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Comunicação

Resultados do WPP surpreendem analistas

Apesar dos números acima do esperado no primeiro trimestre, holding não revelou detalhes da saída do ex-CEO Martin Sorrell


30 de abril de 2018 - 16h25

Por Megan Graham, do AdAge

Em seu primeiro relatório financeiro após a saída do CEO Martin Sorrell, o WPP informou resultados acima do esperado para o primeiro trimestre. O lucro líquido da maior holding de comunicação do mundo caiu 0,1% no período, desempenho bem melhor do que a queda de 1% esperada pelos analistas. A receita do grupo no primeiro trimestre recuou 4% em relação ao mesmo período do ano passado, indo a 3,6 bilhões de libras.

A liderança do WPP, incluindo os novos co-COOs Mark Read e Andrew Scott, atendeu investidores e analistas em uma reunião em Londres e, posteriormente, em uma ligação com analistas dos Estados Unidos. Os analistas da Liberum classificaram a apresentação de resultados como “reconfortante”, dizendo que o grupo tinha sido claro sobre os desafios para o negócio, e sobre a manutenção do modelo fundamental de negócios das agências.

Brian Wieser, analista sênior da Pivotal Research, afirmou, em nota a investidores, que a empresa se mantém otimista. “Estamos positivamente orientados em torno de oportunidades neste momento, especialmente dada a nossa visão de longo prazo sobre o setor de agências, que voltará, eventualmente, a registrar algo parecido com o crescimento ‘normal’. O WPP, em particular, é – apesar do vácuo de liderança atualmente – o melhor posicionado entre os grupos em termos de sua presença geográfica e de negócios”.

Roberto Quarta, presidente executivo do WPP, durante o encontro com investidores em Londres, falou sobre a saída de Sorrell e sobre o raciocínio da empresa de não divulgar as circunstâncias em torno dela. “Martin se demitiu. Martin não foi denunciado. Isso aconteceu no final da investigação, quando os resultados da investigação eram conhecidos. Martin decidiu renunciar antes da diretoria ter levado em consideração o resultado da investigação e determinado se era ou não apropriado agir”, afirmou Quarta.

“Não temos exigências ou necessidade de divulgar. Acho que também deixamos muito claro que o impacto financeiro sobre essa alegação de má conduta pessoal não foi relevante para os ganhos do WPP”, disse. O executivo acrescentou que, já que o episódio tem a ver com uma conduta pessoal, “é uma questão de privacidade e, portanto, é uma questão para Martin, e essa é a razão pela qual não divulgamos”.

Mais tarde, durante uma conferência por telefone, Quarta falou sobre a busca da companhia por um novo CEO. O executivo disse que a holding está tentando concluir o processo o mais rápido possível, mas que “tudo deve ser feito de forma cuidadosa e correta”.

Quarta também respondeu sobre especulações de analistas de que o WPP entraria em colapso no futuro próximo. Ele disse que a empresa manterá a mente aberta e fará o que achar que criará mais valor para os acionistas. “O ponto de partida é, definitivamente, que isto não é um colapso. É muito cedo para especular sobre vendas de ativos específicos”. Scott acrescentou que o WPP pretende trabalhar as áreas do grupo de baixo desempenho para se concentrar no crescimento e liberar recursos para o investimento.

Quarta disse, ainda, que os clientes parecem confiantes sobre suas relações com a holding. No entanto, a Ford, um dos principais clientes do WPP, disse no começo do mês que está fazendo uma revisão da sua conta global.

O grupo registrou uma série de vitórias neste trimestre, incluindo a conquista de Hotel.com pela MediaCom; Danone, pela Wavemaker, e Boss, por várias empresas do WPP. A empresa afirmou que as receitas de novos negócios no primeiro trimestre somam US$ 1,7 bilhão. Na lista de perdas estão a compra de mídia global dos hotéis Marriott’s (estava na MEC e foi para o Publicis Groupe) e o trabalho de criação e compra de mídia das marcas da Campbell Soup Co., que também foram para o Publicis Groupe após uma revisão.

Quanto aos desafios constantes enfrentados pelo setor, Read tocou no crescimento da Amazon, Facebook e Google; concorrência de consultorias e mudanças estruturais e duradouras no mercado. “Mesmo quando as pressões sobre os clientes cederem, não vamos voltar a fazer as coisas da maneira antiga”.

Tradução: Fernando Murad

Crédito da foto de destaque: DANIEL LEAL OLIVAS/AFP/Getty Images

 

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