Iminente saída da Caixa aquece debate sobre patrocínio no Brasil

Buscar

Iminente saída da Caixa aquece debate sobre patrocínio no Brasil

Buscar
Publicidade

Marketing

Iminente saída da Caixa aquece debate sobre patrocínio no Brasil

Especialistas em marketing esportivo analisam maturidade na relação entre clubes e anunciantes


15 de janeiro de 2019 - 6h00

Crédito: divulgação

Maior patrocinadora do futebol brasileiro, com investimentos de R$ 127,8 milhões e sua marca estampada na camisa de 25 clubes nacionais, a Caixa está reavaliando seus aportes no futebol para os próximos anos. Para a preocupação das entidades esportivas, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, já deu indícios de que haverá bastante rigor na análise. “Às vezes, é possível fazer coisas cem vezes melhores com menos recursos do que gastar com publicidade em times de futebol”, afirmou durante a posse do novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, realizada na semana passada.

Se por um lado a iminente saída do anunciante pode deixar um rombo na receita dos clubes, na opinião dos especialistas em marketing esportivo essa também pode ser uma boa oportunidade para amadurecer no país a discussão sobre a relação entre entidades esportivas e seus patrocinadores. Abaixo a análise de alguns profissionais da área.

Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva e sócio da Sports Value

 

Crédito: divulgação

“A cultura de patrocínio no Brasil é muito ruim. Muitos dirigentes acham que apenas colocar marca no uniforme do time é fazer marketing esportivo. Eu vejo exemplos de clubes de fora com 60 marcas como patrocinadoras, e apenas uma na camisa. Então há um amplo trabalho a ser desenvolvido em termos de comercialização das marcas dos clubes junto as marcas patrocinadoras. Espero que a saída da Caixa implemente uma mudança efetiva em nosso mercado. O país é uma potência em marketing, uma potência em comunicação e insignificante no ponto de vista de marketing esportivo. A saída da Caixa pode ser positiva caso os clubes entendam qual é o papel deles enquanto fortalecedores de marca.”

Fabio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports

 

Crédito: divulgação

“A cultura de patrocínio vem amadurecendo, ainda que lentamente. Para ajudar a fomentar essa mentalidade, vários cases que acontecem fora do país têm sido divulgados aqui. Clubes e patrocinadores também olham hoje com mais carinho para o verbo ativar. Alguns clubes estão mais preparados, olhando o cliente com o olhar de parceiro. Mas, infelizmente, muitos ainda olham o patrocinador como um financiador. Esses clubes estabelecem uma parceria mais fria, e não tão preocupada em como ser útil para atingir os objetivos dos clientes. Os times ainda têm gestões parecidas com as de prefeitura. Muitos presidentes e diretores não dão continuidade nos projetos porque tinham o selo da outra gestão. Precisamos entrar na era dos clubes empresa. Porque aí o dono quer performance.”

Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM, em São Paulo

 

Crédito: divulgação

“Os grandes anunciantes estão no futebol, mas não na camisa dos clubes. Marcas mais desconhecidas e que buscam aumentar a sua visibilidade é que estão por lá. Por que? Porque é isso que os clubes, com raras exceções, sabem entregar no Brasil. Mas não vemos geração de negócios, relacionamento com torcedores e muito menos ativações de marca. Quando você olha o futebol internacional é totalmente diferente. São grandes marcas e as parcerias não são de um ano. Além disso, o mercado brasileiro precisa melhorar no quesito comprovação da efetividade das entregas. Qual é o retorno que está sendo gerado para os anunciantes? Quando se tem tais dados, fica mais fácil negociar com os times de marketing.”

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Cade aprova a compra do Playcenter pela Cacau Show

    Cade aprova a compra do Playcenter pela Cacau Show

    Rede de chocolates adquiriu a empresa de entretenimento com o foco de ingressar no setor de experiências

  • Vult entra no segmento de produtos para cabelos

    Vult entra no segmento de produtos para cabelos

    Marca de beleza amplia atuação, colocando no mercado mais de 50 diferentes produtos para contemplar a diversidade brasileira