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As áreas com mais chances no digital

Mercado ainda se adequa a demanda de novos cargos em comunicação e marketing


26 de fevereiro de 2014 - 12h28

Por Isabella Lessa, do ProXXIma

Junto com as novas tecnologias que hoje integram o cotidiano da comunicação, não param de surgir novos cargos nas áreas de publicidade e marketing digital. Por serem carreiras muito recentes, o mercado ainda se adequa gradualmente às demandas e descobre maneiras de localizar e investir nesses talentos. Os jovens estreantes nas profissões, por sua vez, percebem que seus cargos valem ouro e exigem salários cada vez mais altos, mesmo que, muitas vezes, tenham pouca vivência na área que se reinventa a cada dia.

Um olhar que vem de parte do mercado é que a suposta falta de preparo deve começar a ser pensada pelas universidades, com a mudança no programa dos cursos. “Quase metade da comunicação vira do digital e temos cursos que não têm nem 5% de carga horária dedicada ao assunto”, observa Alexandre Gibotti, diretor executivo da Abradi. “Formei-me em 1999 em Comunicação e Marketing e, atualmente, quase não uso o que aprendi”, relembra Cris Camargo, gerente de marketing do IAB, que acredita que as pessoas precisam não só saber como utilizar novas ferramentas, mas se aprofundar nos princípios de questões de comunicação e marketing. “Existe um gap entre aqueles que entendem de tecnologia e os que compreendem o caminho de longo prazo”. A entidade está trabalhando em parceria com instituições de ensino como Anhembi Morumbi e FGV para cursos de capacitação e workshops, iniciativa que de acordo com Paulo Loeb, sócio da F.biz, precisa ser intensificada. “Há iniciativas pontuais, mas não são suficientes. Temos que contratar professores do mercado, promover feiras. Não vejo isso hoje”.

Mas Gustavo Borrmann, diretor criativo da Lov, faz ressalvas. “Não podemos esperar que a academia forme o profissional”. Para ele, também é papel da agência moldar estagiários e juniores por meio de diferentes tipos de experiências e pensamentos. “A faculdade pode entregar até certo ponto a maturidade dos alunos, mas não dá tempo de viver tudo em quatro ou cinco anos”.

Cargos em alta
Gibotti, da Abradi, destaca que só a partir de 2009, quando a Abradi realizou o primeiro levantamento para o Guia de Cargos e Salários de agências, o cargo de gerente em social media apareceu. Desde então, ele afirma a demanda em postos de gestão só têm crescido. Para Tiago Ritter, CEO da W3haus, as áreas mais carentes são as de BI e CRM. “Quem consegue entender desses temas com a pegada do digital já está ditando as tendências de amanhã”, diz.

A procura das agências por esses cargos resulta em salários grandiosos, o que resulta em competitividade entre as empresas e pouco comprometimento por parte dos jovens profissionais, segundo Gibotti. “Diferentemente de gerações passadas, a atual não hesita em trocar de empresa, é uma característica imediatista dessa geração”.

De acordo com Cris, do IAB, o desenvolvimento da carreira ao lado da base técnica poderia equilibrar essa situação. “A comunicação nos últimos dez anos mudou muito. Muitos juniores pedem salários exorbitantes, em menos de um ano vira sênior. Não é ruim que as pessoas ganhem bem, mas tem que haver um desenvolvimento sustentável, senão vira uma prostituição entre empresas”, afirma Cris.

Segundo Borrmann, da Lov, a percepção operacional do mercado resulta em um efeito de “loop” menos estratégico e exige menos capacitação. “É um mal comum a todas as áreas, de criação a tecnologia. As pessoas ainda não têm essa cultura de que o digital é parte de uma comunicação integrada e precisa de um planejamento estratégico”.

Aumentar a base de interessados nas vagas em comunicação digital seria uma das saídas na opinião de Loeb, da F.biz. Para ele, os universitários acabam se interessando pelas áreas mais óbvias por desconhecerem carreiras como business inteligence e mídia de performance. “Mais do que falta de mão de obra há falta de conhecimento das oportunidades. O bacana do nosso meio é que existem tantas possibilidades em que as pessoas podem se dar bem. A concorrência é baixa”.

E qual seria o perfil desejado pelo mercado hoje?
Entender o objetivo do negócio e dominar as ferramentas parece ser uma combinação procurada dentro das agências. Para Borrmann, a “agulha no palheiro” é o criativo que entende de negócio e estratégia e o planejador que sabe articular em qualquer tipo de canal. “O profissional de tecnologia que tenha como ambição criar não só estruturas, mas traduzir isso em comunicação”. Cris, do IAB, reforça que por mais que o profissional esteja em sintonia com gadgets e apps, não deve esquecer dos princípios básicos da comunicação. “O profissional ideal está antenado no futuro e sabe planejar a comunicação”.

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