Justus: “Mercado publicitário, não mais!”

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Comunicação

Justus: “Mercado publicitário, não mais!”

Com investimentos no setor financeiro e nova edição de O Aprendiz engatilhada, executivo comenta transformações da indústria de comunicação


29 de agosto de 2019 - 6h00

Roberto Justus adianta que a próxima temporada de O Aprendiz deverá ter a participação de anônimos (Crédito: Maximo Jr./Band)

“Nem pensar!” Essa é resposta direta de Roberto Justus quando questionado se pensa em voltar, em algum momento, para o universo da publicidade, no qual construiu uma carreira de décadas. Aposentado da indústria desde novembro de 2017, quando negociou a última parte das ações que detinha do Grupo Newcomm com a holding WPP, o executivo vê o setor em fase de grande transformação e descarta a possibilidade de, em algum momento, retornar à área.

“Hoje temos um outro mercado. Quem está se adaptando e compreendendo esse momento está crescendo. Quando tenho saudade da publicidade, dou uma ligadinha para o Marcos Quintela (atual CEO da VMLY&R Group), ouço meia dúzia de problemas e penso: ‘Que bom que não estou mais aí’”, brinca.

O apresentador esteve em evento promovido pela Band nessa terça-feira, 28, em São Paulo, para apresentar as novidades de sua programação ao mercado publicitário. Parceiro da emissora no reality O Aprendiz (Justus adquiriu os diretos do formato internacional), o apresentador se prepara para levar ao ar uma nova edição da competição, em 2020. A primeira experiência do formato na Band foi ao ar no primeiro semestre deste ano e reuniu influenciadores e celebridades do universo digital. Embora ainda esteja, junto à emissora, em fase de definição do programa para o próximo ano, Justus adianta que a fórmula deverá ser mudada. “As pessoas estão pressionando muito para que voltemos a abrir as inscrições para os anônimos”, declara.

Além da carreira na TV – que já vinha conduzindo enquanto ainda atuava na indústria publicitária – Justus quer direcionar suas energias para o mercado financeiro, área na qual passou a empreender assim que deixou o Grupo Newcomm. Atualmente, ele é sócio da Nest Asset Management e, também, tem participação no conselho de outra companhia de private equity. “É nisso em que vou me concentrar”, promete o apresentador. Confira a entrevista:

Meio & Mensagem — Como analisa a experiência dessa temporada de O Aprendiz com a participação de influenciadores?
Roberto Justus — O programa teve uma repercussão e um engajamento gigantescos nas redes sociais. Tivemos também uma audiência grande no YouTube e isso complementou a audiência da Band que, obviamente, é um pouco mais baixa. Mas com o complemento desse engajamento, o reality acabou sendo um grande sucesso. O programa foi muito comentado, foi Trending Topic mundial toda semana no Twitter e os participantes ajudaram bastante nisso por serem atuantes nesse meio digital. Foi legal trazê-los ao mundo real, propondo provas de economia e de outras situações para quem atua em um segmento diferente. Aprendi muito com eles, foi muito gostoso e a experiência foi incrível.

O que pode adiantar da próxima edição do reality?
Não será mais um programa com influenciadores porque estamos sempre em busca de ideias diferentes. Estamos ainda em fase de produção. Só confirmamos o programa para a grade do ano que vem, provavelmente em março ou abril. E temos a intenção de abrir para a participação do público. As pessoas estão pressionando muito para que a competição volte a ser com pessoas anônimas e acho que isso é muito interessante de fazer. Então estamos ainda decidindo como estruturar isso, mas abriremos inscrições logo mais, para que o público, em geral, possa participar. para o público, em geral, poder participar.

Você deixou o mercado publicitário no final de 2017. Mesmo de fora, continua acompanhando as mudanças que vem acontecendo no setor de agências?
O mercado realmente tem mudado muito. Temos movimentos de grandes agências, como a a minha ex-agência, a Y&R, que se fundiu com a VML (o processo, anunciado em 2018, formou a operação da VMLY&R, mas no Brasil as duas estruturas continuam operando de forma independente). Vemos também a fusão Wunderman com a Thompson e o WPP se mexendo muito em relação à essa questão. Vivemos em outro mercado. Mudou o perfil das empresas e a forma delas atuarem, assim como a competição e a própria demanda dos clientes. Quem está se adaptando e compreendendo esse novo mercado está crescendo. Quando tenho saudade da publicidade, dou uma ligadinha ao Marcos Quintela (CEO da VMLY&R Group), ele me conta meia dúzia de problemas e digo: ‘que bom que não estou mais aí!’ (risos). Mas, brincadeiras à parte, devo tudo o que fiz na carreira ao mercado publicitário e tenho um carinho muito especial, mas agora estou no mercado financeiro.

O que está fazendo nessa nova área?
Estou empreendendo. Tenho uma Asset Managament (a Nest), que possui quatro fundos, e uma participação em outra companhia de private equity. Estou muito feliz nesse mercado, mas atuo fora do dia dia, participando mais como presidente do conselho dessas empresas. É como se fosse uma semi-aposentadoria.

Você pensa, em algum momento, em voltar ao mercado de agências de publicidade?
Mas nem pensar! Obviamente depois de sair do Grupo WPP eu tinha uma cláusula de não concorrência de dois anos, mas poderia ter feito esse non compete para o resto da vida! Mercado publicitário, não mais. Agora, no mercado de comunicação, não está descartado fazer alguma coisa. Estou aqui na TV, na Band, tentando ajudá-los também. Esse é o tipo de coisa que gosto: televisão e, agora, mercado financeiro. É nisso que vou me concentrar.

A Band divulgou que essa versão de O Aprendiz com influenciadores teve um recorde de participação de marcas. Sua presença teve influência para essa captação de anunciantes?
Acredito que a Band está passando ao mercado a mensagem de que quer se reinventar, de que tem a vontade de entender o novo momento da televisão e essa convergência com outras mídias e todas essas plataformas. A televisão virou uma grande produtora de conteúdo. O que importa mais não é a exibição, mas o que está sendo exibido. O consumidor quer assistir na hora em que ele quer, no momento em que quer e na plataforma que ele quiser. Por isso a TV tem que estar no celular, no laptop, no computador, na própria televisão e em todo lugar. O que importa é adequar o conteúdo que está sendo produzido ao que o público quer ver hoje em dia. Acho que a Band está percebendo essa mudança e se movimentando para isso.

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