O que geeks ensinam sobre engajamento

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O que geeks ensinam sobre engajamento

Impulsionado pelo ritmo de lançamentos do cinema e séries como Game of Thrones, mercado de cultura pop comemora o bom momento a despeito da crise econômica e reúne um público fiel e exigente


1 de junho de 2016 - 10h53

Na semana passada, em ocasião do Dia do Orgulho Nerd, a Amazon divulgou uma lista com as dez cidades brasileiras mais geeks de 2016. Quem ganhou foi Florianópolis (SC) seguida por Niterói (RJ). O levantamento da empresa de e-commerce lista uma dezena de outros municípios. A lista da Amazon é mais um indício de que geeks, nerds e congêneres compõem um mercado em potencial não somente no eixo Rio-São Paulo, mas no Brasil e são capazes de influenciar muitos consumidores entrantes. Embalados por quadrinhos, games, séries e uma infinidade de produtos licenciados, esse público é caracterizado pelo alto grau de fidelidade que possuem em relação às marcas e personagens.

 

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A atriz Evangeline Lilly, de Lost, O Hobbit e Homem Formiga, recebe uma fã mirim na última edição da CCXP

“Uma das principais características dos geeks é o engajamento”, diz Marcelo Forlani, sócio-fundador e diretor criativo do Grupo Omelete. De acordo com Forlani, que é publicitário de formação, na época em que o Omelete foi criado, em 2000, havia uma intenção de ajudar o mercado brasileiro de quadrinhos. Desde então, a evolução foi mais do que notável. “Sem dúvida, Hollywood foi fundamental para que o mercado evoluísse com os lançamentos de filmes derivados.” No ano passado, o grupo cresceu 200% em relação a 2014 com um faturamento de R$ 14 milhões.

Um exemplo recente da pujança deste mercado é a realização da Comic Con Experience (CCXP) que, em sua segunda edição, no ano passado, reuniu 142 mil pessoas no Brasil. A versão brasileira da maior feira de cultura pop do mundo recebeu elogios de estúdios e artistas pelo nível de entusiasmo dos brasileiros. O evento atraiu, inclusive, players tradicionais como a TV Globo que, durante a edição de 2015, divulgou um teaser de sua série de animação, Supermax. Na segunda edição, a CCXP faturou R$ 15 milhões, 50% a mais do que a edição de 2014.

Ivan Costa, sócio-fundador e diretor de marketing da CCXP, observa que o público geek está mais velho, financeiramente independente e manteve seus gostos e hobbies. “As crianças que compravam quadrinhos com o dinheiro da mesada hoje investem em edições importadas de luxo com dinheiro do próprio bolso.” Costa explica que uma das forças do mercado geek vem da sua capacidade de renovação de inventário e de novos conteúdos a serem explorados. “Os lançamentos contribuem para ampliar esse mercado, atraindo mais consumidores eventuais e produzindo mais fãs fervorosos.”

No ano passado, vários lançamentos do cinema movimentaram a indústria, entre eles, “Star Wars: O Despertar da Força” que, além de recordes de bilheterias, impulsionou o mercado de licenciamentos que atraiu fãs antigos da série e novos públicos. “Facilmente você encontra gerações totalmente diferentes unidas pelo mesmo conteúdo. Para se manter relevante para esse público, precisa entender bem esse comportamento. Para encantar um Geek não basta ter efeitos visuais no filme, não basta ser feito por ator A ou ator B, ou desenhado por X ou Y. O geek está preocupado com a qualidade do que ele vai consumir”, diz Renan Pizii,  CEO da Iron Studios e PiziiToys.

O bom momento do mercado vem contribuindo para iniciativas de conteúdo como a Social Comics, plataforma de quadrinhos on demand. João Paulo Sette, sócio fundador da plataforma, explica que o geek ou nerd está muito mais enquadrado em comportamento do que em classe social ou idade. “Por isso as empresas precisam ter uma atenção muito mais que especial.” George Pedrosa, co-fundador do Comics, outra plataforma de quadrinhos online, explica que as novas iniciativas contribuem para atrair novos leitores. “Os quadrinhos têm muitas narrativas fechadas de alta qualidade, com começo, meio e fim bem delimitados, que podem ser usadas para introduzir novos leitores a essa mídia. A recente popularização das séries de televisão também tem demonstrado que há público para narrativas e duradouras.”

 

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