O futuro da educação, segundo Descomplica
Marco Fisbhen, CEO da Descomplica, afirma que está empolgado para ver o mundo cada vez mais descentralizado, em termos de identidade, conhecimentos e produção intelectual
Marco Fisbhen, CEO da Descomplica, afirma que está empolgado para ver o mundo cada vez mais descentralizado, em termos de identidade, conhecimentos e produção intelectual
Amanda Schnaider
3 de novembro de 2021 - 7h46
O CEO da Descomplica, ambiente virtual de aprendizagem online, Marco Fisbhen, estará presente no último dia do Web Summit, que será nesta quinta-feira, 4. Marco conduzirá uma sessão no palco Growth Summit, na qual discutirá como o ensino superior atual está desatualizado e desconectado das habilidades necessárias dessa geração, e como exclui aqueles que precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Além de Fisbhen, o COO da Descomplica, Roberto Grosman, e o Chief Learning Officer, Rafael Cunha, também estarão presentes no evento.
Para Fisbhen, a presença de executivos em um evento desse porte é muito importante, porque ele reúne as cabeças mais inovadoras do mundo. “É a chance de observar o que os outros estão fazendo de novo, mas, não apenas isso, fazendo de novo em um mundo que é rigorosamente mais tecnológico e inovador hoje do que das últimas vezes em que estes eventos ocorrera”, afirma. O executivo ainda reforça que é a chance de compartilhar conhecimento com o ecossistema no entorno.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Fisbhen revelou quais são as tendências que espera que o evento traga para o segmento em que atua e de que forma essas inovações poderão ser integradas à categoria de EdTechs.
Meio & Mensagem – O Web Summit é um evento que lida com grandes inovações e tendências. Quais inovações e tendências você espera ver debatidas sobre o seu segmento?
Marco Fisbhen – Estamos empolgados para ver algo mais em linha com o mundo descentralizado no qual vivemos. Cada vez mais, um produtor intelectual e a sua audiência estão próximos, trocando ideias e impressões. É o caso, por exemplo, de escritores ou músicos e seus consumidores, cada vez mais conectados uns aos outros. E é isso que esperamos ver também em educação: que essa descentralização das informações evolua e consigamos criar um conceito de currículo, por exemplo, que tenha mais aderência a isso, um currículo, um smart CV, em que cada um seja dono da sua própria produção e que consiga dividi-la diretamente com quem interessa no mercado de trabalho.
M&M – Uma das propostas do evento é debater o digital e a Web 3.0. Como o digital está sendo incorporado no seu segmento? Quais são os desafios dessa união?
Fisbhen – A resposta para essa pergunta passa muito pelo conceito de blockchain como um todo: há um repositório no qual as informações se encontram e essas informações precisam ser verídicas e descentralizados. Esse é o conceito de um smart CV e que tem a ver com a educação. Espero ver discussões sobre identidade, smart CV e de produção intelectual e audiência. Com isso, acredito, poderemos ter um grande impacto em educação daqui para frente.
M&M – Para onde essa transformação digital deve levar a categoria nos próximos anos?
Fisbhen – Porque ela é fundamental para fatores como: preços mais democráticos, praticidade para os estudos, diversidade nas maneiras de se ensinar e entendimento de como cada estudante costuma estudar. A tecnologia jamais substituirá os professores ou a necessidade de interação entre os alunos para que eles se desenvolvam, mas ela faz um papel excelente ajudando cada estudante e professor a melhorar o seu desempenho.
M&M – Alguns dos tópicos abordados são NFTs, metaversos e IA. De que forma essas inovações podem ser incorporadas ao segmento?
Fisbhen – De um modo em que o aluno seja efetivamente dono do seu próprio currículo e justamente com a questão da descentralização das informações que citei acima. Estamos empolgados para ver o mundo cada vez mais descentralizado, em termos de identidade, conhecimentos e produção intelectual (as NFTs). O mundo caminha para que quem produza tenha acesso aos que estão comprando e consumindo essa produção. A gente espera que a educação e o conceito de NFTs ajudem a fazer com que a produção intelectual e quem consome essa produção estejam ligados diretamente.
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