Para Keith Weed, busca de propósito foi seu maior legado

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Marketing

Para Keith Weed, busca de propósito foi seu maior legado

Em entrevista, CMO da Unilever afirma que não deixará o marketing, mas deve assumir cargos não executivos


17 de dezembro de 2018 - 10h45

Keith Weed (Crédito: Eduardo Lopes)

Por Jack Neff, do Ad Age*

Depois de nove anos como chief marketing officer da Unilever, Keith Weed anunciou que irá buscar o pôr do sol, literalmente. Ele realizará uma corrida do oriente ao ocidente, saindo de Pequim rumo a Paris durante os dias que o festival de Cannes é realizado. Mas ele ainda não terminou sua jornada no marketing. O executivo está apenas se “tornando plural”, como ele descreve na entrevista abaixo.

Qual o próximo desafio? Certamente você não está se aposentando.
Keith Weed —
 Estou buscando um portfólio de diretor independente, algo do tipo de um diretor não-executivo. No Reino Unido, isso é chamado de se “tornar plural”. Tenho poucas opções, porque claramente não há muitos papeis que eu possa ocupar que não haja conflito. Praticamente todas as companhias da indústria são clientes ou fornecedores da Unilever. Mas eu tenho algumas legais para começar… E vou construir um portfólio de poucas diretorias relevantes na indústria.

Você ainda irá para Cannes?
Esperando que alguma das posições que eu conseguir seja o bastante para que eu vá a Cannes. Mas esse ano não irei, o que será um pouco estranho.

Tenho até o fim de abril (na Unilever). Então, em 28 de maio eu pego um avião para Pequim, e começo o Beijing to Paris Endurance Rally em um Pontiac Silver Streak 1940. É uma corrida muito antiga. Há cem carros que participam. Você atravessa a Mongólia, entra no Uzbequistão, Rússia, atravessa a Finlândia e, então, vai pelo resto da Europa e chega em Paris seis semanas depois. Eu comprei o Pontiac dois anos atrás. E tenho dois tanques de gasolina gigantes construídos na parte traseira do carro, porque quando você atravessa o deserto de Gobi, não há muitos postos de gasolina.

O que você vê como seu legado?
Acredito que a mudança de foco das marcas em busca de propósito, baseada em entregas reais sobre sustentabilidade ambiental e social. (Weed cita o caso da Dove se tornando um fornecedor de autoestima para garotas no mundo.) Acredito que conseguimos fazer o case de sucesso para sustentabilidade.

Você tem sido uma das vozes a pedir que as plataformas digitais sejam mais responsáveis. Está satisfeito com o resultado?
No padrão da indústria, o que classificamos como os três Vs — viewability, verification e value — muito progresso foi feito. Em questões mais recentes — o discurso no IAB e em Cannes sobre influenciadores —, acredito que a questão foi que isso saiu de um problema da indústria para uma questão da sociedade. (No IAB, Weed pediu às plataformas sociais que parassem de distribuir conteúdo que gere divisões ou firam crianças. Em Cannes, ele afirmou que a Unilever parou de investir em influenciadores que compram seguidores.) Acredito que fizemos progresso, mas também poderíamos ter feito isso mais rápido e há muito a ser feito.

Alguns dos players estão passando por um pente fino do legislativo de países da Europa e nos EUA. Isso não é desencorajador?
Falo em um âmbito da indústria, mas com plataformas individuais, converso muito um a um. Acredito que em algum momento haverá alguma regulação sobre diferentes partes da indústria. Em dados, o GDPR na Europa é o melhor exemplo. A autorregulação é o melhor caminho. Há dificuldade em fazer uma regulação que acompanhe um mercado de mudança rápida. Acredito que a autorregulação é melhor, e as plataformas têm levado isso a sério.

*Traduzido por Salvador Strano

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