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Pressionada, Omnicom abre dados de diversidade

Depois de ser cobrada por não responder à carta dos 12 pontos, holding apresenta plano para progredir na questão da equidade racial


28 de julho de 2020 - 6h00

Por Lindsay Rittenhouse, do Ad Age

John Wren, CEO e chairman do Omnicom: “Eu, junto com nosso time de lideranças, estamos comprometidos com a mudança” (Créditos: SpencerPlatt/GettyImages)

John Wren, CEO e chairman do grupo Omnicom, enviou nesta segunda-feira, 27, um e-mail aos funcionários divulgando as estatísticas de diversidade da holding. O comunicado também apresentou o plano “Open 2.0”, cujo objetivo é alcançar a “equidade sistêmica” na companhia.

O movimento ocorreu depois que Nathan Young, diretor de estratégia da Periscope e fundador da organização sem fins lucrativos 600 & Rising, cobrou a holding por não ter divulgado seus dados de diversidade e tampouco ter respondido à carta dos 12 passos que ele e a entidade, formada por publicitários negros, endereçaram à indústria.

Young fez o apelo em um episódio do Ad Age Remotely, série de entrevistas em vídeo que o veículo está fazendo com profissionais do mercado.

De acordo com o e-mail, 2,7% dos gerentes executivos, 4,8% dos gerentes médios e 5,5% de todos os funcionários são negros; 7,2% dos gerentes executivos, 8,9% dos gerentes médios e 11,1% de toda a equipe são asiáticos; 4,9% dos gerentes executivos, 8,6% dos gerentes médios e 10,3% dos funcionários são hispânicos; e 84,1% dos gerentes executivos, 74,8% dos gerentes médios e 70,1% de todos os profissionais que trabalham na companhia são brancos.

“Estou feliz que eles finalmente revelaram seus números. Eles devem ser elogiados por isso, ao menos. Na semana passada, tinha ouvido que eles não iriam abrir os números, então essa é uma boa surpresa. Esse é um passo pequeno na direção certa. Espero que eles comecem a se engajar com nossa organização, assim como as demais holdings fizeram, para que possamos fazer um progresso significativo em diversidade”, diz Young.

O e-mail de Wren não menciona o 600 & Rising ou a carta, algo que os outros grupos e agências citaram como o pontapé para a divulgação dos dados de diversidade.

“Desde maio, após os trágicos atos de racismo nos EUA, a liderança da nossa rede e das nossas agências, colegas negros e especialistas em diversidade em nossa companhia fizeram conferências, debates, painéis e fóruns educacionais para compartilhar pensamentos, medos e reações aos eventos recentes, assim como para discutir ações que podemos adotar para resolver desigualdades. Fiquei particularmente tocado por uma de nossas sessões abertas na qual muitos de nossos colegas negros disseram sentir-se outsiders em suas agências e não possuem um senso de pertencimento em nossa indústria. Isso não é aceitável para mim ou qualquer um no Omnicom e eu, junto com nosso time de lideranças, estamos comprometidos com a mudança”, escreveu Wren.

O Open 2.0, explicou ele, vai expandir o já existente programa Open Leadership Team, incentivando diretores de diversidade a apresentarem relatórios para os CEOs de cada rede e prática. Haverá um programa de fomento a talentos com mentores em posições seniores; além de um plano que assegura, com a ajuda do RH, que funcionários tenham acesso a promoções; programa para comunicar os clientes do Omnicom sobre o progresso em diversidade e inclusão; serviços sociais para entidades e organizações apoiadas pelas agências; e programas de treinamento de diversidade.

Wren também disse que os líderes da holding serão responsabilizados pelo progresso em diversidade e inclusão. A companhia estabelecerá KPIs que se tornarão parte das atividades do dia a dia e serão um fator importante na compensação dada aos executivos.

No mês passado, outras holdings e agências divulgaram seus dados sobre o assunto e detalharam planos de ação. O primeiro grupo a fazê-lo foi o IPG. Na sequência, DAN, Publicis e Havas também se pronunciaram. A W+K foi uma das agências independentes que revelaram seus índices. E o WPP foi a primeira holding a anunciar um comprometimento com cada um dos pontos colocados na carta “Call for Change”, assinada pelo 600 & Rising.

*Crédito da imagem no topo: Josh Rose/Unsplash

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