais e plataformas de streaming nesta quinta-feira, 25.

O profissional revelou que um dos principais sucessos comerciais recentes da emissora é fruto de uma parceria. “O Fábrica de Casamentos foi uma ideia da Discovery, que achou que o tema era bem-aceito pelo público e, a partir daí, decidimos fazer a produção. Essa nova temporada que estreamos foi comercializada com dois meses de antecedência. Vendemos antecipadamente todas as ações de merchandising e espaços nos breaks. Isso nunca aconteceu na história comercial do SBT”, comemora Pelégio.

O diretor da emissora anunciou a renovação de duas outras parcerias de coprodução: a franquia Bake Off Brasil – Mão na Massa, formato da BBC Studios e coproduzida com a Discovery Home & Health, terá uma quinta temporada garantida na emissora. As gravações devem ter início em junho. O mesmo acontece com a versão infantil da competição – o Junior Bake Off – cuja terceira temporada estreará na grade da emissora em alguns meses.

Sem produções independentes
Durante o painel, Pelégio também comentou sobre a atual situação do mercado audiovisual brasileiro, que na semana passada recebeu a notícia da Ancine de que os repasses para produções no setor estavam suspensos, depois de um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) questionar os processos de prestação de contas da Agência Nacional de Cinema.

“É uma pena que a produção audiovisual brasileira esteja parada por conta da insegurança da Ancine. Se houve erros na agências, eles deveriam punir os responsáveis e não interromper tudo por conta de uma guerra política. Isso nos entristece muito pois significa vários pais de família e pessoas que trabalham no setor sem seus empregos”, lamentou Pelégio, avisando que, enquanto novas definições sobre o assunto não acontecerem, a emissora não irá mais receber ideias de produtoras independentes.

“Não receberemos nenhuma ideia de novo projeto que dependa do Fundo Setorial neste ano. Interrompemos, por enquanto, a produção nessa área”, afirmou o diretor. Segundo ele, o SBT vem exibindo, por ano, até duas séries e obras que fazem uso das verbas de produção repassadas pela Ancine para o setor. Atualmente, a emissora exibe A Garota da Moto, coproduzida com a Mixer e que utilizou recursos do Fundo Setorial do Audiovisual.

Nessa quarta-feira, o Sindicato da Indústria do Audiovisual (Sicav), junto com Sindicato da Indústria do Audiovisual de São Paulo (Siaesp) e a Brasil Audiovisual Independente (Bravi), fizeram uma coletiva de imprensa na Rio2C para apresentar a mobilização do setor em torno da retomada das produções do audiovisual.

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