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Cannes Lions

20 A 24 DE JUNHO DE 2022

Paris Hilton: “Web 3 vai mudar a história e o jeito que pensamos celebridades”

NFTs tem atraído celebridades e usuários, mas ainda precisa chegar ao seu potencial máximo entre anunciantes

Thaís Monteiro
22 de junho de 2022 - 4h01

Rainha do metaverso é como Paris Hilton se refere a si mesma hoje em dia. Considerada uma das primeiras influenciadoras, a empresária e DJ já lançou e vendeu coleções de NFTs e fez seu mundo no Roblox, com parceria com marcas como Levi’s como uma nova forma de se conectar com fãs, dar a eles o direito de ter receita sobre seus lançamentos musicais e até realizar sets de DJ em sua cama durante sua viagem de lua de mel. Hoje, ela ajuda marcas a fazer o mesmo de forma orgânica através da sua empresa 11:11 Media. 

Paris dividiu o palco com Gary Vaynerchuk, Chairman e CEO da VaynerX e VaynerMedia (Crédito: Celina Filgueiras)

Herdeira da rede de hotéis Hilton, em painel no Cannes Lions, Paris diz ter entendido que a dinâmica do relacionamento com os fãs é diferente na Web 3, pois adiciona profundidade e disposição. “Eu acho que a Web 2 era sobre construir audiência e a Web 3 é sobre construir comunidade. E isso é o que eu amo sobre essa comunidade. Todos estão muito dispostos para ensinar, apoiar e impulsionar uns aos outros. É muito diferente da mentalidade de Hollywood, especialmente. As pessoas não são competitivas. Todos querem levar isso para frente para que todos possam entender”, colocou.

Hoje, seu objetivo é dar mais espaço para mulheres na tecnologia e simplificar as tecnologias para marcas. “Há muito para vir e vai mudar o entretenimento, cultura pop. Sendo uma influencer original, eu vejo a Web 3 criando influenciadores digitais que são celebridades e parceiros de marcas como Gucci, pegando o trabalho de modelos de verdade que poderiam estar em um outdoor da Gucci. Vai mudar a história de muitas formas, o jeito como pensamos nas celebridades e no mundo virtual”, disse.

Se creators e criadores compreenderam a qualidade dessa relação com a comunidade na nova fase da internet, talvez marcas e agências ainda não. Ao menos, essa é a opinião expressa por Gary Vaynerchuk, Chairman e CEO da VaynerX e VaynerMedia, artista e empresário digital, que dividiu o palco com Paris no painel “The NFT Revolution and What It Means For Brands”.

Para ele, a indústria é obcecada por alcance, mas as impressões não têm o valor defendido pelo mercado. “Há 20 anos os executivos têm mentido sobre o alcance. Não tem lorota maior do que impressões. O lance é profundidade e não alcance”, disse.

Além da relação profunda com o consumidor, essa é uma nova forma de monetizar produtos e tornar consumidores parte dessa frente de negócios. Paris, por exemplo, está se preparando para lançar seu EP em forma de NFT para que os fãs que adquirirem   a peça possam ganhar a partir disso. “O potencial de ativos digitais chegou para mim quando as pessoas começaram a comprar coisas para jogos no Facebook. E aí entendi que não era diferente que uma bolsa da Gucci. As pessoas compram coisas porque conhecem a marca, para comunicar propriedade sobre quem eles são”, afirmou Vaynerchuk.

Para o executivo, o NFT seguirá a mesma evolução da internet e redes sociais, em que antes elas eram consideradas bobas por conta da funcionalidade que adquiriram no seu início, mas se provaram valiosas. “Antes considerávamos as redes sociais um lugar pra registrar pensamentos, agora ela ameaça a democracia. O NFT começou com a função de colecionável, mas isso é 1% do seu potencial”, contextualizou. 

Ele ainda prevê que muitos publicitários largarão seus trabalhos tradicionais para trabalhar em sua própria arte no formato de ativos digitais. “Nos próximos anos, NFT vai liberar a criatividade no mundo. Muitas pessoas sentadas aqui vão sair da indústria e lançar arte sozinhos”, disse. Outra dificuldade é olhar a Web 3 pelo olhar da internet. 

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