Globosat mantém otimismo de renovar com clubes

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Globosat mantém otimismo de renovar com clubes

Pedro Garcia, diretor de direitos esportivos da empresa, comenta os desafios diante de forte concorrência com canais como o Esporte Interativo


18 de abril de 2016 - 17h24

Pedro Garcia, diretor de direitos esportivos da TV Globo e Globosat

Pedro Garcia, diretor de direitos esportivos da TV Globo e Globosat (Crédito: Divulgação / TV Globo / Sergio Zalis)

Em novembro do ano passado, o Grupo Globo reformulou seu braço de negociações de direitos esportivos e anunciou a chegada de Pedro Garcia, egresso dos canais SporTV, Premiere e Combate, para dirigir a área. Seis meses depois, a experiência do executivo tem sido crucial para conduzir um momento desafiador para a emissora diante da marcação cerrada do concorrente Esporte Interativo, que conquistou direitos da Champions League até 2018 e negocia diretamente com clubes para transmitir o Brasileirão na TV fechada a partir de 2019. O caso chegou, no início de março, até o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que questionou a Globo sobre negociações conjuntas de TV paga e aberta. A seguir, Pedro fala sobre audiência e a importância das transmissões esportivas para o grupo.

Papel da TV Aberta
Se o consumo de mídia hoje se dá em múltiplos canais, nossos conteúdos estão em todos eles. Temos clara a importância da TV aberta: o Brasil é um dos países que mais oferecem transmissões de futebol no mundo, de forma ampla e gratuita, com transmissão de qualidade, para a população por meio da atuação da Globo na TV aberta. O meio vai, portanto, continuar oferecendo o que for mais relevante para o grande público, sempre preocupada com a qualidade acima de tudo. Já a TV paga trabalha com dois vértices: a quantidade, no caso de um SporTV, e a exclusividade, no caso de um Premiere.

Enfrentamos um cenário de enorme concorrência internacional na TV paga, mas é preciso lembrar também que temos uma história de relacionamento com o futebol. Nossa proposta não é para um ano ou dois, é para uma vida comprometida com o futebol e seu espetáculo

Questões do Cade
Não comentamos questões em andamento no Cade, mas é importante deixar claro, por tudo que já foi dito, que a concorrência existe, e quem mais ganha com isso são os clubes. Todas as informações solicitadas estão sendo fornecidas diretamente ao órgão.

Negociações do Brasileirão
Estamos falando com todos os clubes, negociando com quem aceita ouvir a nossa proposta. A evolução nas negociações nos trouxe para uma proposta em que 40% dos valores envolvidos são divididos igualmente entre os 20 times que participarem de cada temporada. Em que outros 30% são divididos entre os 16 colocados no ranking, para respeitar e premiar a meritocracia, os times que investiram, que estão mais competitivos, que estão se dedicando à temporada e com melhor desempenho. E em que os demais 30% são divididos pelo percentual de exibição de cada time na TV aberta e na TV fechada, o que também é justo, pois remunera a imagem dos times mais expostos. Estamos propondo um modelo baseado nesses três vetores, pois acreditamos que é bom para o desenvolvimento do futebol e reflete o desejo dos clubes, procurando sempre alinhar os interesses do torcedor.

Compromisso com clubes
Antes de mais nada, é preciso afirmar que consideramos a concorrência bem-vinda, pois contribui para nos aperfeiçoarmos e para a evolução do próprio mercado. Mas por tudo que foi dito, pela confiança que temos das marcas e do público, pelo reconhecimento da relevância e qualidade dos conteúdos que entregamos, pela abrangência que temos e pelo retorno que damos aos anunciantes, acreditamos que não (vamos perder os direitos do Brasileirão para concorrentes). Claro que enfrentamos um cenário de enorme concorrência internacional na TV paga, mas é preciso lembrar também que temos uma história de relacionamento com o futebol. Nossa proposta não é para um ano ou dois, é para uma vida comprometida com o futebol e seu espetáculo. Nós acreditamos que temos a melhor proposta para cada uma das janelas de transmissão e caberá aos clubes escolherem qual projeto é mais vantajoso para seus interesses.

Proposta sustentável
Temos um modelo claro, transparente, vantajoso e vivo, no qual cabem evoluções e reajustes — como estão sendo feitos. Estamos discutindo e avançando nesse processo de negociação com os clubes há dois anos. Ajustes e evoluções em negociações como essas, para serem sérias e sustentáveis, não podem ser feitos irresponsavelmente de uma hora para a outra, nem em função de terceiros. Analisamos o histórico e o futuro do nosso vínculo com o futebol e com os times brasileiros, para estruturar uma proposta sustentável para as marcas em médio e longo prazos, tanto em visibilidade quanto em valor de proposta.

A íntegra desta reportagem está publicada na 1706, de 18 de abril, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.

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