Marketing
T-Shirt Factory cresce com a cultura pop
Marca jovem já fez parcerias com P&G, McDonald’s, Pullman e Warner Music e agora amplia portfolio e distribuição
Marca jovem já fez parcerias com P&G, McDonald’s, Pullman e Warner Music e agora amplia portfolio e distribuição
Roseani Rocha
13 de fevereiro de 2019 - 13h12
Eduardo Derrico, que começou o negócio aos 24 anos (Crédito: Divulgação)
Explorar temas sociais – como o universo LGBT, o feminismo, equidade de gênero e diversidade –, assim como da cultura pop e gastronomia, usando a linguagem divertida, jovem e dinâmica da internet tem sido a receita de sucesso da T-Shirt Factory, uma marca que começou na internet com a comercialização de camisetas, mas já anda expandindo seu portfólio de produtos, fazendo parcerias com outras marcas e planejando faturar R$ 2 milhões este ano. Mais um caso de oportunismo comercial em torno dos debates sociais em curso e das ondas da internet?
A cantora Luiza Possi aderiu ao humor da marca (Crédito: Divulgação)
Não, faz questão de dizer Eduardo Derrico, criador da TSF, que não esconde a idade – tem apenas 28 anos, sendo que o site foi ao ar quatro anos antes – nem o fato de ser gay. Começou o projeto porque não conseguia encontrar no Brasil roupas como as que as cantoras Beyoncé, Lady Gaga e Rihanna, de quem é fã, lançavam nos EUA. Começou ele próprio a ter ideias e fazer as suas. Logo, passou a atrair atenção de influenciadores, como Hugo Gloss, que comentou espontaneamente um de seus posts (o que obviamente elevou o awareness sobre a marca e o animou a começar ações de seeding – envio de produtos – para esta e outras personalidades do mundo digital). Depois de Gloss, já andaram desfilando as camisetas, cuja característica são palavras ou frases divertidas, combativas, etc. nas cores branca e preta, gente como Anitta, Ivete Sangalo, Luiza Possi, Ludmilla, Preta Gil, Pabllo Vittar e Jout Jout.
Depois, a marca começou a atrair atenção de outras marcas. Nesta semana, por exemplo, a TSF terá uma pop up store instalada na Casa de Praia de Gillette Vênus, marca da P&G. O espaço, vai funcionar de 15 a 17 de fevereiro – com abertura para convidados com festa e participação do Bloco da Preta, dia 14 – a casa receberá shows de Luisa Sonza, Mari Nolasco e Bloco Pagu, aulas de ioga e talks. “Teremos maiôs rosas e azuis, cores da marca”, explica Edu Derrico, que também já marcou presença, anteriormente, na Casa Pantene. E também já havia feito parcerias com Warner Music, McDonald’s e rede Pulmann, de hotéis. “Há muitas marcas tentando falar com jovens, LGBTs, feministas, mas não têm uma comunicação autêntica”, diz Edu.
Pabllo Vittar usa moleton da T-shirt Factory para compor o look (Crédito: Divulgação)
Hoje, a TSF é vendida por e-commerce para todo o País e também em marketplaces como Amazon e QVestir. Também possui uma loja física na Vila Mariana – que recentemente foi repaginada por Mauricio Arruda, do programa Decora, da GNT – e pretende inaugurar outra ainda este ano na região da rua Augusta.
Além da loja física e e-commerces, a TSF também está começando a expandir a distribuição para multimarcas. Nessa fase de crescimento, a marca que até então ganhou corpo organicamente, não descarta ter um sócio financeiro. Além das camisetas, que são o carro-chefe, a marca tem moletons, maiôs, meias, carteiras e capinhas de iPhone. Para o carnaval, que cresce a cada ano no “túmulo do samba”, produziu uma linha especial de cangas e copos recicláveis e reutilizáveis com frases divertidas como “Tomando coragem para ligar o fxxx-se” ou “Tomando as rédeas da minha vida”.
A comunicação é feita pela pequena equipe de Edu – cinco pessoas – agora com apoio de uma assessoria de imprensa, a Maindi. Os conteúdos ágeis para o público sobre seus assuntos de interesse é a principal estratégia da TSF e a grande rede social para a marca é o Instagram, que segundo Edu quanto mais utilizada, mais natural fica. Hoje, são quase 90 mil seguidores no Insta e 110 mil no Facebook. Os conteúdos relevantes a cada público vencem até barreiras como a pressão das plataformas digitais pelo incentivo financeiro às postagens. Na última Black Friday, mesmo sem impulsionar os posts, a marca fez o equivalente a dois meses de vendas em 24 horas.
Outra iniciativa em comunicação é inserir os produtos nos figurinos de programas como Malhação, da Globo. E nos pontos de venda – físicos ou digitais – caprichar na experiência do consumidor para garantir a recompra e, entre uma brincadeira e outra, que a marca se consolide como um negócio sério.
Primeira loja física foi repaginada por Mauricio Arruda, do programa Decora, da GNT (Crédito: Divulgação)
Veja também
Apple recupera posto de mais valiosa do mundo
Ranking da Brand Finance mostra que companhia liderada por Tim Cook tirou Amazon do topo da lista
Frooty estreia posicionamento “Escute sua fome”
Campanha criada pela Peppery propõe novas ocasiões de consumo do açaí. Plano de mídia prevê ativações especiais de conteúdo na transmissão do Super Bowl, na ESPN