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Pesquisas de Boa Vista SCPC e E-bit mostram comportamento de compra dos brasileiros para o Natal


22 de dezembro de 2016 - 11h16

 

Movimentação no NorteShopping, neste Natal (foto: divulgação)

Movimentação no NorteShopping, neste Natal (foto: divulgação)

Uma coisa é certa: nem espírito natalino está sendo capaz de tirar peixes e onças do bolso dos consumidores. Em tempos de inflação e reajustes de preços, quando 73% dos clientes de varejo acreditam que a economia do País está pior que 2015, 20% do total declaram não ter intenção de presentear neste Natal. Já 67% acreditam que os poder de compra do brasileiro caiu. Entre os motivos aparecem endividamento (40%), desemprego (39%) e priorização pelas contas da casa (17%). “Esperamos que o primeiro semestre de 2017 se mantenha ainda em um patamar fraco. Porém, no segundo esperamos uma melhora, já que estaremos em um cenário mais agradável de inflação e o crédito tende a não ficar tão caro”, projeta Bruno Fernandes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os dados citados são da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), que analisou quantitativamente 766 pessoas, através de pesquisa eletrônica via internet, no período de 17 e 28 de outubro de 2016. O estudo nacional, que recebe o nome “Hábitos de Consumo”, procurou compreender a pretensão de compra do consumidor para o Natal e final de ano de 2016, o valor pretendido de gasto com presentes e o uso do décimo terceiro salário.

Perspectivas de compras 

De acordo com a análise, a maior parte das compras irão se concentrar em lojas de departamento e em centros comerciais, somando 38% das menções entre os entrevistados, enquanto 35% se dirigirão aos estabelecimentos de rua e 27% às lojas de shoppings. “Hoje, o shopping é muito mais que um centro de compras, é um centro de convivência”, diz Maria Fernanda De Paoli, head de marketing da BRMALLS, ressaltando que, além de ir às compras, nesta época os frequentadores também querem se divertir com as decorações natalinas.

Quando perguntados sobre valores, 62% dos consumidores afirmam que não querem gastar mais que R$ 500, considerando todas as aquisições que desejam fazer. Já 35% pretendem desembolsar R$ 300 e 27% entre R$ 301 e R$ 500. “A piora das condições econômicas impactam diretamente o consumo”, afirma Bruno Fernandes. Dessa maneira, 79% gastarão menos dinheiro em relação ao ano anterior, e 77% dos respondentes comprarão menos presentes.

“O pagamento à vista superará alternativas de parcelamento”

Formas de pagamento

O curioso é que o pagamento à vista superará alternativas de parcelamento, uma vez que, entre os 73% dos consumidores que preferem embolsos imediatos, 49% optaram pelo dinheiro e 33% pelo cartão de débito. Os 27% restantes escolheram o cartão de crédito como melhor forma de compra. Todavia, segundo Pedro Guasti, chief executive officer (CEO) da E-bit, unidade especializada em informações de comércio eletrônico do Buscapé Company, a possibilidade de dividir a conta por meses é o que tem atraído pessoas ao varejo online.

“Este ano, temos visto um número maior de consumidores ativos, que provavelmente estão migrando do canal convencional, porque, no e-commerce, você tem a facilidade em parcelar no cartão de crédito”, explica Pedro. “Ainda acho que muitas pessoas temem a compra de bens maiores por e-commerce. Mas, como vai ser um Natal mais de lembrancinhas, talvez o varejo online se saia melhor por conta disso”, acrescenta Orlando Assunção, chefe do departamento de economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Ceia de Natal

Além disso, a pesquisa “Hábitos de Consumo” revela que para 47% dos entrevistados a ceia para a data comemorativa será menos farta que em 2015, enquanto 42% dizem que terá a mesma fartura e 11% que será mais cheia. Entre os produtos mais procurados para o Natal de 2016 estão: celulares e smartphones, livros, TV, perfumes, calçados, máquina de lavar roupas, fogão, jogos, vinhos e cafeteria. Estas informações são do E-bit, que determinou a Black Friday como uma grande impulsionadora de vendas de Natal, uma vez que o faturamento de e-commerce no período de 15 de novembro a 24 de dezembro deverá gerar R$ 8,4 bilhões em receita, R$ 1 bilhão maior do que em 2015, representando um crescimento de 14%. Porém, Pedro Guasti ressalta que o mercado de varejo, de forma geral, tem sofrido muito nos últimos dois anos. “Falando em comércio eletrônico, estamos com um cenário também difícil. Foi um ano muito desafiador para os vendedores do comércio eletrônico e para as empresas”.

Décimo terceiro salário

Ainda na pesquisa desenvolvida pela Boa Vista SCPC, 56% dos 74% dos consumidores que receberam o décimo terceiro salário dizem que utilizaram o dinheiro para quitar dívidas, enquanto 29% guardaram todo ou parte dele para pagarem contas do início de 2017 ou para uma necessidade futura. “Acho que o varejo tem que trabalhar com alternativas para amenizar o impacto, como a criação de parcelamentos, descontos, promoções, boas decorações e um melhor relacionamento com os consumidores”, finaliza Orlando Assunção.

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