Para evitar discursos de ódio, Nike e Adidas recuam em ações

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Para evitar discursos de ódio, Nike e Adidas recuam em ações

Adidas cancela personalização de camisetas do Arsenal via Twitter, enquanto Nike desiste de lançar tênis com a versão antiga da bandeira dos Estados Unidos


3 de julho de 2019 - 11h40

Ação feita no Twitter permitia que torcedores personalizassem a camiseta do Arsenal; após a publicação de frases ofensivas a negros e judeus, a marca cancelou a iniciativa (Crédito: Reprodução/Ad Age)

Duas ações de marketing das maiores marcas esportivas do planeta foram canceladas após a repercussão ter gerado resultados diferentes do esperado. A Adidas tirou do ar uma ação feita no Twitter, na Inglaterra enquanto a Nike desistiu de colocar com mercado um par de tênis comemorativo pelo Dia da Independência dos Estados Unidos.

No caso da Adidas, a polêmica aconteceu no Reino Unido, quando a marca usou o Twitter para divulgar uma ação promocional aos torcedores do Arsenal. Quem desejasse comprar uma camiseta do clube inglês poderia enviar a solicitação para o perfil oficial da Adidas, mandando também o nome ou a frase que desejavam ver estampada no uniforme, para personalizar a peça. A conta da Adidas começou, então, a retuitar as camisas pedidas pela torcida.

O problema aconteceu quando algumas imagens das camisetas repostadas pelo perfil da marca traziam discursos de ódio e palavras ofensivas, aparentemente por um problema de filtragem do perfil. Entre as postagens chegaram a aparecer frases como “InnocentHitler” (“Hittler Inocente”), além de xingamentos a judeus e negros.

A Adidas apagou todos os tuítes em que apareciam frases do gênero e informou ao HuffPost britânico que interrompeu imediatamente a ação por conta “de uma minoria que criou versões ofensivas das camisetas”.

Colin Kaepernick, outra vez

Versão do tênis em homenagem à independência norte-americana está sendo tirada de circulação pela Nike (Crédito: Reprodução/Ad Age)

No ano passado, a Nike também virou alvo de protestos e críticas da ala conservadora – e também de parte da população dos Estados Unidos – ao convidar o atleta Colin Kaepernick para protagonizar a campanha comemorativa dos 30 anos do slogan Just Do It. O jogador foi muito criticado quando decidiu usar o momento da execução do hino nacional dos Estados Unidos, antes das partidas, para protestar contra a violência policial cometida contra a população negra – atitude que algumas pessoas consideraram desrespeitosa e antipatriota.

Apesar dos protestos, a Nike bancou a campanha, que gerou, por outro lado, diversas manifestações de apoio e boas receitas financeiras. A ação publicitária conquistou, recentemente, importantes prêmios na edição deste ano do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions.

Agora, Kaepernick entra mais uma vez em cena, mas de forma diferente. Segundo a imprensa internacional, o jogador pediu diretamente à marca esportiva que cancelasse o lançamento de um modelo especial de tênis em comemoração à Independência dos Estados Unidos (celebrada em 4 de julho). O motivo: para estampar o calçado, a Nike utilizou a antiga bandeira norte-americana, com 13 estrelas, com a proposta de retomar o espírito da revolução pela Independência. O que Kaepernick – e também outras pessoas nas redes sociais – alertaram é que essa bandeira passou a ser utilizada por grupos de extrema direita no País, passando a ser símbolo de causas extremistas.

Em comunicado, a Nike afirmou que cancelou o lançamento do novo modelo de tênis que contém a versão antiga da bandeira norte-americana, mas não citou que a decisão tenha sido tomada por conta do pedido do ex-jogador. Segundo o Wall Street Journal, a Nike pediu à devolução dos produtos para as lojas e redes de varejo que já tenham recebido o material.

A postura da Nike, mais uma vez, desagradou a ala conservadora da política do País. O governador do Arizona, Doug Ducey, chegou a dizer que iria cancelar os incentivos financeiros oferecidos à Nike para que ela abrisse uma fábrica na região. Apesar de retirados das lojas, alguns pares de tênis, no entanto, conseguiram chegar aos consumidores e, agora, estão sendo vendidos na internet como itens de colecionador, por um preço superior a US$ 2,5 mil.

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