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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

P&G defende ampliar as telas e os horizontes

Marc Pritchard, chief brand officer, da gigante de bens de consumo alerta sobre a necessidade de aumentar espaço para creators negros/as, com movimento “Widen the screen to widen our view”

Roseani Rocha
21 de junho de 2021 - 18h54

Alargar as telas, para alargar a visão de mundo, especialmente no que diz respeito à questão racial. É o que defendeu no primeiro dia do Cannes Lions 2021, o chief brand officer da P&G, Marc Pritchard.

Pritchard: ainda imperfeitos, mas liderando a mudança (Crédito: Reprodução)

A introdução de sua apresentação foi um vídeo relativo ao movimento “Lead with love”, que diz respeito às dificuldades enfrentadas na pandemia, mas ressaltando que de oito emoções com as quais já nascemos, a mais importante é o amor. E por meio dele é que pode superar os problemas do momento. Pritchard destacou que somente a igualdade e a inclusão podem trazer mais luz, amor e beleza necessários ao mundo. Isso implica em fazer escolhas iguais e tornar a igualdade de oportunidades e representatividade dos diferentes tipos de pessoas como um sistema contínuo nas empresas e na comunicação.

“Não somos perfeitos, mas estamos liderando um movimento da indústria que terá um grande impacto”, disse, já em relação especificamente ao movimento “Widen the screen to widen our view” (“Ampliar as telas para ampliar nossa visão”) no qual a companhia apoia que mais profissionais negros atuem na produção de peças publicitárias, tanto em frente as câmeras quanto por trás delas, em cargos como os de roteiristas e produtores. Isso para que um olhar viciado e estereotipado sobre a população negra possa ir cedendo espaço a outras perspectivas vindas da própria comunidade negra.

Pritchard sugeriu aos colegas da indústria tomarem, para isso, três pontos de partida: começar de dentro de suas próprias empresas (lembrou que a P&G atingiu sua meta na questão da presença feminina na força de trabalho, inclusive em cargos de liderança, mas ainda tem terreno grande para evoluir na racial e étnica); escolher de forma igualitária, tanto nas contratações, quanto nas representações de suas marcas (ainda mais considerando que na pandemia grupos como o das mulheres foram os mais prejudicados, assim, ele defendeu que “contratem, paguem e escolham de forma igualitária, por um futuro de igualdade”, porque é por meio de ações tangíveis que se constrói confiança); e, em terceiro, mude o sistema, já que todos, incluindo Cannes, fazem parte desse sistema e podem influenciar toda uma cadeia de agências, produtoras e companhias de mídia.

No caso imediato do Widen the screen, o problema que se quer atacar é reverter os seguintes números: menos de 6% dos roteiristas, diretores e produtores de filmes nos EUA são negros; entre 2007 e 2019, apenas oito entre 1.447 diretores se identificaram como “mulher negra”; em 2019, 15,7% dos personagens em todos os filmes eram negros/as; 33% de todos os filmes produzidos em 2019 não tinham meninas ou mulheres negras em nenhum papel.

Depois de comentar principalmente o primeiro dado, Pritchard recebeu em seu painel as participações especiais de creators negros e pessoas que são parceiras da P&G e têm influenciado essa agenda, como April Reign, estrategista de mídia e que levantou a questão da representatividade em uma das maiores premiações do cinema ao tornar trend topic global no Twitter a hashtag #OscarSoWhite; B. Monét, roteirista e diretora do filme Q.U.E.E.N; a titoker MegaGoneFree; o publicitário Keith Cartwright; a CEO da Ebony e Jet (veículos de mídia, sendo que apenas 1% do orçamento de mídia americano vai para veículos cujos donos são negros); e o diretor de “Widen the screen”, Kevin Wilson Jr.

Jr. alertou ao fato de que mesmo pessoas bem-intencionadas numa indústria mainstream como Hollywood quando tentam apresentar certos personagens que não conhecem tendem a fazê-lo de forma superficial. E enfrentar isso é importante, pois muita gente no mundo ainda forma opinião sobre outros grupos de pessoas com base naquilo que veem nos filmes. E os negros, na maioria dos casos, ainda são apresentados como criminosos, prostitutas etc. Mudar essa história tem como capítulo fundamental a inserção de produtores e roteiristas negros. “Dirigir esse filme foi a maior alegria da minha carreira até o momento.  Porque a jornada é tão importante quanto o filme em si”, disse Kevin Wilson Jr.

Assista ao filme:

 

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