Os produtores das festas olímpicas

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Os produtores das festas olímpicas

A carioca SRCOM estará à frente das cerimônias dos Jogos do Rio 2016


13 de dezembro de 2011 - 10h43

Free Jazz, TIM Festival e Réveillon de Copacabana, este desde 2008. Há quem nunca tenha ouvido falar da SRCOM, mas, com certeza, qualquer um conhece bem estes eventos. Todos contaram com o trabalho desta empresa que, junto com a italiana Film Master Group, forma o consórcio Cerimônias Cariocas 2016, que ganhou a concorrência pela produção executiva das cerimônias e grandes eventos ao vivo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, incluindo abertura e encerramento. “São 17 eventos, seis que vamos produzir e os outros 11 que vamos gerenciar. Provavelmente, vamos subcontratar outras empresas de produção para fazer os sub­eventos”, antecipa Flávio Machado, sócio e vice-presidente da SRCOM.

A primeira cerimônia, que acontece já em 2012, é a Flag Handover, uma passagem da bandeira olímpica de uma sede, no caso Londres, para a próxima, o Brasil. “Vamos selecionar um diretor artístico brasileiro para esse evento, assim como para as cerimônias de abertura e encerramento. Damos o conceito criativo e ajudamos a colocar tudo em prática”, explica.

A SRCOM é uma empresa familiar, fundada por Sheila Roza em 1987 com o marido, o renomado cenógrafo Abel Gomes, que, anos depois, recebeu Machado, filho de Sheila, e Paulo Cesar Ferreira como sócios. Sheila já tinha uma trajetória na área de promoções quando criou a empresa. “Minha mãe trabalhava no departamento de marketing do jornal O Globo, à frente de grandes eventos”, lembra. No começo, Sheila concentrava seu trabalho na SRCOM e Abel cuidava da P&G Cenografia, mas, com o tempo, ele tem se envolvido cada vez mais na produção de eventos. “As coisas foram se embolando no meio do caminho”, explica Machado. Para ele, atuando juntas, elas trazem um diferencial. “Dá uma agilidade muito grande. Crescemos bastante nos últimos três anos”, informa.

A SRCOM e a P&G contam hoje com 200 funcionários, incluindo os profissionais que atuam na fábrica de cenários e estruturas. A ideia é aumentar este número no ano que vem, mas entrando em outro mercado, o de São Paulo. “Já fazemos eventos em São Paulo, mas agora nos preparamos para abrir um escritório com equipe de produção local”, antecipa.

Entre os eventos que a SRCOM produziu recentemente estão o lançamento da marca Rio 2016, além das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Mundiais Militares. “Foi um evento grandioso que, de certa maneira, nos passou segurança para entrar na concorrência do Comitê Organizador dos Jogos do Rio 2016. Isso certamente pesou na escolha deles”, acredita Machado. A concorrência durou seis meses. “Foi extremamente trabalhoso e tinha exigências altíssimas. Concorremos com as maiores empresas de eventos do mundo. Ganhar tem um sabor ainda mais especial”, comemora. 

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Consórcio Brasil-Itália

Para chegar à vitória, a SRCOM juntou-se ao Film Master Group, que, entre outras cerimônias, esteve à frente das promovidas nos Jogos de Turim, na Itália. Uma cenógrafa que trabalhava nos Jogos Mundiais Militares colocou as duas empresas em contato. “Eles estavam vindo para o Brasil para conhecer empresas daqui e entender o mercado. Com a indicação desta coreógrafa, o Marco Balich, vice-presidente e produtor executivo da Film Master Group, marcou um jantar com o Abel e foi amor à primeira vista. Ele ficou surpreso com qualidade do nosso trabalho e, ao voltar para a Itália, disse para os outros executivos da holding que já tinha escolhido o parceiro brasileiro para entrar na concorrência da Rio 2016”, relembra Machado.

Por sugestão da Film Master Group, a participação das empresas no consórcio vencedor é dividida igualmente. “Eles tinham a credencial olímpica por já terem produzido anteriormente cerimônias para Olimpíadas, o que possibilitou a participação do nosso consórcio. Podiam querer porcentagem maior nos lucros, mas a decisão da parceria meio a meio partiu deles. Demonstra confiança e respeito pelo nosso trabalho”, salienta Machado.

Com mais de 30 anos de experiência, a holding italiana conta com centros operacionais em Milão, Roma, Madri e Dubai. Esteve à frente das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de Turim, em 2006. Seu vice-presidente Marco Balich, concebeu e produziu esses eventos, além de ter liderado o projeto do show de Turim 2006 na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Salt Lake City, em 2002. Entre seus maiores sucessos estão as Cerimônias de Abertura e Encerramento dos Jogos do Mediterrâneo 2009. Foi também diretor artístico do Carnaval de Veneza em 2008, 2009 e 2010, e consultor do COI e do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) para os Jogos de Pequim, em 2008. 

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