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Sou publicitário e não sei inglês: e agora?

Mercado competitivo exige conhecimento em idiomas, principalmente o inglês; conversamos com profissionais para entender as principais atividades envolvendo outras línguas


2 de agosto de 2018 - 10h00

Para jovens profissionais que acabaram de entrar no mundo publicitário ou para aqueles que querem alavancar sua carreira, o conhecimento em idiomas, em especial o inglês, é um diferencial na hora de galgar novas posições dentro das agências e lidar com grandes clientes. De acordo com uma pesquisa da consultoria de recursos humanos Robert Half feita com 387 profissionais entre abril e maio deste ano, 67% dos profissionais com ensino superior que estão empregados têm fluência ou nível avançado em outro idioma, sendo 92% fluentes em inglês e 43% fluentes em espanhol. Entre os profissionais com ensino superior desempregados, o índice de fluência em outro idioma é de 60%, onde 94% são fluentes em inglês e 44% em espanhol.

Mas com que frequência o inglês é realmente utilizado na publicidade? Até que ponto dá para se virar sem ser fluente no dia a dia das agências? Conversamos com publicitários para entender as áreas e atividades onde o idioma é mais exigido.

Foto: Pexels

Cícero Rohr, diretor de atendimento da agência Master, acredita que o que determina a necessidade do inglês é o perfil do cliente. Uma multinacional, por exemplo, pode pedir que um publicitário acompanhe uma reunião de board internacional ou leia diretrizes globais da marca antes de um briefing. “Atendemos a um cliente que é uma grande multinacional, a Volvo Caminhões, e recebemos muitos documentos em inglês que precisam ser consumidos por várias pessoas na agência. Guides sobre a marca, sobre produtos, referências de comunicação de outros países são parte do dia a dia de uma conta assim”, exemplifica.

Reuniões com clientes e operações internacionais das agências

Para quem trabalha ou tem vontade de trabalhar com marcas e agências internacionais, é preciso estar preparado para participar de reuniões, ligações, webinars de treinamento e apresentações com executivos e times gringos. Funções que interagem mais com clientes e exigem a negociação com parceiros de outros setores, como para profissionais de atendimento, e atividades que envolvem a defesa de projetos e apresentações, como planejamento e criação, requerem o domínio de outras línguas com mais intensidade.

“Visto que temos cada vez mais executivos internacionais rotacionando em posições pelo mundo, inclusive no Brasil, que é um mercado importante para diversos segmentos da indústria, tem sido cada vez mais necessária a fluência em inglês para executivos de atendimento, área comercial, planejamento e criação, principalmente”, afirma Ligia Vulcano, COO da agência Sunset.

Beatriz Moura, Business Account da FutureBrand São Paulo, conta ainda que podem surgir situações de última hora onde profissionais devem “se virar” para lidar com parceiros. “Por vezes precisamos mudar o idioma da reunião no momento da apresentação porque na sala estão presentes uma ou mais pessoas estrangeiras. Nesses casos, dominar o inglês é essencial para que o conteúdo seja compreendido por todos os presentes”, conta.

Até mesmo criativos podem cair de paraquedas em brainstorms com clientes internacionais. Felipe Andrade, diretor executivo de criação da Rapp Brasil, conta que já foi avisado de surpresa de que haveria uma reunião com filiais da agência. “Disseram que tínhamos 20 minutos pra criar e explicar a ideia. Fomos no melhor estilo freestyle”, relembra. Ele acredita que o conhecimento em inglês também ajuda a compor o storytelling e criar nomes para cases. “Se quisermos que a ideia rode o mundo, todos devem entender o raciocínio”, afirma.

Dá para se virar sem?

Mesmo para quem não domina o idioma, é possível dar conta do trabalho em algumas atividades, garantem os publicitários. Trocas de e-mail e a elaboração de relatórios podem passar com a ajuda de colegas e da internet, na opinião de Ligia, da Sunset.

“Muitos profissionais têm um bom entendimento do inglês, mas não têm fluência para falar. Nesse caso, leitura de materiais do cliente e do mercado, participação em apresentações do cliente e workshops são atividades que um inglês intermediário cumpre o papel”, afirma.

Fabio Brito, VP de atendimento da Leo Burnett, afirma que é difícil trabalhar no “embromation”. “Fluência é percebida e a falta dela vai fazer diferença em uma apresentação para cliente, em um texto de email que precisa ser redigido, em contrato que precisa ser avaliado no idioma, em um novo negócio e em entendimento para que não haja ruídos nos processos”, argumenta.

Por outro lado, cursos de inglês podem não caber no bolso de todos os profissionais, principalmente daqueles em início de carreira, então uma dica é ouvir podcasts e ler publicações sobre publicidade e marketing em outros idiomas. “Leia, ouça entrevistas, veja programas e assista a filmes. Existem cursos gratuitos e um mundo de possibilidades”, recomenda o executivo.

Espanhol

Em segundo lugar na linha de importância entre os idiomas está o espanhol, muito utilizado por marcas em fase de expansão e agências com clientes latinos. “O que temos usado e precisado cada vez mais aqui na Sunset são pessoas fluentes ou nativas nas variações da língua espanhola para atuar em social media como community managers para operações de América Latina, pois conhecem a cultura e expressões locais da língua”, diz Ligia, da Sunset.

Beatriz, da FutureBrand, afirma que o inglês ainda acaba tendo preferência em trabalhos com executivos de diferentes partes do mundo, mesmo quando há vários profissionais latinos envolvidos. “Em um contexto em que todos são da América do Sul, no entanto, opta-se pelo espanhol”, completa.

 

 

 

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