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A experiência do SXSW por um palestrante

Vanessa Mathias, da White Rabbit, compartilha a experiência de apresentar um painel no evento e como ter sua proposta selecionada

Thaís Monteiro
18 de março de 2021 - 11h10

Na terça-feira, 16, Vanessa Mathias, co-fundadora da White Rabbit, foi mediadora do painel “No Spectators: Community-Built Virtual Multiverses”, que tratou de como projetos culturais estão buscando trazer a magia da interação humana para as plataformas digitais com represntantes do Burning Man Project, C2 Montreal e da banda Courier Club.

A sessão foi uma proposta da executiva no processo denominado Pannel Picker, em que o SXSW abre inscrições para que a própria comunidade que frequenta o festival submeta uma proposta de painel com convidados selecionados. As propostas são avaliadas em diferentes instâncias e, se aprovada, é incluída no line-up da edição.

(Crédito: Divulgação)

Ao Meio & Mensagem, Vanessa explicou como funciona o processo e compartilhou dicas para aqueles que desejam submeter uma proposta.

M&M – O que é o Pannel Picker?
O Pannel Picker é o processo em que a comunidade em torno do SXSW inscreve ideias de sessões. Em geral, 90% das seções são feitas através do Panel Picker, que é um processo que acontece praticamente um ano antes da realização. Se o SXSW é março, as inscrições acontecem em julho e a votação acontece em agosto. Esse ano foi um processo diferente porque eles estavam nessa de “vamos, não vamos; não sabemos quantas sessões vão ter”, então foi um processo que aconteceu em outubro. Mas muitas das sessões, até as que acontecem todo ano, como o Fjord Trends e a do John Maeda, são as pessoas que inscrevem sua sessão para votação. Todo mundo que quiser ter uma sessão no SXSW pode participar. É só você ter uma ideia legal e se inscrever dentro do pannel picker. Ele é aberto para todo mundo.

M&M – Como é feita a avaliação e seleção?
Eles têm três instâncias de decisão: 40% da votação é feita por um comitê de pessoas que avaliam se gostam da proposta; 30% são votos públicos, ou seja, as pessoas da própria comunidade avaliam; e 30% é do staff, ou seja, os curadores.

M&M – A composição do painel é feita antes de submeter a proposta ou o SXSW junta os demais palestrantes para falar?
Quem organiza são as pessoas, a não ser as feature sessions. Se você é organizador da sessão, você entra em contato com os profissionais que quer ter na sua conversa e os convida.

M&M – Por que você acredita que o SXSW promove esse tipo de processo em que a comunidade SXSW está envolvida?
Eu acho que, assim, eles têm uma diversidade muito maior de opiniões e acabam incorporando questões que talvez não tenha passado pelo radar da organização. Eu acho que dá um senso de originalidade para o evento e uma comunidade tão criativa quanto a do SXSW de formadores de opinião consegue dar o olhar de frescor para o evento. Então eu acho que essa ideia de ser construído pela comunidade é a principal responsável por dar um ar de frescor para evento, de realmente ter essa capacidade de utilizar a inteligência coletiva. Essa é uma das grandes vantagens do South by Southwest e que eu acho que cada vez mais os eventos estão utilizando.

M&M – O que eles procuram normalmente? Quais são os atributos principais que um painel precisa ter para ser aprovado?
Você precisa ler todas as coisas, dar uma olhada se o seu tema não foi falado antes. Quanto mais específico, melhor, é bom que você ou as pessoas com quem você fará o painel seja um especialista naquele tópico específico. Então, tem que ser muito mais um Deep Dive do que uma proposta mais genérica sobre emerging techs, por exemplos. Os títulos do SXSW são muito bons e até para você passar em uma votação pública é importante que você consiga chamar a atenção das pessoas, até porque muitas pessoas selecionam os painéis pelo título. Eles também pedem para você colocar três takeaways, ou objetivos da sessão: quais são os aprendizados da sessão.

Se você vai fazer um painel com mais pessoas, é muito legal e eles prezam muito a questão da diversidade. Faz uns cinco anos que eles prezam por isso e não só na questão de raça, mas grupo étnico, gênero, localização. Além disso, principalmente em painéis, é legal ter uma diversidade de opiniões. Eu lembro muito bem de uma vez em que eu fui em um painel sobre singularidade tecnológica que tinha um cientista e um padre. Acho que é um exemplo legal de como você consegue colocar diversidade dentro de um painel.

Outro ponto importante é incluir um vídeo seu. Eles falam que é facultativo, mas na verdade não é. É pelo vídeo que eles descobrem se você consegue falar inglês, em público e quais são suas habilidades comunicativas. Então nesse vídeo você conta um pouco da sua sessão em dois minutos, como um briefing. Se você não tiver, você pode subir um vídeo de você falando inglês em outra apresentação.

O SXSW não gosta de propaganda sobre seu próprio case. Ele é muito sobre coisas interessante que as pessoas fizeram. Não é sobre sua empresa e sim sobre o learning. Tem que ser uma proposta criativa que nunca foi falada antes, porque eles têm essa perspectiva de ter conversas difíceis, uma pegada mais punk. Eu sempre digo que é melhor as pessoas ousarem mais do que menos. As coisas que você acha que ninguém falaria estarão lá.

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