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Com início de aceitação internacional Elo reforça atuação no segmento de alta renda e acelera planos de atingir 15% de participação de mercado


3 de agosto de 2016 - 9h00

Eduardo Chedid, ELO

Eduardo Chedid, CEO da ELO (crédito: Arthur Nobre)

Com um extenso currículo no mercado financeiro, que inclui passagens por Credicard, Visa e Cielo, Eduardo Chedid, CEO da Elo, participou na semana passada, em Chicago, nos Estados Unidos, de um evento para marcar a primeira transação internacional de uma bandeira brasileira de cartões. Em parceria com a Discover Financial Services, terceira maior rede de aceitação global, os plásticos da Elo agora podem ser usados em 39 milhões de estabelecimentos em 185 países. A fase internacional inicia também o avanço da marca no segmento de alta renda, com os produtos Nanquim, Grafite e Mais. Com suporte de Banco do Brasil, Bradesco e Caixa, seus controladores, e a aceitação internacional, a bandeira quer acelerar os planos de atingir 15% de participação no mercado brasileiro.

Meio & Mensagem — O que representa para o plano de negócios da Elo a internacionalização da bandeira?
Eduardo Chedid — A Elo é uma empresa que tem quatro anos e meio. Dentro dessa evolução era preciso construir primeiro os produtos locais, toda a parte operacional, de tecnologia, o produto em si, e a marca. A Elo nasceu com o objetivo de chegar a 15% de share, desenvolver e reter tecnologia aqui no País. Esse é um dos pilares da companhia, não ficar utilizando coisas lá de fora. O terceiro é ter uma gama de produtos bastante ampla para que pudéssemos atender todos os segmentos da sociedade, sejam pessoa física ou jurídica. O go inicial era tudo isso. Com os produtos todos já na rua, a próxima etapa era fazer com que os cartões fossem aceitos fora do Brasil. Esse é um dos grandes pilares que nos levam para um outro patamar. Viajando ou não, as pessoas esperam que o cartão seja aceito fora. Viajando é meio óbvio, mas também tem um tanto de brasileiro que compra em sites gringos sem viajar. É uma questão que tínhamos de resolver de qualquer maneira. Para nós é um passo muito importante que nos habilita a entrar com mais força no segmento de alta renda, que tem como premissa básica que o cartão seja aceito fora do País. O lançamento do internacional começa com os produtos de alta renda: o Nanquim, que compete com o Mastercard Black e com o Visa Infinite; o Grafite, que disputa com os cartões Platinum; e o Mais, que concorre com os cartões Gold. O lançamento marca uma série de conquistas para a Elo. A primeira é ser realmente aceito lá fora. A segunda é de ter um produto alta renda capaz de competir. Para nós é um baita passo.

Com 39 milhões de estabelecimentos em 185 países, a Discover é a terceira maior rede do mundo, depois de Visa e Mastercard

M&M— Há quanto tempo estava conversando com a Discover?
Chedid — Na verdade esse processo começou há quase dois anos. Começamos conversando com várias empresas até chegar num shortlist e depois conseguir fechar com a Discover. A grande verdade é que não existem tantas opções no mundo. Se você quer aceitação internacional, tem a Visa e a Mastercard, algumas outras, como a Discover, a japonesa JCB, a chinesa Union Pay e a própria American Express. Conversamos com várias e chegamos à definição pela Discover. Assinamos o contrato em setembro do ano passado, e desde então estamos, basicamente, trabalhando em toda a integração de tecnologia. Não é um projeto tão fácil de ser tocado. Você imagina conectar um player nos Estados Unidos com a Elo, que está aqui, e todos os seus bancos. No final das contas, temos que ter duas redes conectadas, garantindo a mesma segurança e velocidade de transação. É um projeto complexo. Foi cerca de um ano e pouco até o lançamento. Com 39 milhões de estabelecimentos em 185 países, a Discover é a terceira maior rede do mundo, depois de Visa e Mastercard. Eles têm também a parte de caixa eletrônico, para sacar dinheiro lá fora, com uma rede de 1,8 milhão de atms (automated teller machine). A rede da Discover é espetacular nos Estados Unidos, o que para nós é bom, pois praticamente 70% do volume de transações internacionais que acontecem nos cartões brasileiros são feitas nos Estados Unidos. Eles também são o quarto maior emissor no mercado americano. Na Ásia, que não é o destino mais usado pelo brasileiro, eles têm uma presença maior que Visa e Mastercard. Na América Latina eles têm uma cobertura muito boa e na Europa é razoável. A Discover está num momento muito parecido com a Elo, de crescimento. Estamos bem felizes com a escolha.

M&M— Quais benefícios oferecerá para atrair os clientes?
Chedid — Teremos um produto com algumas coisas diferentes. Todos os nossos produtos dão mais pontos. Por exemplo, o Nanquim dá 2,2 pontos enquanto os da concorrência em geral dão 2. No Platinum damos 1,7 sendo que no geral eles dão 1,5. Para esse segmento isso é bastante relevante. Também daremos acesso a mais de 500 salas VIP em aeroportos do mundo — deixando claro que acesso não significa entrar de graça. O cliente não terá de pagar o pertencimento ao clube, isso nós daremos, mas quando entrar na sala terá de pagar. Também estamos lançando um serviço muito legal que é de wi-fi. Quem tiver nossos cartões terá mais de 50 milhões de hotspots no mundo. É um número relevante. Tem bastante lugar para acessar sem pagar nada, aeroportos, cafés, lojas. Estamos apostando bastante nesse serviço porque é um diferencial, ninguém está oferecendo. Principalmente quando você está viajando, é bacana. Fica todo mundo com medo de habilitar o roaming e daí tomar um susto quando chegar a conta. São 50 milhões. Não significa que em qualquer lugar que você estiver vai funcionar, mas ao acessar o aplicativo, ele te dará uma geral dos hotspots pertos de você. Focamos nesses três pilares.

O cartão tem a borda colorida. É só para ser coloridinho? Não. Ao olhar na carteira por cima, todos são brancos. Com a borda colorida você já sabe qual é o Elo. Também quisemos inovar no card design

M&M— Qual será a estratégia de lançamento da atuação internacional da marca?
Chedid — A campanha explica esses três pilares. Tentamos fazer uma campanha mais marcante, até porque temos de contar para todo mundo que os cartões Elo agora são aceitos fora do Brasil. Também quisemos inovar na parte do cartão. Ele tem a borda colorida. É só para ser coloridinho? Não. Ao olhar na carteira por cima, todos são brancos. Com a borda colorida você já sabe qual é o Elo. Também quisemos inovar no card design. A campanha tem uma coisa bacana da música do Nando Reis O Mundo é Bão, Sebastião!, que ele gravou para o filho dele há 15 anos. Regravamos essa música, com o Sebastião, que também é musico, junto. O outro filho dele, o Theo, também estava lá. Gravamos no mesmo estúdio que ele gravou 15 anos antes. É a musica que embala o filme. A produção mostra cenas fora do País e também mostra o personagem voltando para casa. A criação é da Artplan. A campanha estreou dia 31. Vamos para TV, rádio, online, digital out-of-home. É uma campanha 360, mas focada muito em cabo, onde está nosso público, rádio, e dentro dos próprios bancos. Também compramos o pacote da Olimpíada da Globosat. Estaremos bem presentes na mídia durante os Jogos Olímpicos.

A íntegra desta entrevista está publicada na edição 1721, de 1º de agosto, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.

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