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Microsoft: “Não resolveremos o problema climático sem fazer nada”

Brad Smith, presidente da Microsoft, diz que empresas e indústrias precisam sair das promessas e agir sobre a redução de carbono

Amanda Schnaider
3 de novembro de 2021 - 12h48

Brad Smith, presidente da Microsoft no Web Summit 2021 (Crédito: Divulgação)

Durante esses dois anos de pandemia, diversos governos e empresas deram um passo à frente sobre a redução do carbono e gases que geram o efeito estufa. Muitas dessas companhias, inclusive, anunciaram compromissos com a sociedade neste sentido, como é o caso da Microsoft, que assumiu o compromisso de ser carbono negativo até 2030. Porém, durante o Web Summit 2021, Brad Smith, presidente da empresa, afirmou que é preciso ir além das promessas, é preciso agir. “Não vamos resolver o problema climático mundial sem fazer nada. Vamos resolver pagando as pessoas para fazer algo e esse algo é, realmente, remover o carbono que está no ambiente, o que inclui plantar árvores e, principalmente, remover o carbono com base em tecnologia”. 

Smith, que esteve também na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), em Glasgow, Escócia, para falar sobre as mudanças climáticas, começou seu discurso no Web Summit reforçando que, ao longo dos anos, toda a energia que o mundo utiliza criou um grande problema de carbono. ” O que precisamos fazer hoje é produzir energia, mas cortar a corda entre o consumo de energia e as emissões de carbono. Essa é uma parte crítica do novo normal que precisamos criar”, completou.

Segundo o executivo, para sair apenas das promessas e partir para a ação é preciso, primeiramente, começar a falar a mesma linguagem de carbono, para depois focar no que chama de 4 Rs: Record, Report, Reduce, Remove (registrar, reportar, reduzir e remover). “Todos vamos ter que descobrir como vamos fazer a nossa parte para remover o carbono do meio ambiente”.  

Para agir, Smith entende que é preciso começar a medir, mensurar essa emissão de carbono. “Não podemos gerenciar o carbono, a menos que possamos medi-lo. E é isso que precisamos fazer. O interessante é que isso exige que voltemos um pouco para a escola. Todos precisamos aprender um pouco mais. Começa como muitas coisas, começa com matemática. Todos precisamos aprender sobre a matemática do carbono”. Essa matemática do carbono, afirmou, é baseada na compreensão de três escopos: emissões que as pessoas produzem diretamente; carbono que é emitido quando a eletricidade é gerada; e todas as outras emissões, especialmente na indústria.

O executivo, porém, ressaltou que é preciso ir além da matemática, ou seja, ir para a contabilidade do carbono. Essa contabilidade significa justamente medir, registrar e reportar o que as empresas vêm fazendo neste sentido. “Começa com o comprometimento com a transparência. Companhias em todo o mundo estão começando a fazer isso. Talvez até o meio dessa década, isso nem vai ser mais uma escolha, será uma obrigação legal. Também precisamos entender que estamos bem longe de fazer isso direito. Medições de carbono estão em estágio inicial”, afirmou.

Para medir algo em escala é necessário ter dados. E, para ter dados, é preciso da tecnologia. E é isso que a Microsoft está fazendo com ao que chama de “nuvem da sustentabilidade”. “Precisamos reconhecer que é mais que um serviço que estamos construindo, precisamos construir um ecossistema para medir o carbono. Um ecossistema baseado em dados para que as companhias possam construir com seus conhecimentos coletivos, para que todos possam aprender juntos”. Smith reforçou que é nisso a Microsoft está focada no momento.

“Não resolveremos os problemas deste século com a tecnologia de 2021. Vivemos em uma era que demanda novas tecnologias de carbono, tecnologias que não existem hoje”, comentou, apontando que tecnologias como Direct Air Capture (que captura continumente dióxido de carbono – CO2 – diretamente do ar com um sistema mecânico projetado, entregando um gás purificado e comprimido – usando apenas ar, água e energia como entradas) removerão o carbono do meio ambiente, e que também é preciso que surjam novas indústrias para toda essa cadeia de redução de carbono funcionar. “Quando colocamos tudo isso junto, requer que voltemos à escola, aprendamos um pouco mais e depois, e mais importante, usemos nosso conhecimento para impulsionar a inspiração que precisamos. Precisamos fazer todas essas coisas com base em nova fundação”, enfatizou. “Se conseguirmos criar essa fundação e usarmos juntos, faremos o que precisa ser feito, colocaremos o mundo e nós mesmo no caminho de promessas para o progresso e isso é o que o mundo precisa”.

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