O longo caminho do sucesso no omnichannel
Os desafios para uma entrega eficiente multicanal ainda são muitos, apontam especialistas
Os desafios para uma entrega eficiente multicanal ainda são muitos, apontam especialistas
Teresa Levin
27 de abril de 2019 - 12h52
As vantagens e até a necessidade de atuar de forma multicanal, ou no jargão da área, omnichannel, são mais que conhecidas e até celebradas pelo mercado. Mas a realidade para que seja feita uma entrega de forma eficiente e que gere resultado de negócios e a satisfação do consumidor ainda está distante. É o que acreditam Roberto Dariva, CEO da Navita; Cassio Bobsin(CEO da Zenvia) e Marcelo Pugliesi (CEO HIPlatform). Os três discutiram os desafios de ser omnichannel em um dos painéis do Rio2C.
“Algumas vezes, nenhum canal é bom o suficiente e empresas começam a pegar vários canais sem se preocupar com a qualidade, seja nas vendas, atendimento, suporte. Antes de abrir muito e tentar integrar todos estes canais, as empresas deveriam focar a qualidade do canal principal para depois partir para um segundo ou terceiro”, comenta Davira. Pugliesi concorda, principalmente porque, hoje, o poder não está mais nas mãos das empresas, mas sim do consumidor. “E essa é a grande mudança, além da parte da tecnologia. O que afeta o marketing diretamente”, pontua Pugliesi.
O CEO da HIPlatform vê uma mudança no vetor do marketing, que hoje não estaria focado nos tradicionais 4 Ps, mas também nas mãos deste consumidor empoderado. “Neste cenário, as estruturas das agências ainda são em silos, o marketing ainda não abraçou a jornada do cliente”, diz. Algumas até já teriam identificado estas mudanças e estariam criando estruturas internas que são espécies de bureaus de tecnologia. “E aí já olham o consumidor de ponta a ponta”, fala. O modelo de remuneração das agências hoje praticado no Brasil atrapalharia esta mudança, acredita. “Enquanto não mudar o modelo de receita da agência a maioria não vai conseguir transacionar para outra coisa”, alerta.
Bobsin, da Zenvia, observa que a comunicação deveria ter um papel de se plugar conceitualmente na gestão da relação com o cliente. “E o confuso hoje neste cenário é que muitas vezes o marketing quer deixar bonito, o financeiro ser duro com o cliente e a logística, entregar. Fica uma maluquice”, fala. Em sua visão, a necessidade não é de preencher um mapa para que tudo fique perfeito em todos os pontos. “Mas ajudar o cliente, ter alguém olhando todos os canais e contatos da empresa com o consumidor”, defende.
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