Comunicação
Conar dá sentença e determina alteração da própria campanha
Uma das maiores polêmicas recentes envolvendo uma campanha publicitaria teve seu primeiro desfecho nesta quinta-feira, 14
Conar dá sentença e determina alteração da própria campanha
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Bárbara Sacchitiello
15 de setembro de 2017 - 12h35
Uma das maiores polêmicas recentes envolvendo uma campanha publicitária teve seu primeiro desfecho nesta quinta-feira, 14. Em reunião do Conselho de Ética, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) determinou a alteração da campanha publicitária lançada pelo Conselho, em agosto.
Chamada de “Opções”, a campanha criada pela AlmapBBDO procurava ressaltar a função do Conar como um órgão voltado a coibir desrespeito aos consumidores.
Para isso, a campanha ressaltava que a principal função do Conar era diferenciar mensagens ofensivas de gostos pessoais e destacava que era impossível uma propaganda agradar a todos. Para exemplificar a ideia, o comercial era dividido em duas telas que mostravam situações diferentes, como uma mulher magra e uma outra gorda, pessoas negras e outras brancas e uma mesa com comidas saudáveis ao lado de outra, com refeições calóricas.
A reação de muitos espectadores foi rápida e o Conar recebeu reclamações sobre o tom da campanha. De acordo com a maior parte das queixas, o Conar tratou como gosto pessoal questões importantes de diversidade, o que desrespeitaria muitas pessoas. Em uma decisão inusitada mas não inédita em suas história – o Conar já tomou a mesma medida outras duas vezes – o Conselho abriu um processo para julgar sua própria campanha. O caso foi avaliado por uma comissão nesta quinta-feira, 14. O relator designado para avaliar o processo é um membro da sociedade civil, conforme o estatuto do Conar determina nessas situações.
De acordo com o relator, as reclamações da sociedade mostram que o Conar e a agência não conseguiram transmitir a mensagem de forma eficiente às pessoas. Ainda segundo o relator, ao usar exemplos étnicos e diversidade sexual como exemplos de diferenças de opiniões, o Conar desrespeitou a sociedade. “As peças dão margem para que as pessoas se sintam ofendidas”, escreveu ele em seu voto, citando os artigos 19 e 20 do Código (“Toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana, à intimidade, ao interesse social, (…) ao núcleo familiar” e “Nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade”, escreveu o relator.
Por determinação do Conselho de Ética, o comercial, que desde agosto vem sendo exibido na TV, deve ser alterado. Segundo avaliação do relator, é importante que o Conar nao coloque no mesmo patamar exemplos como diversidade de tipos de goiaba à diferenças étnicas. Em texto publicado no próprio site do Conar, a entidade afirma que vai recorrer da sentença ao lado da AlmapBBDO, responsável pelo filme. Nesse caso, o processo voltará a ser julgado após a apresentação das defesas.
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