COP26: qual é o papel das marcas?

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COP26: qual é o papel das marcas?

Empresas presentes na Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas anunciam projetos colaborativos em prol da Amazônia e redução de emissão de CO2


11 de novembro de 2021 - 6h00

Até esta sexta-feira, 12, acontece a COP26. Líderes de diversas nações estão anunciando planos de curto, médio e longo prazos sobre como pretendem amenizar emissões de carbono, reduzir o desmatamento e conter reações climáticas que têm ocupado o noticiário global. Apesar disso, as promessas não se mostram suficientes quando colocadas em perspectiva. Consultando especialistas, o The Guardian relatou que as ações prometidas pelos países são insuficientes a curto prazo. O aumento médio de temperatura ano a ano vai chegar a 2,4 graus Celsius, ao invés do 1,5ºC que é meta nas conversas durante o evento. Se as iniciativas públicas não são suficientes, é papel das marcas ajudar?

 

(Crédito: Rafa Press/Shutterstock)

Na perspectiva de algumas empresas privadas, a resposta é sim. Um número considerável de profissionais de marketing e executivos das áreas de ESG estiveram presentes na COP26 absorvendo conhecimentos e comunicando suas próprias iniciativas. A Natura, que tem a sustentabilidade como pilar, aproveitou o momento para divulgar seu posicionamento com suas metas para a descarbonização da economia, emissões líquidas zero até 2050, esforços para bioeconomia baseada em soluções da natureza, desmatamento zero na Amazônia e justiça climática. A empresa também decidiu colocar em pauta a defesa de um compromisso entre grupos para zerar o desmatamento da Amazônia.

Em comunicado, a vice-presidente de Marca, Inovação, Internacionalização e Sustentabilidade da Natura, Andrea Alvares, defendeu que o Brasil deve ser líder em bioeconomia da floresta com o fim do desmatamento, uso adequado do solo, investimentos em ciência e tecnologia, tudo isso em diálogo com povos tradicionais. Além dos trabalhos na Floresta e em prol do carbono zero, a Natura assumiu o desafio de articular esforços para garantir o desmatamento zero da Floresta até 2025.

Até empresas do segmento financeiro se envolveram na COP26. O Bradesco, por exemplo, foi ao evento demonstrar os avanços da empresa ao incluir o tema “mudanças climáticas” em suas estratégias e compromissos. O banco trabalha com compensação e neutralização das suas emissões de carbono e se comprometeu a ter um portfólio de crédito neutro em carbono até 2050.

Ao mesmo tempo, trabalha na outra ponta, buscando engajar clientes na adaptação de seus negócios para um modelo mais sustentável, como ao incentivar financiamentos que gerem impactos positivos. “Entendemos que o setor financeiro tem um papel muito importante quanto às restrições socioambientais no processo de concessão de crédito”, afirma Marcelo Pasquini, head de sustentabilidade do banco, que representa a marca na conferência. Segundo ele, é necessário estimular iniciativas com a preservação em pauta e evitar o fluxo de capital para as que trabalham com atividade ilegal. “Estamos falando de uma agenda que demanda colaboração, engajamento e mobilização coletiva”, diz.

Para o executivo, o clima impacta diretamente o mercado financeiro. O aquecimento global vem aumentando os riscos de investimentos, a realocação do capital e tem causado impacto na precificação do risco e dos ativos. Engajar com a agenda sustentável representa, inclusive, uma vantagem competitiva. Na sua opinião, preservar a Amazônia é, inclusive, um atrativo para investimentos no País.

“Sabemos que o risco climático é um risco financeiro, mas sabemos também que a transição para uma economia de baixo carbono representa uma grande oportunidade de negócios, e o Bradesco quer ser protagonista nessa transição”, coloca. “Chegamos a um novo patamar de gestão climática em que a união de empresas e lideranças é essencial para elevar o Brasil a uma posição de destaque”, complementa Pasquini.

Também no evento, a Movida apresentou seu projeto Carbon Free, que visa tornar a empresa carbono neutro até 2030 e carbono positivo em 2040, além de reforçar seu compromisso com ações de redução de gases de efeito estufa, tornando a frota elétrica ou movida a combustível renovável e fazendo o reflorestamento do Corredor de Biodiversidade do Rio Araguaia, no Pará e no Tocantins com árvores nativas até 2022. Na perspectiva de Renato Franklin, CEO da Movida, reduzir a emissão de carbono é uma exigência do consumidor, mas também é estratégico porque torna o compromisso um propósito de marca, disse em comunicado.

No âmbito da moda, a marca brasileira Malwee apresentou o Malwee Transforma, laboratório de inovação para a sustentabilidade na moda nacional, que vai acelerar produtos e iniciativas que tenham menor impacto no meio ambiente e menor utilização de recursos naturais para acelerar. Em 2022, serão lançados dez produtos criados no laboratório. Assim como as demais empresas no evento, a marca acredita na colaboração para atingir as metas difíceis ligadas a sustentabilidade, por isso o laboratório visa gerar parcerias em prol do tema.

**Crédito da imagem no topo: Sahan/Shutterstock

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