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Qual é a força da tecnologia atrelada à criatividade?

Para Paulo Ossamu, diretor executivo de tecnologia da Accenture na América Latina, a inovação caminha lado a lado com equipes qualificadas e multidisciplinares

Victória Navarro
16 de março de 2021 - 6h00

Embora a pandemia do novo coronavírus tenha desencadeado uma série de efeitos negativos em diversas indústrias, o isolamento social intensificou e acelerou a digitalização dos modelos de negócios. A explosão do crescimento do e-commerce e o aumento exponencial do uso das redes sociais e das plataformas de comunicação para o lazer e para os negócios demandaram serviços tecnológicos, cada vez mais, sofisticados e seguros, obrigando as empresas a repensar seus processos e a investir tempo e recursos em inovação. O tema é um dos assuntos abordados neste South by Southwest, realizado, digitalmente, de 16 a 19 de março.

Para Paulo Ossamu, diretor executivo de tecnologia da Accenture na América Latina, antes da pandemia, as empresas que estavam mais avançadas em sua transformação digital conseguiam, “em média, o dobro de crescimento em receita em relação aos seus concorrentes. Já durante a pandemia, essa diferença ficou em cinco vezes”. E, nesse cenário, a criatividade é indispensável.

Paulo Ossamu, diretor executivo de tecnologia da Accenture na América Latina (crédito: divulgação)

Entre as organizações que vislumbravam um caminho em direção à tecnologia, 21% tiveram que começar seus esforços de transformação digital mais cedo do que o esperado ou, até mesmo, que agilizar os já existentes. Já entre as empresas que já tinham iniciado seus processos de digitalização, 65% os avançaram devido a Covid-19. Os dados são da Red Hat, empresa focada em soluções open source, que, anualmente, analisa a opinião de líderes e tomadores de decisão em Tecnologia da Informação (TI) sobre tendências em transformação digital para o próximo ano, por meio do estudo Global Tech Outlook. A pesquisa foi realizada entre julho e setembro de 2020, com 1.470 profissionais de diferentes empresas, com mais de US$ 100 milhões em receita anual.

Confira entrevista de Paulo, da Accenture, para o Meio & Mensagem:

Meio & Mensagem – Por que as empresas se sentem, cada vez mais, obrigadas a migrarem para modelos mais digitais e, ainda assim, conseguem trabalhar com criatividade?
Paulo Ossamu – A pandemia, realmente, deixou em evidência as vantagens de uma empresa mais digital. Antes da pandemia, as empresas que estavam mais avançadas em sua transformação digital conseguiam em média o dobro de crescimento em receita em relação aos seus concorrentes. Já durante a pandemia, essa diferença ficou em cinco vezes. Hoje, enfrentamos uma abundância de possibilidades na utilização de tecnologias. Existe uma maior facilidade na adoção das mesmas e um custo de aquisição muito baixo, quando comparamos com cinco ou dez anos atrás. O desafio, aqui, é conseguir embarcar criatividade e inovação nos processos corporativos, mas, principalmente, conseguir mudar o mindset dos profissionais, pois, hoje em dia, todas as pessoas precisam entender um pouco sobre tecnologia para poder aplicar em seu dia a dia. Tecnologia já não é mais um conhecimento restrito ao profissional de TI.

M&M – Os bons líderes do futuro serão aqueles com os dois pés na transformação digital. Quais serão as tendências de modelos de trabalho, nos próximos anos?
Paulo – Estamos passando por um processo de aprendizagem de como trabalhar remotamente. Antes da pandemia, por exemplo, tínhamos em média 30% da força de trabalho de forma remota e a expectativa é que, após a pandemia, ficaremos ao redor de 50%. Dessa forma, vamos continuar vendo impactos culturais importantes na forma de liderar e, principalmente, na forma de atrair e reter os melhores profissionais.

M&M – O que o caminho das empresas em direção a transformação digital significa para as marcas e suas comunicações?
Paulo – Na nossa visão, já começamos a entrar num mundo pós-digital. Muitas empresas já avançaram na sua transformação digital e conseguiram se diferenciar com mais velocidade. Agora, começam a entrar em outro nível de avanço, onde começam a colaborar com outras empresas para oferecer melhores produtos, serviços e experiências para seus clientes. Começamos a ver um aumento no nível de complexidade técnica dessas colaborações, que traz grandes desafios de segurança, de integração sistêmica e de confiança na troca de informações. As empresas que já estão se preparando para essa nova realidade, com certeza vão colher os benefícios mais rapidamente e aumentar ainda mais a vantagem em relação aos seus concorrentes.

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