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Entenda por que a Easy desistiu das caronas

Fernando Matias, CEO da companhia no Brasil, fala sobre o motivo de ter desativado o Easy Go e a estratégia de focar somente no mercado de táxis


19 de setembro de 2017 - 9h55

A Easy, aplicativo de transporte, desativou, nesta segunda-feira, 18, seu serviço de caronas, o Easy Go. Lançado em julho do ano passado, o objetivo do serviço foi expandir a oferta aos passageiros usuais do aplicativo acostumados em utilizar serviços de táxi.

De acordo com Fernando Matias, CEO da Easy no Brasil, diante da complexidade de uma operação do serviço de caronas e da pequena representatividade dentro da receita da Easy, cerca de 5%, a empresa decidiu em focar somente nos serviços de táxi.

“A decisão também foi embasada no reconhecimento da relevância deste modelo no atual mercado de transporte e o grande potencial como facilitador na mobilidade urbana do País”, diz Matias. Segundo ele, o mercado que a empresa foca a partir de agora consiste em 141 mil taxistas nas 12 principais capitais do Brasil. “Nosso maior concorrente é ainda a corrida de rua, e é atrás destes pedidos que vamos trabalhar nossa estratégia Brasil” diz Matias.

 

Fernando Matias, CEO da Easy

A mudança no posicionamento da Easy ocorre alguns meses após a empresa ter sido comprada pelos operadores da Cabify. O negócio entre Cabify e Easy ocorreu em um momento acirrado para o mercado de mobilidade urbana no Brasil. Em maio, a concorrente 99 recebeu um aporte de US$ 200 milhões do fundo chinês Chuxing e o japonês Softbank. Recentemente, em abril, a Cabify já havia anunciado um investimento de US$ 200 milhões no Brasil.

Matias reforça que as operações das duas empresas continuam separadas e que ter a Cabify sob a mesma holding não influenciou na decisão de descontinuar o serviço. “São duas marcas com propósitos distintos operando sob a mesma holding”, diz ele.

Meio & Mensagem – O fato de Easy e Cabify passarem a pertencer ao mesmo grupo influenciou na decisão de descontinuar o Easy Go?
Fernando Matias – As operações são totalmente separadas e com estratégias bem definidas. Não há e nunca houve a previsão de unir as operações. O motivo de descontinuarmos o Easy Go é a complexidade de se fazer o gerenciamento de dois serviços. Por mais que a finalidade seja a mesma, a plataforma de operação é absolutamente diferente.

M&M – Desde quando a Easy estudava descontinuar o serviço?
Matias – Esse processo já vinha bem antes da aliança com a Cabify. No primeiro semestre, muitos concorrentes começaram a ter ritmo e Uber já tinha uma relevância significativa. Além disso, tínhamos a oferta de táxi com 30% de desconto e também os táxis pretos. Logo, preço, que sempre foi algo apontado como diferencial para esse serviço, não era mais um argumento. Quando olhamos o crescimento da Easy percebemos que ele foi puxado pelo táxi e que pouco representava o serviço de caronas, cerca de 95% vinha de táxis.

M&M – A partir do seu novo foco quem passa a ser seu concorrente direto?
Matias – Acho que neste mercado não há mais distinção de concorrentes diretos e indiretos. No fim, todos concorrem mutuamente. O grande competidor do táxi ainda é a corrida de rua. As cooperativas possuem serviços de aplicativo, mas de forma descentralizada.

M&M – A 99 pode tomar um rumo parecido com da Easy de deixar o serviço de caronas?
Matias – Vejo um movimento oposto ao nosso por parte da 99. Eles vão investir ainda mais em carro privado e devem abandonar o serviço de táxi. Isso fica claro na estratégia do investidor e do direcionamento deles. E, neste momento, por exemplo, todos os esforços da empresa estão direcionados aos aplicativos de carona.

M&M – Como será a estratégia de marketing para anunciar o reposicionamento?
Matias – Nunca fizemos investimentos significativos em branding e nem campanhas muito agressivas. Acho natural que agora possamos focar nessa comunicação. Vamos investir em marketing de forma mais agressiva. Temos um trabalho de foco estratégico e comunicação muito importante.

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